País
Caso Sócrates
José Sócrates ouvido pelo juíz Carlos Alexandre
José Sócrates foi detido esta sexta-feira no âmbito de um processo em que se investigam crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. O ex-primeiro-ministro foi detido no Aeroporto de Lisboa. Já este sábado, José Sócrates acompanhou as buscas que se realizaram na sua residência, em Lisboa, antes de regressar ao Campus de Justiça, onde está a ser ouvido pelo juiz Carlos Alexandre.
A notícia da detenção de José Sócrates surgiu na noite desta sexta-feira e foi rapidamente confirmada pela Procuradoria-Geral da República. O ex-chefe de governo é suspeito dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
(Reportagem de Joana França Martins, Hugo Melo e Manuel Oliveira)
O antigo administrador do Grupo Lena e amigo de longa data de José Sócrates, Carlos Santos Silva também foi detido, tal como o advogado Gonçalo Ferreira e o motorista João Perna.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, estão em causa operações bancárias. A vida sumptuosa em Paris terá levantado suspeitas, mas também a possibilidade de, enquanto primeiro-ministro, ter implementado um regime fiscal que lhe terá sido mais favorável. (Reportagem de Ana Felício e Guilherme Terra)
No âmbito desta operação, foram também realizadas buscas na sede do Grupo Lena, em Santa Catarina da Serra, no concelho de Leiria.
Já este sábado, foi a residência de José Sócrates que foi alvo de buscas. O antigo primeiro-ministro também participou nas diligências, antes de ter regressado ao Campus de Justiça. À chegada ao Campus de Justiça, alguns manifestantes do Partido Nacional Renovador encontravam-se no local. As operações estão a ser acompanhadas pelo juiz Carlos Alexandre. Carlos Alexandre é o magistrado que está à frente do Tribunal Central de Investigação Criminal. Pelas suas mãos passaram alguns dos mais importantes e mediáticos crimes económicos. (Reportagem de Adília Godinho e Nuno Castro)
Este sábado é a vez de José Sócrates depor perante Carlos Alexandre, juiz que também está a acompanhar a polémica dos "vistos gold”.
Para além dos meios de comunicação nacional, também os jornais estrangeiros estão a dar destaque a este caso. Especialmente em Espanha, país que se mantém atento à atualidade portuguesa, sobretudo desde a chegada da troika.
António Costa enviou mensagem
A propósito da detenção de José Sócrates, António Costa enviou uma mensagem aos militantes do PS, ao fim da manhã deste sábado. O candidato do PS ao cargo de primeiro-ministro diz que todos os socialistas estão "por certo chocados com a notícia da detenção de José Sócrates".
Mas acrescenta que "os sentimentos de solidariedade e amizade pessoais não devem confundir a ação política do PS, que é essencial preservar, envolvendo o partido na apreciação de um processo que, como é próprio de um Estado de Direito, só à Justiça cabe conduzir com plena independência". António Costa termina a mensagem dizendo que cabe agora ao partido "concentrar-se na ação de mobilizar Portugal, na afirmação da alternativa ao Governo e à sua política." De salientar que este sábado é o segundo dia de eleições diretas no PS, que elegem António Costa como novo líder do Partido.
Para João Soares, a detenção de José Sócrates é uma "tentativa de humilhação". Na página pessoal no Facebook, o socialista começa por dizer que"excepto por crime de sangue, em flagrante delito não aceito a prisão (que pudicamente designam por detenção) de um ex-primeiro ministro como José Sócrates. João Soares critica a prisão de Sócrates, considerando-a desnecessária e chamando-lhe mesmo "tentativa de humilhação". O socialista escreve ainda que "humilhar e pré-condenar na praça pública, não".
A reação dos partidos
Já do lado do PSD, Marco António Costa afirma que o partido não faz comentários sobre casos de justiça. O vice-presidente do PSD diz que é preciso aguardar que as instituições judiciais cumpram o seu dever.
Na convenção do Bloco de Esquerda, a notícia surpreendeu os principais intervenientes. Francisco Louçã, antigo líder do Bloco de Esquerda, considera que é preciso prudência na análise de um caso que vai trazer consequências para o país. Catarina Martins também admitiu ter recebido a notícia com surpresa, mas diz que este não é o momento para discutir casos judiciais.
Pelo Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa espera que sejam apuradas todas as responsabilidades.
O antigo administrador do Grupo Lena e amigo de longa data de José Sócrates, Carlos Santos Silva também foi detido, tal como o advogado Gonçalo Ferreira e o motorista João Perna.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, estão em causa operações bancárias. A vida sumptuosa em Paris terá levantado suspeitas, mas também a possibilidade de, enquanto primeiro-ministro, ter implementado um regime fiscal que lhe terá sido mais favorável. (Reportagem de Ana Felício e Guilherme Terra)
No âmbito desta operação, foram também realizadas buscas na sede do Grupo Lena, em Santa Catarina da Serra, no concelho de Leiria.
Já este sábado, foi a residência de José Sócrates que foi alvo de buscas. O antigo primeiro-ministro também participou nas diligências, antes de ter regressado ao Campus de Justiça. À chegada ao Campus de Justiça, alguns manifestantes do Partido Nacional Renovador encontravam-se no local. As operações estão a ser acompanhadas pelo juiz Carlos Alexandre. Carlos Alexandre é o magistrado que está à frente do Tribunal Central de Investigação Criminal. Pelas suas mãos passaram alguns dos mais importantes e mediáticos crimes económicos. (Reportagem de Adília Godinho e Nuno Castro)
Este sábado é a vez de José Sócrates depor perante Carlos Alexandre, juiz que também está a acompanhar a polémica dos "vistos gold”.
Para além dos meios de comunicação nacional, também os jornais estrangeiros estão a dar destaque a este caso. Especialmente em Espanha, país que se mantém atento à atualidade portuguesa, sobretudo desde a chegada da troika.
António Costa enviou mensagem
A propósito da detenção de José Sócrates, António Costa enviou uma mensagem aos militantes do PS, ao fim da manhã deste sábado. O candidato do PS ao cargo de primeiro-ministro diz que todos os socialistas estão "por certo chocados com a notícia da detenção de José Sócrates".
Mas acrescenta que "os sentimentos de solidariedade e amizade pessoais não devem confundir a ação política do PS, que é essencial preservar, envolvendo o partido na apreciação de um processo que, como é próprio de um Estado de Direito, só à Justiça cabe conduzir com plena independência". António Costa termina a mensagem dizendo que cabe agora ao partido "concentrar-se na ação de mobilizar Portugal, na afirmação da alternativa ao Governo e à sua política." De salientar que este sábado é o segundo dia de eleições diretas no PS, que elegem António Costa como novo líder do Partido.
Para João Soares, a detenção de José Sócrates é uma "tentativa de humilhação". Na página pessoal no Facebook, o socialista começa por dizer que"excepto por crime de sangue, em flagrante delito não aceito a prisão (que pudicamente designam por detenção) de um ex-primeiro ministro como José Sócrates. João Soares critica a prisão de Sócrates, considerando-a desnecessária e chamando-lhe mesmo "tentativa de humilhação". O socialista escreve ainda que "humilhar e pré-condenar na praça pública, não".
A reação dos partidos
Já do lado do PSD, Marco António Costa afirma que o partido não faz comentários sobre casos de justiça. O vice-presidente do PSD diz que é preciso aguardar que as instituições judiciais cumpram o seu dever.
Na convenção do Bloco de Esquerda, a notícia surpreendeu os principais intervenientes. Francisco Louçã, antigo líder do Bloco de Esquerda, considera que é preciso prudência na análise de um caso que vai trazer consequências para o país. Catarina Martins também admitiu ter recebido a notícia com surpresa, mas diz que este não é o momento para discutir casos judiciais.
Pelo Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa espera que sejam apuradas todas as responsabilidades.