Leslie. Proteção Civil adverte para vento forte, chuva e mar agitado

por RTP
O furacão Leslie passou pela Madeira sem causar danos, tendo entretanto passado a tempestade Reuters

Ventos intensos, mar agitado e chuva compõem a previsão de agravamento do estado do tempo que levou este sábado a Proteção Civil a alertar as populações de Portugal continental na trajetória estimada para o furacão Leslie, agora na categoria de depressão pós-tropical. O período crítico ocorrerá a partir das 23h00, prolongando-se até às 4h00.

O furacão Leslie passou já pela Madeira sem causar danos, tendo entretanto passado a depressão pós-tropical, embora os ventos se apresentem com “intensidades equivalentes a uma tempestade tropical”. A Proteção Civil avisa que o risco de incêndio continua a ser uma realidade, podendo ser potenciado pelo vento forte.


São agora 13 os distritos de Portugal continental debaixo de aviso vermelho – o nível mais acentuado - do Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Setúbal, Lisboa, Santarém, Leiria, Coimbra e Aveiro são os distritos que ficam mais cedo sob aviso vermelho: o aviso de ventos fortes vigora a partir das 21h00 e até às 3h00 de domingo.

Nos demais distritos o aviso vigora a partir das 0h00. Setúbal, Lisboa, Leiria e Coimbra estão também sob aviso vermelho devido a agitação marítima a partir das 22h00 e até às 3h00 de domingo.


A tempestade deverá chegar com ventos acima dos 130 quilómetros por hora, que poderão atingir os 190. Espera-se que comece a atingir a linha costeira entre Sines e Leiria ao final da tarde, com início na área metropolitana de Lisboa.
“Evitar andar na rua”

Em declarações aos jornalistas, o comandante Luís Belo Costa, da Autoridade Nacional de Proteção Civil, reforçou ao início da tarde as recomendações às populações, desde logo “tentar ao máximo evitar andar na rua”, ou circular no trânsito em zonas costeiras.


Tendo em conta o risco de queda de árvores, a Proteção Civil aconselha ainda que se evite deixar carros estacionados em zonas arborizadas. O comandante Belo Costa sublinhou também que “ainda há tempo” de prender estruturas vulneráveis ao vento.

Parte dos meios do dispositivo montado para o período crítico de incêndios florestais foi entretanto deslocado do interior do país, perante a aproximação da tempestade, nomeadamente dois destacamentos da Força Especial de Bombeiros posicionados preventivamente em Almeirim, no distrito de Santarém, e Lourinhã, no distrito de Lisboa.
“Ondulação e vaga desordenada”
Por sua vez, a Autoridade Marítima Nacional emitiu uma recomendação à comunidade piscatória e da náutica de recreio que esteja no mar para “o eventual regresso ao porto de abrigo mais próximo”, além da “adoção de medidas de precaução.A TAP anunciou já o cancelamento de sete voos por causa da previsão de mau tempo. Foram suprimidas ligações entre Lisboa e Porto e com partida de Lisboa para Roma, Veneza, Londres, Paris, Oviedo e Madrid.

É aconselhado, designadamente, o “reforço da amarração e vigilância apertada das embarcações atracadas e fundeadas, bem como evitar passeios junto ao mar”, em particular “os molhes das entradas das barras e zonas nas praias junto à água”.

Aos pescadores lúdicos de pesca à cana aconselha-se “cautela, evitando pescar junto às falésias e zonas de arriba nas frentes costeiras atingidas pela rebentação das ondas, tendo sempre presente que o mar nestas situações extremas alcança muitas vezes zonas aparentemente seguras”.

À população em geral, as autoridades desaconselham passeios junto à costa e em praias e atividades lúdicas em zonas expostas à agitação marítima.

“Caso exista absoluta necessidade de se deslocar até à orla costeira, deverá manter uma atitude vigilante e ter sempre presente que nestas condições o mar pode facilmente alcançar zonas aparentemente seguras”, lê-se no comunicado da Autoridade Marítima.

“A agitação marítima será caracterizada por ondulação e vaga desordenada, com altura significativa”, entre os seis e os dez metros de altura.

c/ Lusa
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