Reportagem

Manifestações em Lisboa. Milhares protestaram contra violência policial

Decorreram este sábado duas manifestações em Lisboa. A primeira foi marcada pelo movimento Vida Justa com o intuito de protestar contra a violência policial e homenagear Odair Moniz, o homem abatido na segunda-feira por um agente da PSP. À mesma hora, ocorreu uma outra manifestação, convocada pelo Chega, para demonstrar apoio à polícia. Acompanhamos em direto todos os desenvolvimentos.

Andreia Martins - RTP /

Foto: Filipa Dias Mendes - RTP

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Tumultos em Benfica. Carlos Moedas diz que "não haverá tolerância à violência"

Foto: António Pedro Santos - Lusa

O presidente da Câmara de Lisboa garante que não haverá qualquer tolerância a mais violência.
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Odair Moniz. Vários políticos de diferentes partidos na manifestação

Livre e PCP pedem que se apure com urgência o que aconteceu na noite do tiroteio.
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Movimento Vida Justa. Protesto reclama escrutínio à morte de Odair Moniz

Foto: Filipa Dias Mendes - RTP

Associações, moradores de vários bairros lisboetas e amigos, desfilaram entre o Marquês de Pombal e a Praça dos Restauradores, em Lisboa.

Todos juntos pedem justiça e escrutínio sério ao que aconteceu. Foram também muitos os pedidos de mais igualdade e respeito.
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Miguel Prata Roque: "Já chega de incentivar ao ódio"

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Manifestantes criaram memorial a Odair Moniz nos Restauradores

No final da manifestação do movimento "Vida Justa" que decorreu este sábado, foi criado um memorial a Odair Moniz, o homem abatido pelo agente da PSP na última segunda-feira.

Foto: Gonçalo Costa Martins - Antena 1


Foto: Filipa Dias Mendes - Antena 1

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Lusa /

Sentimento de dor juntou milhares em Lisboa para pedir justiça por Odair Moniz

Organizada pelo movimento Vida Justa, a iniciativa conseguiu reunir pessoas de diferentes culturas e etnias, que desfilaram cerca de uma hora e meia entre o Marquês de Pombal e a Praça dos Restauradores, num percurso marcado por gritos de protesto, sendo a principal palavra de ordem "justiça para o Odair".

Empunhando bandeiras vermelhas do Vida Justa, bem como de Cabo Verde (país de origem de Odair Moniz), os manifestantes também gritaram "Violência policial, violência cultural", "os bairros unidos jamais serão vencidos" e, em crioulo cabo-verdiano, "Nu sta junta, Nu sta forti [Nós estamos juntos, nós estamos fortes]".

Na Praça dos Restauradores, várias pessoas depositaram flores no monumento onde estava uma fotografia de Odair Moniz, além de vários participantes na manifestação terem discursado.

Entre as intervenções, pediram-se aplausos para a "união histórica" alcançada na iniciativa, com o presidente da Associação Moinho da Juventude, da Cova da Moura (Amadora), Jacklison Duarte, a deixar um pedido: "Unidos, juntos e organizados podemos ouvir a nossa voz."

O mesmo responsável disse ainda que "nem todos os carros queimados foram queimados pela gente do bairro".

Cláudia Simões, cidadã que acusou um agente da PSP de a agredir, numa paragem de autocarro na Amadora, em 2020, também falou no palco improvisado para dizer que passou "pelo mesmo sistema" de violência policial.

"Somos castigados e ainda saímos do tribunal como criminosos. Espero que este processo não passe em branco como o meu", afirmou, salientando que a polícia trata as pessoas de alguns bairros "como lixo".

A manifestação, onde estiveram algumas pessoas de cara tapada, terminou cerca das 18:00 com um minuto de silêncio.

Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro Cova da Moura, no mesmo concelho, no distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no hospital.

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído.

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Protesto termina com um minuto de silêncio por Odair Moniz

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Lusa /

Sindicato defende salvaguarda de trabalhadores dos autocarros após ataques em Lisboa

A Fectrans/STRUP participou, na sexta-feira, numa reunião com a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e um representante da PSP para abordar a "defesa dos trabalhadores no quadro dos acontecimentos anómalos" dos últimos dias, com ataques a autocarros, que inclusive provocaram ferimentos graves num motorista.

Numa nota enviada à Lusa, Anabela Carvalheira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), que faz parte da Fectrans, indicou que o sindicato defendeu ser necessário "conciliar o direito ao transporte dos utentes com a salvaguarda e defesa dos trabalhadores e é neste quadro que se têm que encontrar as soluções, que se possam enquadrar na resolução dos problemas existentes".

"Da parte da AML e da PSP foram dadas informações sobre as medidas mais visíveis e as mais discretas para irem ao encontro das preocupações que colocámos e defenderam que a solução não passa por medidas avulsas das administrações de empresas de supressão de serviços, porque em vez de uma solução pode contribuir para acentuar os problemas", afirmou.

O sindicato defendeu ainda a necessidade de medidas para os diversos modos de transportes que operam na região de Lisboa.

"Por último, transmitimos aos trabalhadores para que, no desempenho das suas funções, acautelem a sua integridade física e [que] perante uma situação anómala devem tomar as medidas da sua defesa e dos utentes, e relatar a quem de direitos as ocorrências", sublinhou.

O STRUP manifestou também solidariedade para com o motorista que está hospitalizado na sequência de um ataque a um autocarro, e defendeu que as situações que envolvam trabalhadores vítimas deste tipo de incidentes devem ter a caracterização de acidente de trabalho.

Os distúrbios verificados esta semana na Área Metropolitana de Lisboa ocorreram depois da morte de Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, que foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Entre os distúrbios, foram causados danos em cinco autocarros e um motorista da Carris Metropolitana sofreu queimaduras graves. Segundo informação da empresa na quinta-feira, o homem estava fora de perigo de vida, apesar da gravidade dos ferimentos.

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RTP /

Manifestação convocada pelo Chega já terminou

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RTP /

Livre marca presença na manifestação e alerta para perigo do discurso de ódio

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RTP /

Morte de Odair Moniz. João Ferreira pede apuramento de responsabilidades

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Lusa /

Milhares preenchem a Avenida da Liberdade a exigir justiça para Odair

A abrir manifestação, que vai do Marquês de Pombal à Praça dos Restauradores, está uma faixa com a fotografia de Odair Moniz, segurada por familiares e vizinhos, assim como por Cláudia Simões, que acusou um agente da PSP de a agredir, numa paragem de autocarro na Amadora, em 2020.

Preenchem a Avenida da Liberdade várias bandeiras do movimento Vida Justa, que convocou a manifestação, assim como de Cabo Verde (país de origem de Odair Moniz), com os manifestantes a entoar gritos de protesto, sendo a principal palavra de ordem "justiça para o Odair".

Ao longo do percurso, é visível a presença policial.

O movimento Vida Justa realiza hoje em Lisboa esta manifestação para reclamar justiça pela morte do homem baleado por um agente da PSP, estando também convocado para a mesma hora, na cidade, um protesto do Chega "em defesa da polícia".

Nos últimos dias, a PSP registou na Área Metropolitana de Lisboa mais de 100 ocorrências de distúrbios na via pública e deteve mais de 20 pessoas, registando-se sete feridos, um dos quais com gravidade.

Os tumultos registados desde segunda-feira surgem após a morte do cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, que foi baleado na madrugada de segunda-feira, no Bairro Cova da Moura, no mesmo concelho do distrito de Lisboa.

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria e isenta" para apurar responsabilidades, considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

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RTP /

Líder parlamentar do Chega: "Toda a gente que está de boa fé percebeu o que quis dizer"

Em causa estão as declarações de Pedro Pinto na RTP3, na última quarta-feira, quando defendeu durante um debate que se os polícias "disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem".
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RTP /

Ana Gomes participa no protesto de homenagem de Odair Moniz

"Não queremos fazer o jogo das forças como o Chega, que querem semear o ódio, a violência, a divisão entre os portugueses. Este é o momento de estarmos unidos", vincou.
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RTP /

Odair Moniz. Fabian Figueiredo acusa direção nacional da PSP de mentir sobre morte

O responsável do Bloco de Esquerda acusa a direção nacional da PSP de ter mentido sobre o caso. "Odair Moniz não tinha uma faca. Odair Moniz pisou com o seu carro um traço contínuo", vincou.
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RTP /

André Ventura não tem receio de ser responsabilizado após declarações

É a reação de André Ventura à decisão do Ministério Público no sentido de abrir um inquérito contra declarações de responsáveis do Chega.

"Se quem acabar por ir para a prisão for eu, está tudo errado neste país", afirmou o líder do Chega. 
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Chega organiza manifestação "em defesa da polícia"

O protesto começa junto à Praça do Município e termina junto à Assembleia da República.
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Movimento "Vida Justa" alterou percurso da manifestação

O protesto "Sem Vida Não Há Paz homenageia Odair Moniz, abatido por um agente da PSP na segunda-feira.

A manifestação irá percorrer a Avenida da Liberdade, entre o Marquês de Pombal e os Restauradores.
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PSP admite preocupação com manifestações deste sábado

Em resposta, o Chega agendou uma manifestação solidária com a Polícia. Inicialmente os dois protestos iam terminar no mesmo local, em frente à Assembleia da República, mas o Movimento Vida Justa decidiu alterar o percurso.

A PSP admite uma tarde arriscada e pede à organização das duas manifestações para que estejam atentas a eventuais infiltrados.
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