Médico admite que corpo da Joana cabia na arca frigorífica

por Agência LUSA

O médico legista envolvido na reconstituição do alegado homicídio de Joana admitiu hoje em tribunal que um corpo do tamanho do da menina pode caber no espaço ocupado pela gaveta da arca frigorífica alegadamente utilizada pelos arguidos.

Segundo Albino Santana dos Santos, que testemunhou a partir do Tribunal de Braga através do sistema de vídeo-conferência, um corpo do tamanho que se presume ser o de Joana (cerca de 1,35 metros de altura) caberia, cortado em três partes e "no limite", no espaço vazio ocupado pela gaveta da arca.

"Para colocar lá o corpo teria que se retirar a gaveta ou cortá- lo em mais fragmentos, pois dentro da gaveta seria muito difícil", afirmou.

O médico, solicitado pela Judiciária para intervir na reconstituição do crime, descreveu João Cipriano como um indivíduo "muito frio", que durante a tentativa da reconstituição "não manteve um discurso coerente".

Albino dos Santos, que trabalha no Centro de Saúde de Loulé e no Instituto de Medicina Legal de Faro, disse ainda ter solicitado um estudo da constituição física da pequena Joana, que nunca chegou a ser feito.

A manhã terceiro dia do julgamento ficou ainda marcado por um breve depoimento do padrasto de Joana, Leandro, chamado novamente pelo tribunal para prestar alguns esclarecimentos.

Confrontado com fotografias de instrumentos de corte (serras e facas) semelhantes aos alegadamente utilizados pelos irmãos para esquartejar a criança, Leandro reconheceu um serrote utilizado para trabalhos manuais, idêntico a um que costumava ter em casa.

Contudo, disse ao tribunal não saber onde se encontra agora aquele instrumento, cuja serra (lâmina) mete vinte centímetros.

A mãe e o tio da Joana, com oito anos, na altura em que desapareceu há um ano, são acusados de homicídio qualificado da criança, entre outros crimes, incorrendo na pena máxima de 25 anos de cadeia.

A juíza que preside ao colectivo, Alda Casimiro, marcou para as 16:00 de hoje as alegações finais.

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