País
Médicos tarefeiros dizem que urgências hospitalares continuam a funcionar devido ao seu trabalho
A associação que representa os médicos tarefeiros considerou esta segunda-feira que "as urgências hospitalares em Portugal funcionam porque existem médicos prestadores de serviço".
A associação argumenta que os médicos tarefeiros "garantem escalas quando mais ninguém está disponível" e que a dependência do sistema em relação a estes profissionais é "total".
"Somos nós que asseguramos noites, fins de semana, feriados e épocas críticas. Somos nós que mantemos portas abertas durante todo o ano", sem "direito a férias", a "tolerância de ponto" e sem "estabilidade contratual", lê-se no comunicado desta segunda-feira.
A recém-criada Associação de Médicos Prestadores de Serviços reconhece que há um "recurso excessivo e inadequado da população aos serviços de urgência", mas refere também que o número de profissionais nos hospitais está "gravemente reduzido" devido a "férias acumuladas e adiadas", mas também porque os internos do ano comum já terminaram a formação e os internos de formação especializada ainda não iniciaram atividade clínica.
"É neste cenário que fica completamente exposta a realidade que muitos preferem não ver: as urgências hospitalares em Portugal funcionam porque existem médicos prestadores de serviço", considerou a Associação de Médicos Prestadores de Serviço.
No documento enviado às redações, o presidente da Associação de
Médicos Prestadores de Serviço, Nuno Figueiredo e Sousa, salienta que o
atual modelo "assenta numa exploração silenciosa que se tornou
normalizada", algo que diz ser "inaceitável".
"A dependência do sistema é total. Negá-la é irresponsável. Ignorá-la é perigoso", vincou ainda.
No entanto, o responsável alerta que em 2026 os médicos tarefeiros não estarão "disponíveis a permanecer em condições que não se coadunem" com a sua "profissão, responsabilidade e espírito de sacrifício".
"Vocação não substitui descanso. Vocação não justifica precariedade. Os médicos prestadores de serviço merecem melhores condições laborais, em todas as dimensões: contratuais, remuneratórias, organizacionais e humanas", defende a associação.
Em dezembro,