Método experimental nas escolas põe as crianças a fazer Ciência

por Agência LUSA

Um método de aprendizagem experimental em ciências essencialmente prático e quase sem livros está a ser aplicado em escolas portuguesas do 1º e 2º ciclos para tentar estimular o entusiasmo e a curiosidade das crianças nesta área de ensino.

Segundo a Embaixada dos Estados Unidos, esta iniciativa resulta de uma parceria entre a Carlucci American International School of Lisbon (CAISL), a Fundação Calouste Gulbenkian e a Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) e pretende introduzir nas escolas portuguesas um conceito e métodos de aprendizagem experimentais em ciências.

Dirigido aos alunos do 1º e 2º ciclos do ensino básico, o programa é orientado por duas professoras do CAISL e por dois educadores dos Estados Unidos e foi já aplicado em algumas escolas públicas sugeridas pela DREL como potenciais parceiros na educação activa de ciências.

Estes quatro educadores dão as aulas, reúnem-se com os professores e prestam aos alunos apoio contínuo, mas cumprindo sempre o programa do Ministério da Educação.

Ainda de acordo com a Embaixada, o programa segue o currículo do Ministério da Educação e "mostra como os objectivos do currículo podem ser atingidos através de métodos de aprendizagem experimental em ciências".

Trata-se de uma iniciativa científica baseada numa aprendizagem experimental em ciências, na qual os alunos não se limitam a ler e os professores a falar sobre ciências, debruçando-se essencialmente no "fazer ciências".

"Cientistas e educadores concordam que este método de ciências deve ser leccionado e aprendido", pois "as crianças desenvolvem competências nas áreas de pesquisas, resolução de problemas e críticas de pensamentos", refere.

Por isso, "são vitais neste programa" a habilidade para pensar e efectuar investigações nos campos de observação e experimentais.

Este tipo de aprendizagem, que está "bem estruturada e é intelectualmente rigorosa", ensina aos alunos como descobrir os conceitos e respostas às ideias e teorias científicas, desenvolve processos científicos e diversas competências como prever, desenhar e medir.

Trata-se de um método que fica como uma base de aprendizagem, já que as competências matemáticas e linguísticas são uma parte essencial da aprendizagem experimental em ciências.

Contudo, é também "um método barulhento, aparentemente não estruturado, dando a impressão de ser muita brincadeira para as crianças poderem aprender".

Este modelo recorre pouco ao uso de livros e fichas, incentivando os alunos ao diálogo, a partir das suas dúvidas e curiosidade natural, e ensinando-os a fazer a ligação entre conceitos científicos e o seu mundo, através de brincadeiras, testes e observações.

O objectivo desta iniciativa é "alimentar o entusiasmo, apoiar a curiosidade e treinar o intelecto nas ciências", uma área de ensino que tem frequentemente incentivado as crianças a memorizar um conjunto de factos, por vezes sem grande significado para elas.

Este método essencialmente teórico "serve não só para maçar os alunos mas também os professores, não contribuindo para alimentar o amor nato dos alunos pelo mistério e pelo gosto da descoberta tão necessários" a uma sociedade que está a criar uma geração de novos cientistas, nota a mesma fonte.

As escolas que já participaram, no Outono, neste programa foram as básicas 1 do Linhó, a 1, 2/3 S. João da Galiza, a 2/3 Vieira da Silva, em Carnaxide, e a 2/3 Mestre Domingos Saraiva, de Algueirão.

A equipa visitará mais escolas durante a Primavera, estando prevista para dia 08 de Fevereiro uma acção de formação durante a tarde na Fundação Calouste Gulbenkian para convidados seleccionados que estejam interessados em continuar os objectivos da aprendizagem experimental em ciências em Portugal.

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