Ministério Público abre inquérito sobre kits com golas inflamáveis

por RTP
O caso ditou já a demissão de Francisco Ferreira, adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves Rafael Marchante - Reuters

O Ministério Público determinou a instauração de um inquérito sobre o processo de aquisição de materiais para o programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras, entre os quais as golas antifumo.

A informação foi confirmada à RTP pela Procuradoria Geral da República, que adiantou que o inquérito está a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.Os kits chegaram a 1909 povoações.

A abertura desta investigação é confirmada num contexto de crescente controvérsia em torno da Secretaria de Estado da Proteção Civil e do dossier da compra dos kits de proteção contra incêndios do programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras.

O caso ditou já a demissão de Francisco Ferreira, adjunto do secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves. Isto depois de ter sido noticiado que foi aquele técnico, que presidente também à concelhia do PS de Arouca, quem sugeriu empresas para a aquisição dos materiais.

Mariana Flor, Carla Quirino, Nuno Castro - RTP

Na edição de segunda-feira, o Jornal de Notícias adiantava que Francisco Ferreira assumira a recomendação de nomes de entidades empresariais tendo em vista a compra de 70 mil golas antifumo e 15 mil kits de emergência – que seriam compostos com materiais inflamáveis -, além de panfletos.

No sábado, o ministro da Administração Interna ordenara a abertura de um inquérito sobre contratação de material de sensibilização para incêndios, na sequência das notícias da imprensa.

Em comunicado, o gabinete de Eduardo Cabrita indicava, então, que, “face às notícias publicadas sobre aspetos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o ministro da Administração Interna pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna”.

Desde a divulgação do caso, sucederam-se os pedidos de esclarecimentos à tutela por parte de forças partidárias à esquerda e à direita dos socialistas.
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