Moedas resume dois anos de mandato em Lisboa ao verbo "fazer" mas PS acusa-o de "passividade"

por Lusa

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse hoje que os seus dois anos de mandato se resumem ao verbo "fazer", com "um estado social local", enquanto o PS o acusa "de passividade" em matérias fundamentais.

"Fizemos e vamos continuar a fazer", afirmou o autarca na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, na qual apresentou o trabalho do executivo municipal no último trimestre, entre junho e agosto, tendo aproveitado para fazer um balanço dos dois anos de mandato.

Daqui a uma semana, em 26 de setembro, assinalam-se dois anos das eleições autárquicas de 2021, em que a coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) conseguiu ganhar a presidência da Câmara de Lisboa, retirando a governação da cidade ao PS.

"Nestes dois anos, fizemos, verdadeiramente, aquilo a que sempre chamamos um estado social, a concretização de um complemento dos estados centrais, cada vez mais frágeis, cada vez menos capazes de dar resposta, nós fizemos a nível local", declarou Carlos Moedas.

O social-democrata destacou o plano de saúde "Lisboa 65+", que conta com a adesão de 12 mil lisboetas, e os transportes públicos gratuitos para os menores de 23 anos e maiores de 65 anos, que beneficiam já 90 mil pessoas em Lisboa, das quais metade não tinha passe.

"Fizemos Lisboa, seguramente, com a Jornada Mundial da Juventude. Nunca tínhamos tido um evento desta natureza, nem desta dimensão", realçou o presidente da câmara, indicando que o evento foi acompanhado por 500 milhões de famílias a nível mundial e contou com a participação de 1,5 milhões de pessoas.

Carlos Moedas enalteceu ainda o trabalho de apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, criticando as "mentiras políticas" sobre ações de limpeza durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

O reforço do Fundo de Emergência Social, a criação do "Cabaz Bebé" e o investimento em habitação, com a assinatura de 560 milhões de euros para esta área e a entrega de mais de 1.300 chaves foram também destacados, referindo que: "O que vinha detrás era realmente pouco, por isso, tivemos de acelerar".

O autarca do PSP apontou também o investimento no urbanismo, com projetos para a Quinta do Ferro e para o Casal do Pinto, bem com a redução do tempo de aprovação de projetos; na cultura, o programa "Um Teatro em Cada Bairro"; na mobilidade, o reforço das bicicletas Gira, que passaram a ser gratuitas para quem tem passe, e o teste de novas ciclovias na cidade; a implementação do Plano Geral de Drenagem; o reforço na higiene urbana; a mudança de lâmpadas para LED; a Fábrica de Unicórnios; a criação de um departamento de transparência e combate à corrupção; e a redução de impostos a pagar pelos munícipes.

A governar sem maioria absoluta, Carlos Moedas disse que já se iniciou o processo de preparação do orçamento municipal para 2024 e afirmou: "Preciso da ajuda de todos".

O discurso do presidente da câmara foi aplaudido pelos deputados municipais que integram a coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança).

Na oposição, o deputado do PS Miguel Teixeira registou, quanto ao agradecimento sobre a JMJ, o "súbito esquecimento" do presidente da câmara relativamente a José Sá Fernandes e à equipa de missão que este liderou da parte do Governo, criticando ainda o social-democrata pela forma como "tentou capitalizar para si todas as valias desta grande organização", esquecendo-se que o projeto começou com o mandato socialista.

"Tivemos a oportunidade de ver o milagre da conversão do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, à personalidade de sua eminência, o Papa Francisco. De avaliar a sua omnipresença nos órgãos de comunicação social, por Lisboa, para o país, marcando mais pontos na luta interna pela liderança do seu partido PSD", criticou o deputado do PS.

O socialista reforçou que Lisboa "precisa de muito mais", porque foram anunciados "Novos Tempos", mas "afinal aquilo que se evidencia são tempos de passividade, de paragem em matérias fundamentais" para a cidade.

 

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