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Moradores de aldeia de Ponte de Sor promovem marcha automóvel para exigir nova ponte

por Lusa

Habitantes da aldeia de Foros do Mocho, concelho de Ponte de Sor (Portalegre), promovem, na sexta-feira, a "Marcha da Insatisfação", para reivindicar a construção de uma ponte que foi destruída pelo mau tempo, em dezembro de 2022.

A marcha automóvel, que vai decorrer a partir das 12:30, parte do pontão que foi destruído na aldeia e vai depois passar pela Junta de Freguesia de Montargil e pela Câmara de Ponte de Sor, onde será entregue um documento que manifesta a insatisfação dos utilizadores da ponte.

Em declarações à agência Lusa, Rosário Alves, uma das promotoras da ação de protesto, explicou hoje que os moradores e visitantes da aldeia vivem "numa situação de impasse", porque até esta altura não foi encontrada uma solução para o problema.

No documento que vai ser entregue à junta de freguesia e ao município, a que a agência Lusa teve acesso, os moradores manifestam-se "tristes" com a situação.

Os habitantes recordam que, passados mais de 13 meses sobre a intempérie que destruiu o pontão, continuam a ter de utilizar uma alternativa "mais longa quatro quilómetros, em terra batida esburacada".

E o mau estado dessa alternativa é tal que as ambulâncias, "por vezes, não a utilizam [porque] danificam as viaturas", o que faz com que os moradores de Foros do Mocho se sintam "ainda mais excluídos".

O pontão, que ficou destruído a 13 de dezembro de 2022, situa-se no troço rodoviário que faz a ligação da Estrada Nacional 2 (EN2) à localidade de Foros do Mocho, na freguesia de Montargil, e, desde então, o acesso rodoviário à aldeia ficou limitado.

Na altura, o Município de Ponte de Sor, em paralelo com a criação de um caminho alternativo, contou também, em janeiro de 2023, com o apoio do Exército Português, que instalou uma ponte militar sobre as águas da Barragem de Montargil, para acesso à aldeia.

A 24 de outubro de 2023, o presidente da Câmara de Ponte de Sor, Hugo Hilário, explicou à Lusa que, no dia 12 desse mês, foi aprovada uma resolução em Conselho de Ministro no sentido de avançar com a construção da ponte, num investimento de "cerca de um milhão de euros".

De acordo com Hugo Hilário, para avançar com a construção da nova ponte seria necessária essa resolução aprovada para "legitimar" o Ministério do Ambiente e, posteriormente, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e, por fim, possibilitar à autarquia avançar com a obra.

Contactado hoje pela Lusa, Hugo Hilário explicou que, nesta altura, o Ministério da Finanças tem de "aprovar" o crédito especial para as cheias, para que a APA possa assinar um protocolo com o município para que este possa avançar com a obra.

O pontão que foi destruído pelas intempéries de dezembro de 2022 foi construído no final da década de 50 do século passado, aquando da edificação da barragem de Montargil.

Enquanto não é construída a nova ponte, o município gasta mensalmente, segundo Hugo Hilário, "cerca de 10 a 15 mil euros" para manter as ofertas alternativas à circulação para acesso à aldeia.

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