Nuvem vulcânica retém peregrinos nos aeroportos das ilhas atlânticas

por RTP
José Coelho, Lusa

O presidente do governo regional dos Açores, Carlos César, foi um dos passageiros impedidos de viajar para o continente pelo encerramento dos aeroportos locais, pelo menos até às 18 h de hoje. Também no aeroporto do Funchal, cuja reabertura estava prevista para as 13h, uma comitiva de peregrinos e religiosos se viu impedida de viajar.

Voltam hoje a estar encerrados os aeroportos de Faro e das ilhas, devido à nuvem de cinzas vulcânicas. A nuvem vulcânica permanece hoje sobre território português e determina o encerramento dos aeroportos de Açores, Madeira e Faro. Sobe agora a mais de 140 o número de voos cancelados pela TAP e a cerca de 30.000 o número de passageiros afectados desde sexta feira.

Sofia Azevedo, diretora de Comunicação e Imagem da NAV-Portugal, declarou à agência Lusa que se mantém "a suspensão da prestação de serviço nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. No continente, o aeroporto de Faro é o único onde não está a ser prestado serviço de tráfego aéreo, neste momento".

A mesma responsável da NAV sublinhou que os aeroportos de Lisboa e Porto estão agora a "funcionar normalmente".

Em Espanha, há oito aeroportos encerrados: todos os do arquipélago das Canárias e três do continente (Jerez, Sevilha e Badajoz.

Impacto na visita papal

A visita do papa, entretanto já desembarcado no aeroporto de Figo Maduro, não é directamente afectada pela nuvem de cinzas vulcânicas. Mas, na Madeira, o bispo do Funchal e a Imagem Peregrina de Fátima não puderam partir para o continente. Também a comitiva madeirense que era suposto acompanhar a visita permanece no Funchal.

A Imagem Peregrina de Fátima deveria ter regressado ao Continente na tarde de segunda feira, após uma visita de sete meses à Diocese do Funchal. As despedidas já foram feita no aeroporto do Funchal, mas a comitiva aguarda ainda a luz verde para a partida

Perspectivas incertas para os próximos dias

Uma investigadora do Centro de Vulcanologia da Universidade dos Açores, Teresa Ferreira, citada pela Lusa, observou entretanto que, "na previsão para as próximas horas, verifica-se uma redução nas cinzas a maior altitude, mas a baixa altitude a tendência é para se manter ou até para alastrar".

A observação, a confirmar-se, não é de bom augúrio para a retomada irrestrita do tráfego aéreo, porque são precisamente as cinzas a mais baixa altitude que constituem maior perigo para os aviões. Mas a melhoria da situação poderá ser favorecida pela chuva, que "facilita sempre a dispersão da nuvem de cinzas".

 

pub