A Procuradora-Geral da República designou uma equipa que vai trabalhar em exclusividade para concluir, com celeridade, o inquérito da Operação Tutti-Frutti.
A equipa é composta por cinco magistrados do Ministério Público e cinco inspetores da Polícia Judiciária, apoiados por um especialista de perícia científica que tratará das pesquisas informáticas. Foi declarada a excecional complexidade do processo.
"Aliadas ao tempo decorrido, ao volume do processo e ao acervo
documental objeto de análise, impuseram a adoção de tais medidas visando
a célere conclusão da investigação, de modo integrado e coordenado, com
reforço da capacidade e da eficácia de resposta", precisa o comunicado.
A PGR defende que o inquérito trata factos de grande sensibilidade e evidente repercussão social que impuseram a adoção destas medidas.
"O inquérito tem por objeto factualidade de grande sensibilidade e evidente repercussão social, avultando atecnicidade da matéria, a natureza e volume das diligências já realizadas e das que importará ainda realizar e a qualidade e funções das pessoas visadas, tendo sido declarada a sua excecional complexidade", pode ler-se na nota enviada à comunicação social.
Em causa está uma investigação iniciada em 2016 e divulgada em 2018 sobre alegados favorecimentos de dirigentes políticos a militantes do PSD e do PS, envolvendo juntas de freguesia de Lisboa e a câmara municipal da capital.
Em maio, uma reportagem da TVI/CNN denunciou uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.
De acordo com a TVI/CNN, que cita uma investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, Medina é suspeito em processos que remontam ao tempo em que era presidente da Câmara de Lisboa, incluindo o caso 'Tutti Frutti'. Em causa estão alegados crimes de corrupção, abuso de poder e uso ilícito de cargo político, entre outros.
A notícia adianta ainda que há dezenas de escutas e centenas de e-mails que envolvem não só o atual ministro das Finanças, mas também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, na altura número dois de Medina na câmara de Lisboa.
Os dois ministros negaram ter sido ouvidos pelo Ministério Público no âmbito destas suspeitas.
c/ Lusa