Lei de estrangeiros aprovada, acordo com o Chega e voto contra do PS
Líder do PS revela que foi contactado pelo Governo para negociar hoje, às 10h30. "Não se pode falar de processo negocial" e fala de eleitoralismo
José Luís Carneiro falava aos jornalistas depois do debate e votação da Lei de Estrangeiros no parlamento. Revela que foi contactado pelo ministro da Presidência às 10h30, já na fase final da discussão na sessão plenária, conversas que duraram até à hora de almoço, altura da votação.
PSD diz que não fez acordo sobre combate à fraude nos apoios sociais
“O combate à fraude e aos abusos no que diz respeito aos apoios sociais fez sempre parte do nosso ADN, portanto, desse ponto de vista, nós não precisávamos de fazer nem nenhuma cedência nem nenhum acordo com qualquer partido”, assegurou.
O deputado insistiu que “no que diz respeito ao combate ao abuso e à fraude, o PSD e o Governo farão de tudo para que as prestações sociais sejam atribuídas a quem delas precisa”.
Hugo Soares falou ainda numa “porta aberta” para aprimorar os mecanismos de combate à fraude e ao “acesso injusto às prestações sociais”.
Lei de estrangeiros aprovada no Parlamento
Já o partido de André Ventura considerou "suficiente" o texto final.
"Saudamos o Governo por termos conseguido apertar algumas das normas previstas inicialmente e por reconhecer que há abusos na atribuição de apoios sociais que devem ser combatidos”, declarou no seu discurso a deputada Cristina Rodrigues.
Propostas do PS chumbadas
Montenegro na expetativa de que vários grupos parlamentares subscrevam alterações da Lei de Estrangeiros
O primeiro-ministro diz que o que interessa não são as contrapartidas para o Chega, mas sim para as pessoas. "O que nós queremos é contrapartidas para as pessoas, para os portugueses e para os imigrantes que nos procuram para poderem ter condições de vida dignas", respondeu.
Leitão Amaro destaca "posturas construtivas" da oposição
“Acredito que a visão que têm sobre os acordos bilaterais é uma ideia positiva que merece ser acolhida”, declarou.
“Percebo o esforço que tentam fazer no ajustamento dos prazos no reagrupamento [familiar], embora me pareça um excesso desadequado”, acrescentou, dirigindo-se à bancada socialista.
Quanto ao tema do visto para a procura de trabalho, “há duas divergências que nós temos”, nomeadamente “a ideia do ‘vai para Portugal e logo se vê’, sendo de baixa qualificação”.
Por fim, “essa verificação dos altamente qualificados e do visto de procura de trabalho deve ser feito no contexto de acordo de migração laboral com as empresas e com a sua coresponsabilização”, defendeu o ministro.
PCP diz que "não é isto que é uma política humanista"
"Multiculturalismo não funcionou nem funcionará", defende IL
"Desde os ingénuos que reclamam papéis para todos, aos sonsos de pele de cordeiro mas visão de lobo, aos ressabiados que não construíram e não querem que os outros construam, até aos ortodoxos que têm sempre a sua mesma cassete", enumerou.
"O PS não cabe em nenhuma destas categorias. O PS, ao longo dos últimos anos, teve uma visão pragmática errada com consequências graves para o país", apostando na "desregulação da imigração para continuar a ter uma economia de baixos salários e atrasar a evolução do país", acusou o antigo presidente da IL.
"O multiculturalismo não funcionou nem funcionará, precisamente porque as culturas e as sociedades e os valores não são iguais e nós temos a obrigação de defender os nossos", defendeu.
Livre aponta oportunismo político de lei "cheia de inconstitucionalidades"
Chega acusa TC de "deixar de servir o seu povo"
Falando no lugar de André Ventura, que está ausente na sessão desta terça-feira, a deputada afirmou que o TC decidiu conscientemente "preterir os direitos dos portugueses em relação àqueles que não têm ainda qualquer vínculo com o nosso Estado".
“Saudamos o Governo por termos conseguido apertar algumas das normas previstas inicialmente e por reconhecer que há abusos na atribuição de apoios sociais que devem ser combatidos”, acrescentou.
CDS critica esquerda e diz que "as regras têm de mudar"
PS considera que proposta "podia ter ido mais longe"
"Parece-nos, contudo, que podia ter ido mais longe nalguns aspetos, daí não acompanharmos a proposta nos termos em que é exposta", declarou o deputado socialista Pedro Delgado Alves.
"Uma vez que não acompanhamos politicamente soluções que aqui se encontram vertidas (…), formulámos um conjunto de propostas para procurar que a lei que daqui hoje saia seja mais equilibrada", acrescentou.
BE diz que "não está tudo bem com imigração"
Leitão Amaro: "Não governamos contra os tribunais"
"Nós não governamos contra os tribunais, só numa ditadura ou numa democracia iliberal, sem separação de poderes, é que um Governo ou uma maioria governa contra os tribunais. Não fazemos birras políticas, queremos é soluções", declarou.
"Herdámos uma situação preocupante de descontrolo nas entradas, de profundíssima desumanidade no tratamento dos imigrantes que chegavam. Essa situação tinha de mudar, está a mudar, mas hoje temos um passo decisivo para regular, tratar e integrar com humanidade".
"Governo está de consciência tranquila"
PSD e Chega alcançam acordo sobre a lei de estrangeiros
O Chega tinha como condição que a lei contemplasse a norma que desconta cinco anos para a Segurança Social antes de haver acesso a apoios sociais.
Tudo indica que haja uma formulação genérica sobre este ponto. Os dois partidos comprometem-se a trabalhar num futuro diploma o acesso a prestações sociais.
Lei dos Estrangeiros. Aprovação "sem garantias", diz o primeiro-ministro
O primeiro-ministro diz que mantém a porta aberta ao diálogo com todos. A lei é debatida e votada na terça-feira.
Parlamento discute e vota nova proposta de alteração da lei de estrangeiros sem entendimento garantido
A proposta apresentada pelo PSD e CDS mantém o prazo de dois anos de residência válida para pedir o reagrupamento familiar, mas admite que o prazo seja reduzido para um ano caso se trate de cônjuges que coabitaram com o requerente do reagrupamento familiar no ano anterior a este ter imigrado para Portugal.
O debate está marcado para as 10h00.
O documento entregue na semana passada na Assembleia da República alarga a possibilidade de pedido imediato, que já estava prevista para menores, a maiores incapazes a cargo do imigrante e ao pai ou mãe do seu filho.
Tal como na versão inicial, profissionais altamente qualificados ou com autorização de residência para investimento ficarão igualmente dispensados de qualquer prazo para pedir o reagrupamento familiar.
Pressões, alterações, aprovação sem garantia
Esta segunda-feira, o ministro da Presidência admitiu que a proposta apresentada pode ser alvo de alterações até à votação, tendo em conta que os vários partidos podem avançar com propostas de alteração.
O primeiro ministro admitiu que "não há garantias" de aprovação.
Do lado do PS, o vice-presidente da bancada do PS Pedro Delgado Alves adiantou que o partido quer a eliminação de prazos para o reagrupamento familiar de menores, cônjuges ou pessoas dependentes na lei dos estrangeiros e propõe que a regra geral seja um ano, em vez dos dois anos defendidos pelo Governo.
Para o Chega, o líder do partido André Ventura colocou como condição para um acordo em torno da lei de estrangeiros que a nova legislação estipule que os imigrantes tenham de ter cinco anos de descontos para poderem receber apoios sociais. Ventura disse na última noite estar confiante num entendimento.
A Iniciativa Liberal adiantou, também esta segunda-feira, que vai votar a favor da nova proposta de revisão da lei de estrangeiros, considerando que o novo diploma ultrapassa as dúvidas do Tribunal Constitucional.
c/Lusa