PJ realiza buscas na Câmara de Oeiras por suspeitas de corrupção

A Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara Municipal de Oeiras, no âmbito de uma investigação "a eventuais crimes de prevaricação, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio e abuso de poderes e violação de regras urbanísticas".

RTP /

Em comunicado, a PJ confirma as buscas na Câmara Municipal de Oeiras e “em empresas do setor turístico”.

A Polícia Judiciária teve como objetivo “a recolha de elementos documentais, com vista ao desenvolvimento e conclusão, tão breve quanto possível, das investigações em curso”.

De acordo com informações recolhidas pela RTP, em causa estão transferências bancárias suspeitas realizadas através de uma empresa municipal. As movimentações ultrapassaram cinco milhões de euros.
As suspeitas estarão relacionadas com contratos celebrados entre o município de Oeiras, liderado por Isaltino Morais, e a empresa Municípia (empresa de cartografia e sistemas de informação), da qual a autarquia é uma das acionistas.

O principal visado é o diretor-geral da empresa Municípia, tendo a PJ feito buscas também na casa de António Fernandes.

O presidente da Câmara de Oeiras diz que "soube das buscas" pela comunicação social e não sabe concretamente quais são as transferências suspeitas.

No entanto, dado o valor em causa, Isaltino Morais acredita que a investigação está relacionada com negócios em Nampula, Moçambique.

O presidente de Oeiras garante que, na sequência "de denúncias e notícias" há cerca de dois anos, a Câmara Municipal "promoveu uma auditoria externa” a estes negócios

Então a auditoria terá encontrado “alguma questão formal”, mas não encontrou "ilegalidades”.

Isaltino Morais também não entende que envolvimento a autarquia possa ter neste caso.

Ainda no âmbito desta investigação, a Polícia Judiciária esclarece, em comunicado que, para além das buscas na autarquia de Oeiras, também deu “cumprimento de mandados de busca (…) na Câmara de Grândola”.
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