Mais de 2.000 operacionais nos fogos em Arganil, Sabugal, Mirandela e Montalegre
Pelas 00:00, os incêndios do norte centro de Portugal Continental mobilizam no total 2.086 operacionais e 673 veículos.
O incêndio em Arganil, no distrito de Coimbra mantém-se ativo com 1.313 operacionais no terreno apoiados por 440 veículos, com fonte da ANEPC a sublinhar que está longe de estar controlado e que deve manter-se ativo esta madrugada e durante o dia.
O incêndio florestal no concelho do Fundão, com origem em Arganil, entrou ao início da noite de hoje no município de Castelo Branco, na freguesia de São Vicente da Beira, disse o presidente da Câmara Municipal, Leopoldo Rodrigues.
Em declarações à agência Lusa pelas 21:15, Leopoldo Rodrigues disse que as chamas passaram para Castelo Branco na freguesia de São Vicente da Beira, junto à localidade de Paradanta.
"Não me lembro de um incêndio com esta violência, o teto de fumo e a velocidade das chamas é impressionante", afirmou o autarca.
O incêndio em Sabugal, no distrito da Guarda mantém-se ativo com 381 operacionais apoiados por 100 veículos e assim deve também manter-se durante madrugada, de acordo com a mesma fonte.
O fogo em Sabugal deflagrou na sexta-feira à tarde.
Já o incêndio em Mirandela, no distrito de Bragança, que começou hoje às 17:00, mobiliza 272 operacionais e 93 veículos, de acordo com a Proteção Civil.
O vento tem sido um inimigo, visto que está a "soprar em direção às casas" e será mais um problema a juntar-se aos "muitos prejuízos agrícolas", que, para já, o autarca não consegue quantificar. "Queremos é salvar as pessoas", afirmou o presidente da Junta de Freguesia, Fernando Brás à Lusa.
O incêndio de Montalegre, no distrito de Vila Real mantém-se ativo com 120 operacionais no terreno apoiados por 40 veículos.
O incêndio vindo de Espanha e que entrou em Portugal na zona de Montalegre, tem três frentes ativas e colocou em perigo a aldeia de Vilar de Perdizes, onde a prioridade dos bombeiros foi defender casas e armazéns.
O alerta foi dado pelas 10:25 e, ao final da tarde, o incêndio lavrava em área de mato e pinhal e tinha três frentes, avançando uma delas em direção à zona de Soutelinho da Raia e ao concelho de Chaves.
De acordo com a Proteção Civil, os incêndios em Arganil, Sabugal, Mirandela e Montalegre são os mais preocupantes e os que mobilizam mais meios.
Fogo em Seia não dá descanso a populações e operacionais
Chamas incontroláveis entre a Covilhã e Castelo Branco
Castelo Branco ativa Plano de Emergência e Proteção Civil
Secretário-geral do PS exige que seja declarada situação de calamidade
"Há algo que tem de ser convocado, que tem a ver com a situação de calamidade, por que, para apoiar as populações, nomeadamente no plano da agricultura, no plano de reposição da produção agroflorestal, no domínio da reabilitação de infraestruturas e equipamentos industriais ou empresariais, associados ao mundo rural, e ao mundo da floresta, é necessário determinar a situação de calamidade", insistiu o dirigente socialista, em declarações aos jornalistas, durante uma visita à ilha do Faial, nos Açores.
José Luís Carneiro já tinha sugerido, no domingo, a convocação do Conselho Nacional da Proteção Civil, na sequência dos fortes incêndios que deflagraram em várias zonas do país, mas o primeiro-ministro, Luís Montenegro, veio, entretanto, pedir confiança no trabalho desenvolvido pelo Serviço Nacional de Proteção Civil no combate às chamas.
"Naturalmente que temos de confiar no dispositivo da Proteção Civil nacional, e mais uma vez, manifestar aqui a nossa solidariedade, perante todos os esforços que estão a ser realizados", realçou José Luís Carneiro, acrescentado que "outra questão é a dimensão política", de um Estado que "fez mal" ao não solicitar apoio à União Europeia, ao não determinar a situação de contingência, ao não convocar a Comissão Nacional de Proteção Civil e ao não declarar a situação de calamidade.
O secretário-geral do PS considerou também que as recentes declarações de Luís Montenegro, relativamente aos apoios europeus para o combate às chamas, revelam desconhecimento sobre a forma como funcionam esses mecanismos, para fazer face a situações como as que estão a ocorrer, atualmente, em Portugal.
"Eu próprio, quando tinha responsabilidades [no Ministério da Administração Interna] fui à Comissão Europeia, com os meus colegas europeus, não apenas exigir meios, mas também exigir que eles fossem preposicionados, para responder de forma mais eficaz", recordou o antigo ministro socialista.
José Luís Carneiro disse também não ter ficado satisfeito com os esclarecimentos prestados pelo Governo sobre esta matéria e garantiu que o grupo parlamentar do PS na Assembleia da República irá propor a criação de uma comissão técnica independente para apurar a "falta de condução política" neste combate às chamas.
"Uma comissão técnica independente que possa ilustrar o modo como faltou condução e acompanhamento político" neste processo, insistiu o secretário-geral do PS, recordando que, a este propósito, "basta ouvir os responsáveis de várias estruturas diretivas", "as associações humanitárias de bombeiros e até os autarcas" das áreas ardidas, que em seu entender, "têm sentido um vazio, particularmente, no acompanhamento político".
Na sua opinião, há três ministérios que são essenciais para uma melhor coordenação no combate às chamas (Administração Interna, Defesa Nacional e a Justiça), embora todos eles devessem ser coordenados pela Comissão Nacional da Proteção Civil que, na sua opinião, infelizmente não foi ainda convocada.
Questionado sobre se concorda com a pedido de demissão da Ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, exigido ontem pelo líder nacional do Chega, André Ventura, o secretário-geral do PS respondeu que a culpa pela má gestão da crise, não é apenas dela: "Não se pode apenas assacar responsabilidades a um ministro ou a uma ministra, e é por isso que se tem de pedir responsabilidades ao primeiro-ministro".
Dornelas do Zêzere continua sob ameaça do fogo
Foto: Jorge Esteves - RTP
Santa Comba da Vilariça cercada pelo fogo e sem bombeiros no combate
O fogo está a lavrar desde Mirandela, consumindo mato e ameaçando algumas habitações. A aldeia de Santa Comba da Vilariça tem agora chamas a "norte, ponte e nascente", adiantou Fernando Brás.
O incêndio começou 17:00 e, até às 21:30, o "combate está a ser feito por populares", disse o autarca. "Mobilizámos toda a gente e todos são poucos para esta tarefa", lamentou o presidente da junta de freguesia, que se queixa de não ver qualquer operacional a salvar a aldeia.
O vento tem sido um inimigo, visto que está a "soprar em direção às casas" e será mais um problema a juntar-se aos "muitos prejuízos agrícolas", que, para já, o autarca não consegue quantificar. "Queremos é salvar as pessoas", afirmou Fernando Brás.
Nuno Bento é um dos moradores que está em prantos. "O fogo já está a chegar aos armazéns", contou à Lusa. Durante a tarde disse apenas ter visto a GNR a fazer o corte da estrada e um meio aéreo que fez "quatro descargas". Quanto a bombeiros, "nada, zero", vincou o habitante de Santa Comba da Vilariça, reiterando que o combate às chamas está a ser feito pelos moradores através de "tratores com cisternas, rega e lavragem".
O incêndio dirige-se agora para Vale Frechoso, outra aldeia de Vila Flor, próxima de Santa Comba da Vilariça.
Já em Vilares da Vilariça, Alfândega da Fé, a situação está agora mais calma. Os habitantes chegaram a estar confinados na igreja, por precaução, uma vez que também esta localidade está rodeada de chamas. Ainda assim, houve quem se recusasse a abandonar a própria casa.
Este incêndio está a lavrar desde domingo, pelas 14:00, e começou nas localidades de Frechas e Valverde da Gestosa. Entretanto, chegou ao concelho de Vila Flor, depois de passar o IP2, obrigando ao corte desta estrada.
Fogo no Fundão com origem em Arganil entrou em Castelo Branco
Em declarações à agência Lusa pelas 21:15, Leopoldo Rodrigues disse que as chamas passaram para Castelo Branco na freguesia de São Vicente da Beira, junto à localidade de Paradanta.
"Não me lembro de um incêndio com esta violência, o teto de fumo e a velocidade das chamas é impressionante", afirmou o autarca.
Acrescentou que o trabalho dos operacionais no terreno está a decorrer na defesa das povoações e na prevenção de novos focos no concelho.
Na tarde de hoje, o Serviço de Proteção Civil Municipal de Castelo Branco tinha lançado um alerta, pedindo à população das freguesias de São Vicente da Beira e de Almaceda para se manterem em confinamento e adotarem comportamentos de autoproteção, face à aproximação do incêndio que lavra no Fundão.
O alerta visava, nomeadamente, as populações das localidades de Paradanta -- onde o incêndio já chegou - Vale de Figueira, Partida, Ribeira de Eiras, Rochas de Cima, Pereiros e São Vicente da Beira.
Mais a sul, em Oleiros, também no distrito de Castelo Branco, os serviços municipais estão também em alerta e a adotar medidas preventivas, com máquinas de rasto e bombeiros no terreno, face à aproximação do incêndio.
Oleiros situa-se no oeste do distrito de Castelo Branco e tem o rio Zêzere como fronteira natural para a Pampilhosa da Serra (Coimbra), tendo ainda os concelhos do Fundão e Castelo Branco -- onde as chamas oriundas de Arganil já chegaram - como vizinhos.
Ouvido pela Lusa, Miguel Marques, presidente da Câmara Municipal de Oleiros, disse que a preocupação maior incide sobre a freguesia de Orvalho (na fronteira com Castelo Branco e Fundão) e de Cambas, sobranceira ao rio Zêzere e à Pampilhosa da Serra, onde o fogo atingiu, ao final da tarde, as freguesias de Janeiro de Baixo e Dornelas do Zêzere, ameaçando várias aldeias.
"Estamos a tomar todas as cautelas e medidas preventivas. As juntas de freguesia de Cambas e do Orvalho já alertaram a população para ter alguma contenção na circulação e na salvaguarda de alguns bens e animais que possam vir a estar nessa eventual linha de fogo", indicou o autarca.
O vento forte ditará a eventualidade, ou não, de o incêndio entrar no concelho de Oleiros. Estamos posicionados, temos também veículos de combate a incêndios na zona do Orvalho", afirmou Miguel Marques.
Do lado da Pampilhosa da Serra, onde as chamas lavraram ao longo do dia com bastante violência, impelidas por vento forte, a Câmara Municipal, numa publicação na rede social Facebook, pelas 19:45, informava que o incêndio no concelho "se agravou nas últimas horas, encontrando-se (...) num quadro muito pouco favorável".
"Os ventos fortes, com mudanças repentinas de direção, têm dificultado de forma significativa as operações de combate, tornando a situação altamente imprevisível", enfatizou.
O incêndio que deflagrou na freguesia do Piódão, em Arganil, pelas 05:00 da passada quarta-feira, estendeu-se depois a Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra (também no distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Covilhã, Fundão e Castelo Branco.
Pelas 21:50, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil, estavam no terreno, no incêndio com origem em Arganil, quase 1.300 operacionais, apoiados por 445 viaturas.
Fogo lavra descontrolado na Pampilhosa da Serra
Chamas sobem encostas na Covilhã
Tarouca com incêndio dominado apesar de manter pequena frente
"Temos uma pequena frente ativa a chegar ao rio Varosa, mas o incêndio já está controlado. Demo-lo como dominado pelas 21:00", disse à agência Lusa pelas 21:30 o comandante dos Bombeiros Voluntários de Tarouca.
Humberto Sarmento disse ainda que, "felizmente, este incêndio não provocou danos de maior, em edificado ou mesmo qualquer ferido" e, no essencial ardeu "maioritariamente mato e pinhal".
O alerta para o incêndio de Vilarinho, na freguesia de São João de Tarouca, concelho de Tarouca, distrito de Viseu, ocorreu pelas 19:00 de sábado.
Pelas 21:35 de hoje, combatiam o fogo 260 operacionais apoiados por 85 veículos, segundo a página oficial na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Presidente da Liga dos Bombeiros pede para ser ouvido pelo Governo
António Nunes defende mais autonomia, uma carreira e um estatuto remuneratório para os bombeiros. Pede ainda ao Governo para ouvir os bombeiros e ficou em silêncio quando foi questionado se os bombeiros estavam a ser ouvidos pelo poder político.
Covilhã. Marcelo esteve no velório de bombeiro que morreu no domingo
Foto: António Pedro Santos - Lusa
Na terça-feira, o primeiro-ministro e a ministra da Administração Interna vão marcar presença no funeral.
Marcelo Rebelo de Sousa diz que continua a cumprir a regra de não ir ao terreno do combate aos incêndios, mas quis estar presente no velório porque chegou a conhecer este bombeiro numa visita à Covilhã.
Combate aos incêndios. Chega pede debate de urgência no Parlamento
Montenegro pede "confiança total" no combate ao fogo
Por ter sido criticada a demora em acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, o primeiro ministro disse que tem regras, e não se faz com "palpites políticos".
Fogo atravessou a fronteira e lavra com três frentes em Montalegre
A informação foi avançada à agência Lusa pelo segundo comandante dos bombeiros de Montalegre, Miguel Monteiro, que referiu que o fogo esteve "muito perto de casas e armazéns" em Vilar de Perdizes, aldeia que já está "livre de perigo".
O alerta foi dado pelas 10:25 e, ao final da tarde, o incêndio lavrava em área de mato e pinhal e tinha três frentes, avançando uma delas em direção à zona de Soutelinho da Raia e ao concelho de Chaves.
Miguel Monteiro explicou que as dificuldades no combate a este fogo foram o vento inconstante e os declives acentuados, referindo que, durante o dia, não teve "grandes meios, principalmente aéreos".
"Chegou um par de alfas [meios aéreos] quase ao fim da tarde. Fizemos o que pudemos, mas com muito trabalho", afirmou o segundo comandante da corporação de Montalegre, no norte do distrito de Vila Real.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), depois de durante a tarde estarem no combate a este incêndio cerca de 60 homens, verificou-se um reforço de meios e, pelas 20:00, estavam mobilizados 114 operacionais, que contam com o apoio de 35 veículos.
Miguel Monteiro disse que este fogo veio de Espanha, da zona de Xinzo de Limia, e referiu que os bombeiros portugueses já andavam, inclusive, a ajudar os espanhóis "há quatro, cinco dias".
Aldeia de Meãs. Chamas consumiram colmeias, pinhal e videiras
Histórias da serra depois de passar o fogo, que descrevem como rápido e infernal.
Incêndio de Arganil estendeu-se à Pampilhosa da Serra
Foto: Fernando Andrade - RTP
Fundão. Em Castelejo, o fogo ameaça várias localidades
Incêndio na Covilhã. Aldeia de Erada o caminho do fogo
Dornelas do Zêzere. Aldeia de Pampilhosa da Serra cercada pelo fogo
Incêndio na Covilhã e Fundão. Populações lamentam falta de meios
Foto: Sérgio Ramos - RTP
Já arderam 185 mil hectares é para já o segundo pior ano desde a tragédia de Pedrogão, quando ainda não há nenhuma previsão para vencer estes incêndios.
Portugal com 59 fogos até às 17h00
Segundo o Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, num balanço sobre o dia de hoje quanto a incêndios, com dados até às 17h00, só no Algarve foram registadas sete ocorrências, a que se juntam cinco no domingo, numa região em que até há poucos dias quase não existiam incêndios.
O comandante disse que às 17h00 havia cinco ocorrências mais preocupantes em Piódão, Sabugal, Tarouca, Mirandela e Montalegre (Vilar de Perdizes), este um incêndio que começou em Espanha.
Chamas destruíram pelo menos quatro habitações em Oliveira do Hospital
"Temos duas habitações completamente destruídas na freguesia de Avô e duas parcialmente destruídas, uma na freguesia de Vila Pouca da Beira e outra na Aldeia das Dez", lamentou.
Em declarações à agência Lusa, o autarca sublinhou que o levantamento dos danos e prejuízos ainda está a ser feito no terreno, e disse já ter conhecimento de que várias explorações agrícolas foram atingidas.
"Temos outras situações de pessoas que perderam os seus anexos agrícolas e alfaias agrícolas. Os prados estão destruídos, há perda de charcas e reservas de água para animais", acrescentou.
De acordo com José Francisco Rolo, o município está a trabalhar em três frentes, sendo a primeira a da segurança, que está a ser coordenada pelo Gabinete de Proteção Civil para verificar as condições de segurança no terreno.
"Estamos a falar de verificar a absorção de estradas municipais, cablagens rebentadas, riscos de queda de árvores, riscos de derrocadas e deslizamentos de terras", concretizou.
A par da segurança, decorre em paralelo a avaliação do bem-estar psicológico das pessoas, bem como o levantamento das suas perdas materiais.
"Envolvemos aqui os senhores presidentes de junta, com a coordenação do Gabinete de Ação Social. Faremos o levantamento dos danos e prejuízos, freguesia a freguesia, para saber e responder às necessidades", informou.
À Lusa, o autarca indicou ainda que entre as freguesias mais afetadas pelas chamas estão a Aldeia das Dez, Avô, Santo Ovaia e Vila Pouca da Beira, Alvoco das Várzeas, Penalva de Alva e São Sebastião da Feira, Lourosa e Nogueira do Cravo (Vendas de Galizes e Vilela).
"Por estimativa e que ainda está a ser atualizada, pensamos que tenham ardido cinco mil hectares", referiu.
O concelho de Oliveira do Hospital tem 88 localidades distribuídas por 16 freguesias ou uniões de freguesias.
Uma das frentes do incêndio de Arganil, que eclodiu na freguesia do Piódão, avançou na quarta-feira para Oliveira do Hospital.
Na altura, o autarca falou em "caos" e falta de meios.
Montenegro e Lúcia Amaral no funeral de bombeiro que morreu no domingo
O funeral vai realizar-se na terça-feira, pelas 10h30, na Covilhã.
Daniel Agrelo integrava o Corpo de Bombeiros da Covilhã e morreu na sequência de um acidente de viação ao final da tarde de domingo, quando se deslocava para um incêndio rural que tinha deflagrado na região.
O acidente ocorreu pelas 19h10, na aldeia de São Francisco de Assis, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco.
Resultaram ainda vários bombeiros feridos, um dos quais com gravidade, que se encontra internado em Coimbra e que está estabilizado.
Daniel Agrelo era casado e tinha um filho.
O velório decorre hoje no salão do Quartel dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, e o funeral realiza-se na terça-feira, às 10h30, para o cemitério do Peso.
Numa mensagem nas redes sociais, o primeiro-ministro expressou "profunda tristeza" pela morte de Daniel Agrelo, assinalando que "Portugal deve muito aos bombeiros".
Na mensagem, Montenegro desejou "rápida recuperação" aos quatro feridos do acidente, também bombeiros.
Também a ministra da Administração Interna e os seus secretários de Estado manifestaram "profundo pesar e consternação" pela morte do bombeiro da Covilhã.
Reacendimentos e fogos em concelhos vizinhos preocupam Câmara de Oliveira do Hospital
"O incêndio está nesta fase designado como dominado, mas tivemos vários reacendimentos, fruto do vento que está errático. O território continua sob a vigilância dos bombeiros no terreno, com o posto de comando de Oliveira do Hospital ativo no Centro Municipal de Proteção Civil", referiu.
Em declarações à agência Lusa, José Francisco Rolo explicou que estão a ser feitas operações com máquinas de rastos para criar faixas de descontinuidade e precaver eventualidades.
"Temos hoje um incêndio de grandes proporções a decorrer na zona da Covilhã e temos um outro incêndio ainda bastante ativo, com grande intensidade, na Barriosa, no vizinho concelho de Seia. Pode haver ali inflexões e o incêndio pode voltar a entrar no concelho de Oliveira do Hospital", indicou.
De acordo com o autarca, o incêndio que lavra no vizinho concelho de Seia (distrito da Guarda) "inspira muitos cuidados, daí o estado de alerta e vigilância e a presença dos bombeiros".
"Estamos a falar já de seis dias e em que houve desmobilização de meios. Foi a opção de comando do diretor nacional desmobilizar meios, o que nos obriga a que nos reorganizemos e coloquemos os nossos bombeiros no terreno, quando simultaneamente estão a participar em outras operações na região", acrescentou.
Uma das frentes do incêndio de Arganil, que eclodiu na freguesia do Piódão, avançou na quarta-feira para Oliveira do Hospital.
Na altura, o autarca falou em "caos" e falta de meios.
Fogo em Leiria está em consolidação e EN113 continua encerrada
Fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria adiantou à agência Lusa que os operacionais estão a "terminar a consolidação dos pontos quentes", mas o fogo "já não oferece qualquer perigo".
O alerta para o fogo em Vale Sumo, na União de Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça, no concelho de Leiria, foi dado pelas 13:03.
O incêndio chegou a ter uma frente ativa numa zona de mato.
De acordo com fonte do Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana de Leiria, o incêndio obrigou ao corte da EN113, em ambos os sentidos, entre os Olivais e a Quinta da Sardinha, que pelas 18:15 ainda se encontrava encerrada.
Fogo está a "querer entrar" em Unhais da Serra
Em declarações à agência Lusa, pelas 18:10, o presidente do município da Covilhã, Vitor Pereira, disse estar "muito preocupado e aflito" com a situação que se vive no concelho.
"Já não há palavras para caracterizar isto. Temos o fogo a lavrar e a querer entrar em Unhais da Serra. Também anda no Barco, Ourondo, Casegas, São Jorge da Beira, Grade. Já não tenho adjetivos", desabafou.
Vitor Pereira encontrava-se no Quartel dos Bombeiros da Covilhã, à espera da chegada do corpo de Daniel Agrelo, o bombeiro que morreu no domingo, num acidente de viação quando se deslocava para um incêndio rural e cujo velório decorre hoje, a partir das 18:30, nas instalações dos voluntários da Covilhã.
Parlamento decide quarta-feira sobre debate de urgência sobre incêndios
Castelo Branco emite alerta para São Vicente da Beira e Almaceda
Num comunicado enviado à agência Lusa, pelas 17:40, o Serviço Municipal de Proteção Civil apelou às populações das localidades de Paradanta, Vale de Figueira, Partida, Ribeira de Eiras, Rochas de Cima, Pereiros e São Vicente da Beira para "que adotem comportamentos de autoproteção e se mantenham em confinamento nas suas freguesias [São Vicente da Beira e Almaceda]", onde devem escolher uma zona segura para permanecer.
O alerta é justificado devido à aproximação ao concelho de Castelo Branco do incêndio que lavra em várias frentes no concelho vizinho do Fundão, "com grande extensão e gravidade".
A Proteção Civil Municipal pediu ainda à população para que "evite deslocações desnecessárias, para minimizar riscos e para não interferir com as operações de socorro".
É ainda importante que todos sigam as indicações das autoridades no terreno.
O incêndio que lavra no Fundão tem três frentes ativas que preocupam, uma proveniente do fogo da Covilhã em Silvares, uma frente que circundou Lavacolhos, e, outra, com progressão "mais devastadora", em direção à Enxabarda.
O incêndio que deflagrou na quarta-feira em Arganil evoluiu em várias direções, como Seia (Guarda), chegou na noite de domingo ao município da Covilhã e hoje passou para o concelho do Fundão.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
Mirandela. Moradores de Vilares da Vilariça confinados
A informação foi adiantada à agência Lusa pela Junta de Freguesia.
O fogo começou em Frechas e esta manhã tinha uma frente ativa, no Cachão, mas o vento provocou vários reacendimentos o que fez as chamas chegarem ao IP2.
Oito estradas nacionais cortadas em cinco distritos
Num comunicado relativo ao balanço das 16h20 de hoje, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adiantou que estão interditadas à circulação, nos dois sentidos, oito estradas nacionais (EN).
Assim, no distrito de Leiria com Coimbra está cortada a EN236, entre as localidades de Castanheira de Pera (distrito de Leiria) e Alfocheira (concelho de Lousã, distrito de Coimbra), e a EN113, no concelho de Leiria, entre o cruzamento para a Caranguejeira e o entroncamento para a Gordaria.
No distrito da Guarda, estão interditadas a EN233, entre as localidades de Pêga (concelho da Guarda) e Vila do Touro (concelho de Sabugal); a EN230, concelho de Seia, entre as localidades de Pedras Lavradas e Vide, e também a EN231, entre a localidade de Teixeira de Baixo e a EN230, que liga a Castelo Branco.
No distrito de Castelo Branco, está a EN230 com um corte nas proximidades das localidades de Unhais da Serra (concelho de Covilhã) e Pedras Lavradas.
No distrito de Coimbra está interdita a circulação no concelho de Pampilhosa da Será, na EN344, nas proximidades das localidades de Portela de Unhais e Casal da Lapa.
O distrito de Viana do Castelo tem também um corte ao trânsito na EN202, no concelho de Viana do Castelo, entre as localidades de Torre e Vila Mou.
Na nota de imprensa, a GNR lembra que o todo o território continental está sob situação de alerta e estão proibidas as queimas e queimadas, assim como trabalhos rurais com recurso a máquinas.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
Funeral de bombeiro da Covilhã realiza-se na terça-feira
O velório acontece esta segunda-feira a partir das 18h30 no salão do Quartel dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.
O bombeiro de 44 anos morreu na sequência de um acidente de viação quando se deslocava para um incêndio rural.
Outros bombeiros ficaram feridos, um dos quais com gravidade. Este bombeiro encontra-se internado em Coimbra.
Sabugal poderá declarar situação de calamidade
"Se as condições meteorológicas não se alterarem, será expectável que estes dois incêndios possam entrar em fase de resolução ainda hoje", referiu o autarca.
No entanto, o presidente da Câmara coloca a hipótese de pedir ao Governo a declaração de situação de calamidade pública devido aos prejuízos causados pelo fogo.
"Os prejuízos são muitos, vamos começar a fazer esse levantamento assim que a situação ficar resolvida. Avançar com o pedido de calamidade pública é uma opção que está em cima da mesa, porque os nossos agricultores e criadores de gado perderam muita coisa", afirmou.
Fogo em Leiria corta EN113
Fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria adiantou à agência Lusa que o fogo tem uma frente ativa e está a consumir uma zona de mato de difícil acesso.
"Estão a ser posicionados meios apeados", acrescentou, ao referir ainda que "algumas rajadas de vento também estão a dificultar o combate no terreno".
De acordo com fonte do Comando Territorial da Guarda Nacional Republicana de Leiria, o incêndio obrigou ao corte da EN113, em ambos os sentidos, entre a zona dos Olivais e a Quinta da Sardinha.
O alerta para o fogo em Vale Sumo, na União de Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça, no concelho de Leiria, foi dado pelas 13:03.
Pelas 15:44, estavam no terreno 129 operacionais, apoiados por 37 viaturas e cinco meios aéreos.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
Regionalização permitiria ter maior conhecimento das realidades e maior proximidade
Foto: Jorge Esteves - RTP
As críticas de Luísa Salgueiro à forma como o PSD tem tratado os temas da regionalização e da descentralização.
Ventura acusa MAI de "desconsideração" e "desprezo"
O líder do Chega considera que Maria Lúcia Amaral "não tem nenhuma capacidade de continuar a ser ministra".
Vento não dá tréguas no combate às chamas na Covilhã
Homem de 69 anos identificado por incêndio florestal
“No âmbito de uma investigação, na sequência de um incêndio rural que deflagrou na aldeia de Vale Vicente, na localidade de Campelo, os elementos do SEPNA apuraram que o incêndio, que consumiu cerca de 28 hectares de terrenos agrícolas e florestais e que colocou em risco a referida aldeia, teve origem num curto-circuito num equipamento elétrico, tendo sido o seu proprietário identificado”.
Meios muito dispersos e situação "muito, muito preocupante" na Covilhã
Miguel Pereira da Silva - Lusa
Incêndios. Marcelo quer conhecer propostas da Liga dos Bombeiros
Filipe Amorim - Lusa
Quanto à atuação política nas últimas semanas, António Nunes sugere que a Liga não foi ouvida pelo Governo.
Defende que a Comissão Nacional de Proteção Civil já poderia ter sido convocada face ao que foi previsto para as últimas semanas.
No final desta reunião com o presidente da República, que durou cerca de 20 minutos, António Nunes revelou que ficou agendada uma nova reunião para a próxima semana para apresentar propostas concretas.António Nunes adiantou ainda que ouviu de Marcelo Rebelo de Sousa um voto de confiança no trabalho desenvolvido no terreno e uma mensagem de condolências pelo bombeiro que morreu ontem num despiste na Covilhã.
Oposição desfere críticas à postura do Governo durante incêndios
Foto: Jorge Esteves - RTP
Já o secretário-geral do PS acusa Luís Montenegro de incapacidade de liderança política e quer que seja convocada a Comissão Nacional de Proteção Civil.
Sul da Europa continua a ser afetado pelos incêndios
Foto: Marcelo Del Pozo - Reuters
Sete países enviam ajuda a Espanha, que enfrenta 23 grandes fogos
Espanha ativou em 11 de agosto o Mecanismo de Proteção Civil da UE por causa dos fogos, que estão a atingir, sobretudo, as regiões da Galiza, Castela e Leão e Extremadura, no noroeste e oeste do país e todas na fronteira com Portugal.
A Proteção Civil espanhola disse hoje estarem ativos, ao final da manhã, 23 incêndios com uma "situação operacional de maior gravidade" nestas três regiões que mobilizam milhares de bombeiros, assim como perto de 2.000 militares.
Para ajudar a combater os fogos, Espanha já recebeu ajuda de França e Itália na semana passada, que enviaram dois aviões Canadair cada.
Por outro lado, conta receber ao longo do dia de hoje e de terça-feira mais meios aéreos e equipas de bombeiros de França, Alemanha, Países Baixos, Finlândia, Eslováquia e República Checa, avançou Virginia Barcones, numa conferência de imprensa em Madrid.
Os incêndios têm coincidido com uma onda de calor de 16 dias em Espanha, que os serviços meteorológicos do país apontaram que deverá terminar hoje.
A ministra da Defesa, Margarita Robles, admitiu hoje de manhã que só uma descida de temperaturas poderá levar ao controlo dos fogos.
Quatro pessoas morreram nos incêndios em Espanha este verão e milhares permanecem temporariamente desalojadas, por terem sido retiradas de casa, de forma preventiva.
Dezenas de estradas estão cortadas no norte e noroeste do país, assim como todas as ligações de comboio de alta velocidade entre Madrid e a região da Galiza.
As chamas estão também a afetar zonas protegidas, como o Parque Nacional Picos da Europa, e as autoridades apelaram às pessoas que estão a fazer os populares Caminhos de Santiago para suspenderem os percursos, em especial os trajetos que passam pela região de Castela e Leão.
Os incêndios em Espanha este ano queimaram já 343 mil hectares, superando o recorde de 306 mil hectares registado em 2022 no país, indicam hoje dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
O recorde de área ardida registado pelo EFFIS num ano num país europeu são os 563 mil hectares calcinados em 2017 em Portugal, quando os fogos mataram 119 pessoas.
Funeral de antigo autarca que morreu em fogo na Guarda realiza-se terça-feira
Carlos Dâmaso, de 43 anos, é a primeira vítima mortal dos incêndios deste ano, e morreu enquanto combatia o fogo que deflagrou na aldeia vizinha de Pêra do Moço e avançava em direção a Vila Franca do Deão.
O corpo carbonizado do empresário agrícola foi encontrado ao final da manhã de sexta-feira, numa das suas propriedades, junto à sua terra natal.
Carlos Dâmaso presidiu à Junta de Freguesia de Vila Franca do Deão, no município da Guarda, durante 12 anos, tendo sido eleito pelo PS, e era novamente candidato à freguesia local nas autárquicas de 12 de outubro, mas desta vez pela coligação PG-PELA Guarda -- NC/PPM, do atual presidente da Câmara, Sérgio Costa.
Era casado e deixa uma filha de 11 anos.
O corpo vai estar em câmara ardente a partir das 14:00 de terça-feira na igreja de Vila Franca do Deão.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou já "sentidas condolências" pela morte de Carlos Dâmaso ao presidente da Câmara Guarda, Sérgio Costa, solicitando que as transmitisse à família.
Também o Governo, através do secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, lamentou a morte do ex-autarca de Vila Franca do Deão e enviou condolências à família.
Do incêndio resultou ainda um ferido grave, que foi transportado para a Unidade de Queimados da Unidade Local de Saúde (ULS) Universitária de Coimbra, onde ainda se encontra com "prognóstico reservado", disse à agência Lusa fonte da unidade de saúde.
Diogo Cecílio é enfermeiro no Hospital Sousa Martins, na Guarda, e sofreu queimaduras graves quando auxiliava os populares no combate às chamas em Vila Franca do Deão.
Numa nota publicada no site da Ordem dos Enfermeiros, o bastonário Luís Filipe Barreira manifestou solidariedade para com Diogo Cecílio.
"Sabemos que o colega está estável e internado na Unidade de Queimados da ULS de Coimbra, onde está a ser devidamente acompanhado. A nossa primeira palavra é para ele e para a sua família: estamos convosco", lê-se na nota de solidariedade
O incêndio começou pelas 10:44 de sexta-feira e alastrou aos concelhos de Trancoso e Pinhel.
A ocorrência entrou, hoje, em fase de resolução, segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Montenegro na Proteção Civil. Governo tem confiança total no dispositivo
Foto. António Pedro Santos - Lusa
Segundo o primeiro-ministro, que esteve na sede da Proteção Civil em Carnaxide, “mais de 90 por cento das ocorrências têm sucesso no chamado ataque inicial” e elogiou a “prontidão inicial no ataque durante os primeiros 90 minutos”. E apelou à “confiança nos nossos bombeiros”, que estão a “dar o máximo” e “temos o maior dispositivo de sempre”.
“Estamos em guerra e venceremos a guerra, desigual. Uma guerra contra a natureza e todos os efeitos que acabam por contribuir para uma propagação tão grande dos incêndios florestais”, frisou o primeiro-ministro, para deixar a garantia de que o Governo está a preparar “a reposição da normalidade”.
Quatro frentes ativas. Combate às chamas é difícil
Duas vítimas mortais em três semanas de incêndios
Foto: António Antunes - RTP
O carro onde seguia despistou-se num acidente que provocou ainda quatro feridos.
Frente do incêndio que começou em Arganil ameaça Covilhã
Foto: Jorge Esteves - RTP
Chamas avançam pela Serra da Argemela
Exploração de mirtilos na Lousã que ardeu em 2017 voltou a ser afetada pelo fogo
"Perdemos o coração da operação, o armazém, que é a base logística do pomar, com equipamentos, máquinas, câmara de frio, painéis solares. Era o investimento onde se acumulavam todos os equipamentos necessários nos últimos dez anos e o investimento era sempre prioritário no armazém", disse à agência Lusa Filipe Pratas, de 45 anos, que criou a Belaberry com a sua companheira, Raquel Misarela, de 44 anos, em 2015.
Além do armazém, o casal estima que cerca de 50% do pomar foi afetado pelo incêndio que deflagrou na quinta-feira, numa exploração com três hectares e meio, localizada no lugar do Carvalhal, na freguesia de Serpins.
Se no incêndio de 2017, dois anos depois de arrancarem com o projeto, viram cerca de 40% do pomar destruído pelas chamas, os prejuízos com o fogo deste ano serão maiores.
"Será, sem grande dúvida, acima de 200 mil euros de prejuízo", vincou Filipe Pratas.
Na sexta-feira, o incêndio estava no Candal, quando Filipe Pratas foi para o pomar, como ia todos os dias, para se preparar para o pior.
"Quando estou a caminho, percebe-se que o fogo está muito longe do pomar e que estava a ser combatido por meios aéreos. De repente, os meios aéreos saem do combate, em minutos, percebe-se que o incêndio se tinha descontrolado e estava a dirigir-se para nós", conta.
As chamas, que estavam a cerca de dez quilómetros da exploração, no espaço de duas horas chegaram ao pomar.
"Foi viver um pesadelo sem explicação, vê-lo a descer a serra e a atacar-nos por todos os lados, até ficarmos cercados e sem saber o que fazer: se arriscar mais a vida, se abdicar das coisas para preservar a vida", disse.
Sozinho, dentro do armazém e com a estrutura a arder, conseguiu tirar o trator e fugir da zona.
Segundo Filipe, todos os anos o casal fazia melhoramentos na exploração, que, além do incêndio de 2017, também tinha sofrido com as cheias de 2018.
"Nos últimos anos, consolidámo-nos no mercado nacional e a operação estava a tornar-se sustentável e com perspetiva de crescimento", conta.
Face aos danos sofridos, o casal decidiu criar uma campanha de angariação de fundos (https://gofund.me/1cb67879).
"Estamos profundamente agradecidos, porque as pessoas têm sido muito solidárias. Tem sido uma ajuda que até do ponto de vista emocional nos dá força para não desistir. É bom saber que as pessoas se preocupam e se importam", disse.
Filipe Pratas espera agora que surja um programa de apoios tal como em 2017 para poderem recuperar dos prejuízos provocados pelo incêndio.
Além disso, o empresário entende que é preciso dar resposta aos problemas estruturais que estão na base dos incêndios, apontando para o que há à volta da sua exploração -- eucaliptal abandonado e acácias.
"À nossa volta, é uma selva autêntica, com floresta descontrolada e desordenada", nota, entendendo que os terrenos deveriam ser atribuídos a pessoas com capacidade e vontade de cuidar deles, propondo que o Estado faça contratos de arrendamento gratuito de terrenos para jovens que se queiram instalar no interior.
Apesar de ser o segundo incêndio que o casal enfrenta no espaço de oito anos, continuam firmes na ideia de prosseguir o projeto começado em 2015.
"Desistir não tem sido uma opção. Já tivemos tantos contratempos, que, se fosse do nosso perfil, já o teríamos feito. Temos de encarar estes momentos e enfrentá-los", vincou.
343 mil hectares ardidos em Espanha, um recorde anual no país
O recorde de área ardida registado pelo EFFIS num ano num país europeu são os 563 mil hectares calcinados em 2017 em Portugal, quando os fogos mataram 119 pessoas.
Os fogos florestais em Espanha estão a atingir o noroeste e o oeste do país, em especial, as regiões da Galiza, Castela e Leão e Extremadura, todas na fronteira com Portugal.
A Proteção Civil espanhola disse hoje estarem ativos, ao final da manhã, 23 incêndios com uma "situação operacional de maior gravidade" nestas três regiões que mobilizam milhares de bombeiros, assim como perto de 2.000 militares.
Espanha ativou no dia 11 de agosto o mecanismo europeu de proteção civil e já recebeu ajuda ou conta receber ajuda ao longo do dia de hoje e de terça-feira, com envio de meios aéreos e equipas de bombeiros de França, Itália, Alemanha, Países Baixos, Finlândia, Eslováquia e República Checa, disse a diretora da Proteção Civil nacional, Virgina Barcones, numa conferência de imprensa em Madrid.
Os incêndios têm coincidido com uma onda de calor de 16 dias em Espanha, que os serviços meteorológicos do país apontaram que deverá terminar hoje.
A ministra da Defesa, Margarita Robles, admitiu esta manhã que só uma descida de temperaturas poderá levar ao controlo dos fogos.
Quatro pessoas morreram nos incêndios em Espanha este verão e milhares permanecem temporariamente desalojadas, por terem sido retiradas de casa, de forma preventiva.
Dezenas de estradas estão cortadas no norte e noroeste do país, assim como todas as ligações de comboio de alta velocidade entre Madrid e a região da Galiza.
As chamas estão também a afetar zonas protegidas, como o Parque Nacional Picos da Europa, e as autoridades apelaram às pessoas que estão a fazer os populares Caminhos de Santiago para suspenderem os percursos, em especial os trajetos que passam pela região de Castela e Leão.
Marcelo recebeu presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros
Segundo o presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros, o chefe de Estado apresentou “condolências aos bombeiros e em particular ao bombeiro falecido ontem”.
O presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros
Acrescentou ainda que Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma palavra de agradecimento a todos os bombeiros e “uma palavra de confiança pelo trabalho que estamos a desenvolver”.
António Nunes revelou ainda que na próxima semana vai decorrer uma reunião entre a Liga dos Bombeiros Portugueses e o presidente da República para ouvir as sugestões dos operacionais.
Bombeiro ferido com gravidade na Covilhã encontra-se estabilizado
"O doente em questão foi operado no domingo [nos Hospitais da Universidade de Coimbra] e está estabilizado", revelou a fonte.
Um bombeiro morreu e outro ficou ferido com gravidade, na sequência de um acidente de viação, com uma viatura operacional, na qual seguiam para um incêndio rural.
O acidente ocorreu na aldeia de São Francisco de Assis, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco.
Incêndio da Covilhã chega ao Fundão
"Os meios estão muito dispersos, os soldados da paz estão cansados. E a Corporação da Covilhã está desmoralizada porque lamentavelmente ocorreu a tragédia que vitimou um dos nossos soldados. O cenário é muito difícil".
Primeiro-ministro em Carnaxide. Estado de prontidão especial mantém-se até quarta-feira
Com Luís Montenegro na sede da Proteção Civil, em Carnaxide, para seguir as movimentações do dispositivo, o comandante nacional adiantou quel, havia, ao início da tarde, 27 ocorrências em resolução, conclusão e vigilância, a "empenhar 1.502 operacionais, 497 veículos e 12 meios aéreos".
"No total das ocorrências, temos 3.708 operacionais envolvidos, nas ocorrências ativas e em resolução", precisou Mário Silvestre.
O comandante quis ainda garantir que o SIRESP não tem apresentado falhas e que o dispositivo operacional está empenhado a 100 por cento.
Incêndio no Sabugal "complica-se"
Miguel Pereira da Silva - Lusa
Autarquia do Fundão "preocupada" com incêndio
José Pinto Dias - RTP
Isto numa altura em que a preocupação também é alimentada pelo aumento de temperaturas.
Associação florestal vai limpar cerca de quatro mil hectares na Serra da Estrela
Segundo João Castilho, técnico da Urze, a intervenção, numa área na ordem dos quatro mil hectares, diz respeito às operações integradas de gestão da paisagem e vai decorrer no Socorro e no Malhão (Seia), que integram o Parque Natural da Serra da Estrela, e Aljão (Gouveia).
Os concursos públicos para a aquisição dos serviços para aquelas operações foram hoje publicados em Diário da República. Têm um valor global na ordem dos três milhões de euros e são financiados na totalidade pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O prazo de execução varia entre os 240 e os 270 dias.
"Isto tem a ver com uma candidatura ao PRR para a alteração da paisagem dentro de um programa que envolve uma série de entidades", afirmou à agência Lusa João Castilho, referindo que o objetivo é alterar a paisagem, para ter uma gestão do território mais resiliente aos incêndios.
O técnico da associação esclareceu que a principal ação prende-se com a limpeza da floresta e algumas áreas agrícolas que estão ao abandono, sendo que os trabalhos incluem também a abertura de caminhos e plantações em algumas áreas, nomeadamente no Socorro e no Malhão.
"Dentro das áreas que temos planeadas para plantação, poderão atingir umas sete mil árvores. Agora vai depender da capacidade que exista depois para fazer essa plantação", declarou.
Quanto às espécies, serão plantados carvalhos, castanheiros, medronheiros e sobreiros.
De acordo com o seu sítio na Internet, a Urze, com sede em Gouveia e núcleo em Seia, é uma associação sem fins lucrativos criada em agosto de 1999. Tem como objetivo promover e apoiar o desenvolvimento das atividades ligadas à produção, exploração e conservação da floresta, de forma a defender os interesses dos seus associados.
A Direção-geral do Território explica, por seu lado, que as operações integradas de gestão da paisagem "definem no espaço e no tempo as intervenções de transformação da paisagem, de reconversão de culturas e de valorização e revitalização territorial, bem como o modelo operativo, os recursos financeiros, o modelo de gestão e o programa de monitorização a implementar nas áreas integradas de Gestão da Paisagem" (AIGP).
Já as AIGP visam "uma abordagem territorial integrada para dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural", segundo aquela direção-geral.
Incêndio em Mirandela dá tréguas
O incêndio deflagrou nas aldeias de Frechas, São Pedro de Vale do Conde e Valverde da Gestosa. A frente ativa arde no Cachão.
Pelas 0h00 desta segunda-feira, havia três frentes ativas e já havia alastrado ao concelho de Vila Flor, ameaçando a aldeia de Macedinho. Meste este foco ficou entretanto resolvido.
Às 11h25, eram 154 os operacionais no terreno, apoiados por 49 viaturas e um meio aéreo.
Avião da Força Aérea em missão de vigilância
"Este plano, de apoio à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), tem como principal missão garantir uma vigilância ativa e dar apoio pós-rescaldo à Proteção Civil no combate aos incêndios rurais", lê-se no mesmo comunicado.
"Estas missões revestem-se de importância no sentido em que permitem auxiliar as forças que se encontram no chão a atuar com maior rapidez e maior precisão no combate aos incêndios", sublinha o ramo das Forças Armadas.
"A missão do P-3C CUP+ totalizou mais de quatro horas de voo e contou com um analista da ANEPC a bordo da aeronave", conclui a Força Aérea.
Quarta vítima mortal dos incêndios em Espanha
O acidente ocorreu num caminho florestal, quando o camião-cisterna que conduzia o bombeiro que morreu se virou num terreno inclinado, disse o governo regional de Castela e Leão, no noroeste de Espanha e uma das regiões do país mais afetadas pelos fogos das últimas semanas na Península Ibérica.
Esta é a quarta morte nos incêndios deste verão em Espanha e a terceira na região de Castela e Leão.
Segundo informações oficiais, 19 grandes incêndios estão hoje ativos em Castela e Leão, que tem fronteira com Portugal.
Outros incêndios de grandes dimensões em Espanha afetam ainda as regiões da Galiza (noroeste) e Extremadura (oeste), ambas com fronteira com Portugal.
Milhares de pessoas permaneciam esta manhã temporariamente desalojadas, por terem sido retiradas de casa, em municípios como Leão, Palencia, Zamora ou Salamanca.
Por outro lado, 15 estradas, todas secundárias, estavam cortadas devido aos incêndios no noroeste e oeste do país.
O comboio de alta velocidade entre Madrid e Galiza continua hoje parado pelo sexto dia consecutivo.
Espanha espera uma descida de temperaturas a partir de hoje nas zonas mais afetadas pelos incêndios, depois de 16 dias consecutivos de onda de calor.
Em declarações hoje à rádio Cadena SER, a ministra da Defesa, Margarita Robles, admitiu que só uma descida de temperaturas poderá levar ao controlo dos fogos.
Mais de 70 mil hectares arderam em Espanha nos últimos dias e mais de 157 mil desde o início deste ano, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
As temperaturas elevadas e os incêndios também têm afetado nas últimas semanas outros países europeus, incluindo Portugal, Grécia e França.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, prometeu no domingo fornecer todos os recursos necessários às comunidades autónomas para extinguir os incêndios que assolam o país e propôs um "amplo pacto de Estado para mitigar a emergência climática".
Quatro frentes ativas e "algumas aldeias na linha de fogo"
"O fogo está descontrolado", enfatizou o autarca, apontando para quatro frente que "estão a preocupar mais" o dispositivo de combate.
"As maiores dificuldades tiveram a ver sobretudo com a questão do vento", observou.
Jorge Custódio adiantou que a Câmara irá colocar equipas no terreno para fazer o levantamento dos prejuízos, uma vez controlado o incêndio.
"Fogo totalmente descontrolado", avisa autarca de Pampilhosa da Serra
Ainda se vê chamas em redor da freguesia de Barco
Três bombeiros em situação estável
Dois dos bombeiros podem mesmo ter alta nas próximas horas.
Incêndio com duas frentes começa a ceder
"A noite correu bem, os trabalhos correram favoravelmente, porque a situação está consideravelmente melhor. Estamos a tentar fechar o incêndio, apesar de ainda se manterem duas frentes", afirmou o comandante dos Bombeiros Voluntários de Armamar, Nuno Fonseca, em declarações à agência Lusa.
Uma das frentes "é virada à povoação de Vilarinho, mas não está em perigo, e a outra a Tarouca e Valverde, mas sem que as populações estejam em perigo".
"Felizmente, estão a ceder aos meios que foram empenhados durante a noite e a perspetiva é que com a entrada dos meios aéreos agora pela manhã cedam ainda mais. Já temos um meio aéreo, espero que venham mais", enfatizou o responsável.
Incêndio continua por controlar
O incêndio lavra em duas frentes.
Fogo descontrolado obriga a cortar Nacional 344
A Estrada Nacional 344 foi cortada.
Fogo com 90% do perímetro consolidado
"O incêndio ao início da noite já tinha começado a ceder aos meios, apenas havia uma preocupação nas aldeias de Mós e Carviçais, no concelho de Torre de Moncorvo. A esta hora, 90 por cento do perímetro do incêndio está consolidado e a frente de Mós vai ter intervenção dos meios aéreos", indicou o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes, João Noel Afonso, ouvido pela agência Lusa às 8h00.
O incêndio deflagrou ao início da tarde de sexta-feira em Poiares, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, em território do Parque Natural do Douro Internacional. Propagou-se em seguida aos municípios vizinhos de Mogadouro e Torre de Moncorvo, igualmente no distrito de Bragança.
Este incêndio já consumiu mais de dez mil hectares de terreno.
Ministério da Administração Interna emite nota de pesar
"Em nome do Governo, o Ministério da Administração Interna dirige, neste momento trágico, uma palavra de solidariedade e sentidas condolências à família, aos amigos, à Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários da Covilhã e a todos os bombeiros".
A equipa do Ministério exprime, por último, "votos de rápida e plena recuperação aos quatro bombeiros que ficaram feridos neste trágico acidente de viação, que envolveu uma viatura dos Bombeiros Voluntários da Covilhã".
"Bombeiros de Portugal estão de luto e profundamente consternados"
"O lema 'Vida por Vida' viu, uma vez mais, um chamamento. Como suportar esta profunda dor? Às famílias dos bombeiros do Corpo de Bombeiros da Covilhã, expressamos a nossa solidariedade e profundo respeito", lê-se na nota.
"A Liga dos Bombeiros Portugueses apela à solidariedade de todos e exigirá responsabilidades".
"Nada pode ficar como antes, no respeito pela memória de todos os que dão a vida por nós", prossegue a entidade.
"A LBP em momento oportuno dará a conhecer a sua posição sobre a situação de calamidade que estamos a viver".
Chega pede demissão de ministra da Administração Interna
Foto: Pedro Rothes - RTP
Ventura acusa Lúcia Amaral de ter deixado os autarcas sozinhos a braços com a tragédia dos fogos nas últimas semanas.
O líder do Chega defendeu que o país necessita de uma ministra que "esteja no terreno e ao lado dos operacionais".
Incêndios. "Primeiro-ministro não se pode eclipsar"
Jorge Esteves - RTP
O secretário-geral do PS critica a forma como Luís Montenegro tem gerido politicamente o momento difícil que o país atravessa.
Emitido novo alerta para a população
"Face à extensão e gravidade da situação que se vive no concelho, a Câmara Municipal da Covilhã vem informar que o incêndio está fora de controlo, estando desenvolver-se numa área muito extensa e a partir de duas frentes (Erada e São Jorge da Beira), pelo que se apela a toda a população para que se proteja", alerta a Câmara no Facebook.
A autarquia adverte que, face à "violência e rapidez das chamas, os meios são manifestamente insuficientes para acorrer a todas as necessidades e o dispositivo no terreno terá de ter como prioridade defender pessoas e habitações".
O incêndio que deflagrou na passada quarta-feira na aldeia do Piódão, concelho de Arganil, propagou-se aos concelhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra, do distrito de Coimbra, Seia, no município da Guarda, e Covilhã, Castelo Branco.
Abrangidos mais de 80 concelhos do interior norte e centro e Algarve
Vários concelhos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Portalegre, Castelo Branco, Santarém. Évora, Beja e Faro estão em perigo muito elevado.
Devido à previsão de tempo quente, o IPMA colocou o distrito de Faro sob aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, até às 18h00 desta segunda-feira.
De acordo com dados provisórios, até 18 de agosto arderam 185.753 hectares, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
Um milhar de operacionais entre o Açor e a Estrela
- O dispositivo debatia-se, pelas 6h30 desta segunda-feira, com cinco grandes incêndios ativos e o mais grave continuava a ser o de Arganil. Este incêndio lavra desde a passada quarta-feira e sem dar tréguas;
- Perto de mil bombeiros estão mobilizados para o combate às chamas entre as serras do Açor e da Estrela;
- No concelho da Covilhã, a Câmara Municipal lançou na última noite um alerta de confinamento para mais de uma dezena de freguesias. As populações são aconselhadas a ficar em local seguro, perante a extensão e gravidade das frentes de fogo que lavram no sul do concelho;
- Os incêndios de Freixo de Espada à Cinta, Sabugal e Mirandela também permaneciam ativos ao início da manhã;
- Na Covilhã, a noite foi complexa. A autarquia confinou 12 freguesias na parte sul do concelho. Contudo, com a evoluir da situação ao longo da madrugada, a GNR acabou por ter de pedir a alguns habitantes para sair de casa. No Paúl, uma localidade deste município, há registo de dezenas de carros queimados;
- A população das aldeias de Paúl e de Barco descreveram momentos de pânico e apontaram falta de bombeiros;
- Em Arganil, onde subsiste uma frente ativa, o fogo já consumiu um terço do concelho;
- O fogo em Sátão e Trancoso, que abarcou 11 concelhos, foi dado como dominado durante a noite;
- O incêndio na Lousã entrou em fase de rescaldo. Mas nas últimas horas houve reacendimentos perto de Góis;
- Os incêndios das últimas semanas já causaram dois mortos e vários feridos. Além de um bombeiro, que morreu no domingo, um ex-autarca e candidato à freguesia de Vila Franca de Deão perdeu a vida a combater um incêndio no concelho da Guarda;
- O presidente da República transmitiu profundo pesar ao comandante da corporação do bombeiro vitimado e ao presidente da Câmara Municipal da Covilhã, pedindo que faça chegar a mensagem à família enlutada e às famílias dos feridos;
- O primeiro-ministro também reagiu à morte do bombeiro. Na rede social X, Luís Montenegro afirmou ter recebido com profunda tristeza a notícia do trágico acidente. Deixou ainda condolências aos familiares e desejou uma rápida recuperação aos feridos;
- O Governo prolongou a situação de alerta por mais 48 horas. Numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, justificou a decisão com as condições meteorológicas;
- Esta segunda-feira, o risco de incêndio ainda é máximo em quase todo o interior norte e centro de Portugal continental. Este risco deverá decrescer ao longo da semana. Mantém-se, ainda assim, elevado em muitas zonas do país, embora sem a gravidade das últimas três semanas;
- A área ardida é já 17 vezes superior à do ano passado. Os incêndios já consumiram mais de 172 mil hectares.
Um terço do concelho de Arganil está coberto de negro
Foto: Núria Melo - RTP
Chamas na Lousã destruíram terrenos e negócios
Foto: António Antunes - RTP
Sabugal com frente ativa com cerca de dez quilómetros
Sem direito a perguntas. Governo prolonga situação de alerta até terça-feira
Foto: António Pedro Santos - Lusa
Questionada sobre o ponto de situação dos incêndios e a comunicação com os autarcas das zonas mais atingidas, Maria Lúcia Amaral levantou-se e abandonou a sala.
As explicações do Governo e Presidência da República para ausências nos locais dos incêndios
Foto: António Pedro Santos - Lusa
Só no final da semana, presidente e primeiro-ministro anunciaram a interrupção das férias no Algarve.