Ponto de situação
- A Proteção Civil vai reavaliar esta quarta-feira o estado de alerta no país para os próximos dias, tendo já a informação meteorológica atualizada. Para já, continua em vigor até quinta-feira;
- Esta terça-feira, mais de 70 incêndios florestais e agrícolas eram combatidos por mais de 1500 bombeiros. Os três fogos que inspiram maior preocupação são os de Sirarelhos, no concelho de Vila Real, Caçarilhe, em Celorico de Basto, e Barbeitos, Arcos de Valdevez;
- Em Vila Real e Mondim de Basto houve alguns reacendimentos durante a tarde. Os bombeiros esperam que o incêndio que teve início no sábado possa entrar brevemente em resolução;
- Os incêndios florestais já consumiram, este ano, quase 42 mil hectares - oito vezes mais que no mesmo período de 2024, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
Estratégia de combate aos incêndios em debate na RTP3
Operacionais esperam que humidade ajude combate noturno ao fogo de Vila Real
Num balanço à agência Lusa pelas 23:45 de terça-feira, José Guilherme, segundo Comandante Regional do Norte, referiu que a situação estava mais calma, após um final de tarde com algumas reativações.
"Com a entrada da humidade, penso que vai ajudar o combate durante a noite", apontou.
Uma forte reativação na aldeia de Galegos da Serra obrigou ao confinamento da população. O confinamento é pedir às pessoas para ficarem em casa se houver condições de segurança ou que se concentrarem numa zona da aldeia considerada segura.
José Guilherme frisou, no mais recente balanço, que toda a população estava em segurança e que estão a decorrer trabalhos de consolidação nessa zona, que serão mais demorados.
Durante a tarde verificam-se ainda reativações em Fervença, Pardelhas, Ermelo e Currais, entretanto resolvidas.
Segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 23:45 de terça-feira estavam no local 595 operacionais, apoiados por 208 viaturas.
No concelho de Celorico de Basto, distrito de Braga, um fogo que deflagrou na segunda-feira à noite na freguesia de Caçarilhe e Infesta mantinha no local, pelas 23:45 de terça-feira, 237 operacionais, apoiados por 77 viaturas, após um reforço de meios nas últimas horas.
Fonte da ANEPC indicou à Lusa que este incêndio teve necessidade de reforço de meios ao final da tarde, devido à complexidade no combate.
No mesmo concelho, lavrava desde as 21:35 de terça-feira um fogo que teve início em Campelo e mobilizava 17 operacionais e cinco viaturas.
A Câmara de Celorico de Basto anunciou na terça-feira à tarde que ativou o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil, devido aos vários incêndios no concelho e face ao agravamento das condições meteorológicas.
"O despacho determina que a coordenação das operações será assegurada pelo Coordenador Municipal da Proteção Civil, em articulação com o Serviço Municipal de Proteção Civil, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), os Corpos de Bombeiros do Concelho, as forças de segurança e demais entidades com responsabilidades no âmbito da proteção civil", pode ler-se numa nota na rede social Facebook.
Ainda segundo a página da ANEPC, outra ocorrência significativa decorre em Galegos, Penafiel, distrito do Porto, um fogo que teve início pelas 18:00 de terça-feira e, pelas 23:45, mobilizava 65 operacionais e 19 viaturas.
A Proteção Civil tinha registado até às 17:00 de terça-feira 69 incêndios rurais, envolvendo 1.500 operacionais, 382 meios terrestres e 95 missões aéreas, e deverá reavaliar na quarta-feira o estado de alerta para os próximos dias.
Desde domingo que o território continental está em estado de prontidão especial de nível três, com duração prevista até quinta-feira.
Questionado na terça-feira sobre eventuais alterações no dispositivo para os próximos dias, Carlos Pereira, adjunto de operações da ANEPC, adiantou que "durante o dia de amanhã [quarta-feira]" será feita "uma reavaliação" do conjunto de recomendações e pré-posicionamento de meios em vigor.
Penafiel. Chamas avançam na freguesia de Valpedre
Fogos em torno de 3 aldeias preocupam bombeiros em Vila Real e Mondim de Basto
Bombeiros atingem níveis elevados de cansaço após semanas de combate
Foram detidos três suspeitos de fogo posto
Foto: RTP
GNR sem registo de vias condicionadas pelas 20
"A Guarda Nacional Republicana informa que, no dia de hoje, 05 de agosto, pelas 20:00, não possui registo de qualquer condicionamento à circulação rodoviária nas principais vias à sua responsabilidade, na sequência de incêndios rurais", lê-se numa nota da GNR.
Anteriormente, a GNR tinha informado que, pelas 17:45, estavam condicionadas ao trânsito a Autoestrada 28 (A28), no distrito de Viana do Castelo, a Estrada Nacional (EN) 304, em Vila Real, e a EN207, no Porto.
Na nota, a Guarda reforça que "a proteção de pessoas e bens, no âmbito dos incêndios rurais, continua a assumir-se como uma das prioridades da GNR, sustentada numa atuação preventiva e num esforço de patrulhamento nas áreas florestais", e relembra que "as queimas e queimadas são das principais causas de incêndios em Portugal".
Ao final da tarde, a Proteção Civil indicou que, até às 17:00, registou 69 incêndios rurais, envolvendo 1.500 operacionais, 382 meios terrestres e 95 missões aéreas.
Segundo Carlos Pereira, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no ponto da situação realizado na sede da ANEPC, em Carnaxide (Oeiras), até a essa hora três ocorrências requeriam alguma "preocupação", nomeadamente em Sirarelhos, concelho de Vila Real, Caçarilhe, em Celorico de Basto (distrito de Braga), e Barbeitos, Arcos de Valdevez (distrito de Viana do Castelo).
"Estas três ocorrências envolvem 727 operacionais, 257 veículos e 13 meios aéreos", revelou Carlos Pereira, acrescentando que, no mesmo período, foram assistidas seis pessoas e um bombeiro foi retirado para uma unidade hospitalar "com ferimentos leves".
Desde domingo que o território continental está em estado de prontidão especial de nível três, com duração prevista até quinta-feira, mas questionado sobre eventuais alterações no dispositivo para os próximos dias, Carlos Pereira adiantou que, "durante o dia de amanhã [quarta-feira]", será feita "uma reavaliação" do conjunto de recomendações e pré-posicionamento de meios em vigor.
Pelas 20:15, o incêndio que teve início às 23:45 de sábado, em Sirarelhos, no concelho de Vila Real, era o que mobilizava mais meios, sendo combatido por 607 operacionais, apoiados por 208 viaturas e três meios aéreos.
Este incêndio serpenteou a serra e entrou, no domingo, na área do concelho de Mondim de Basto, atingindo área do Parque Natural do Alvão.
Portugal continental está desde domingo e até quinta-feira em situação de alerta, devido ao elevado risco de incêndio, anunciou no sábado a ministra da Administração Interna.
Governo decide na próxima quinta-feira se prolonga situação de alerta
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Quarta-feira voltará a ser dia de tempo quente em Portugal
Esta quarta-feira desaparecem os avisos vermelhos e no litoral já são quatro os distritos a verde: Setúbal, Leiria, Lisboa e Faro.
O calor vai manter-se até ao próximo dia 13.
Voluntários de moto distribuem bebidas frescas aos bombeiros em Vila Real
Andreia Carvalho da Silva tem percorrido esta parte da serra do Alvão de moto-quatro com bebidas frescas e comida que distribui pelos bombeiros e também populares que estão no combate ao fogo que teve início sábado, em Sirarelhos, concelho de Vila Real, e que está com a situação mais controlada, mas ainda não está em resolução.
"Tem sido uma ajuda. O calor é muito, está como se pode sentir hoje. Dentro do mal conseguimos encontrar algumas partes boas: esta união das pessoas", afirmou à agência Lusa a fotógrafa e videógrafa independente, de 34 anos.
Estava no Alentejo, mas mal soube do fogo na serra do Alvão veio para Vila Real.
"A minha mãe tem uma casa aqui, é a primeira casa da aldeia de Mascoselo (...) Vim por aí acima porque não é possível ficar simplesmente a ver pela televisão e obviamente que queremos vir proteger tudo aquilo que é nosso, a nossa casa comum, a nossa natureza e até as nossas casas", salientou.
Andreia e outros voluntários da comunidade uniram esforços com os escuteiros que abriram as portas do Campo Regional de Atividades Escutistas, em Mascoselo, onde desde segunda-feira se começaram a recolher bens doados.
Dali partem de moto os voluntários para distribuição da ajuda, mas ali também se acolhe quem precisa de comer ou de se refrescar das altas temperaturas que se fazem sentir nesta zona.
"Houve aqui uma grande união, muito rapidamente, de uma hora para a outra estava tudo isto montado e isso foi muito importante", referiu Andreia Carvalho da Silva.
Enquanto circulam de moto, estes voluntários vigiam também as reativações do incêndio e dão o alerta.
"Esse é o nosso maior medo e é por isso que estamos de vigilância", afirmou.
Rui Dinis, militar da Força Aérea com 23 anos, é de Gontães e estava de férias na aldeia. De scooter percorre também a zona entre Arrabães, Gontães e Mascoselo a levar garrafas de água, maçãs e bolachas aos bombeiros que estão na frente do combate.
"Enquanto vou andando pela estrada da zona onde ardeu vai-se sempre vendo se há algum reacendimento para, se for necessário, chamar os bombeiros. É também para ajudar a manter a população um bocado mais calma e também para ajudar os bombeiros, que não têm um trabalho fácil", referiu Rui Dinis.
Estas não estão a ser, disse, "as férias que estava a imaginar".
O espaço dos escuteiros é uma espécie de "área de descanso" para os operacionais poderem comer e descansar.
"Temos muita sombra, aqui está mais fresco. Estamos cá para ajudar", referiu Raquel Ferreira, dirigente do Agrupamento 212, que explicou que ali se preparam sandes, bebidas energéticas e águas.
Estes escuteiros estavam a chegar de uma viagem a Roma (Itália), onde estiveram a participar no Jubileu quando foram chamados a ajudar.
Andreia Carvalho da Silva destacou a articulação com a Proteção Civil, com os bombeiros e os populares que tinham as cisternas e que "foram cruciais" para a primeira chamada, quando o fogo começou na parte de cima de Mascoselo". "Eu acho que foi até decisivo essa primeira linha", apontou.
O fogo percorreu a serra do Alvão, aproximou-se de várias aldeias como Pena, Currais, Gontães, Vila Cova, Mascoselo e entrou no concelho de Mondim de Basto.
"Felizmente foi possível controlar o fogo da parte superior da aldeia [Mascoselo], há a lamentar naturalmente a nossa paisagem natural e a floresta, temos aqui cedros quase centenários. Essa é a grande tristeza que vai ficar, mas como sempre a natureza é sempre melhor do que nós e consegue surpreender-nos e dar-nos mais oportunidades", referiu Andreia Carvalho da Silva.
Vila Real. Em Currais o vento não está a ajudar trabalho dos bombeiros.
Mais de 600 operacionais lutam contra incêndio com início em Vila Real
Fogos já consumiram quase 42 mil hectares, oito vezes mais do que em 2024
Cerca de 50 famílias pediram ajuda para repor tubos de água em Arouca
“Até ao momento, já perto de meia centena de famílias sinalizou a necessidade do apoio para tubos, com o investimento municipal a ultrapassar os 30 mil euros”, referiu fonte da autarquia.
O município anunciou um apoio para as pessoas afetadas pelos incêndios na aquisição de materiais necessários ao restabelecimento das ligações de água potável às habitações que não dispõem de ligação à rede pública de abastecimento de água, abrangendo igualmente ligações das águas para fins agropecuários.
São abrangidas as freguesias de Alvarenga, Santa Eulália, Tropeço, União de Freguesias de Canelas e Espiunca e União de Freguesias de Arouca e Burgo.
A 1 de agosto, a presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém, referiu que a principal preocupação da autarquia era “arranjar medidas e equipamentos para apoiar as pessoas”, nomeadamente aquelas que ficaram sem abastecimento de água potável.
A autarca disse, então, que havia muitas pessoas nesta situação, adiantando que fez um despacho excecional para garantir uma resposta imediata do município a essa necessidade, fornecendo a tubagem para as pessoas poderem repor a situação.
O incêndio que lavrou entre 28 de julho e sexta-feira em Arouca, e que alastrou aos concelhos de Castelo de Paiva e de Cinfães, foi combatido por mais de 700 operacionais e vários meios aéreos, tendo consumido uma área de floresta de cerca de quatro mil hectares.
O fogo provocou danos numa casa devoluta, alguns anexos agrícolas e pequenos danos em duas habitações, tendo ainda destruído parte dos Passadiços do Paiva, uma das principais fontes de receita para a economia de Arouca.
c/ Lusa
Associação de pirotecnia ameaça Governo com pedido de indemnização
Na carta dirigida a Maria Lúcia Amaral, hoje tornada pública, a ANEPE manifesta "a sua firme e inequívoca oposição" à decisão, considerando-a "manifestamente restritiva, desproporcionada, tecnicamente infundada e juridicamente insustentável".
Lamentando a falta de diálogo institucional e face à ausência de uma "concertação prévia" e os "impactos gravosos" que a decisão de restringir o uso de pirotecnia provocou ao setor, a ANEPE pede, "com caráter de urgência" que lhe seja comunicado "quais os apoios, compensações ou medidas de mitigação que o Governo se propõe implementar".
"Mais se adverte que, na ausência de qualquer esforço por parte desse Ministério para dialogar, esclarecer tecnicamente a matéria ou encontrar soluções viáveis, nos reservamos o direito de reclamar, pelos meios próprios, a devida indemnização por todos os prejuízos patrimoniais e não patrimoniais causados às empresas representadas, nos termos da responsabilidade civil extracontratual do Estado e da Administração Pública", ameaça a associação.
A ANEPE reitera "o pedido de audiência urgente" à ministra, esperando "desta feita, uma resposta institucional célere e compatível com os princípios da legalidade, da proporcionalidade e do dever de audição dos interessados".
Segundo noticiou hoje o Jornal de Notícias, outra associação representativa do setor, a Associação Portuguesa dos Industriais de Pirotecnia e Explosivos (APIPE), estimou em dois milhões de euros o prejuízo causado aos seus associados nos cinco dias em que vigora a situação de alerta no país.
A associação defende que o texto do despacho que declarou a situação de alerta desde domingo e até quinta-feira devido ao risco elevado de incêndio se limita a reproduzir despachos anteriores, mostrando "um desalinhamento grave entre a decisão administrativa e o quadro legal aplicável".
A ANEPE sublinha que o regime jurídico que regula o uso de pirotecnia já contempla "exigências rigorosas" no que diz respeito "à distância mínima de zonas florestais, bem como à presença obrigatória de meios de prevenção e combate a incêndios" e acrescenta que o trabalho colaborativo da associação com a Universidade de Coimbra demonstra "de forma cabal a inexistência de uma correlação direta entre a realização de espetáculos pirotécnicos devidamente licenciados e a ocorrência de incêndios florestais".
Portugal continental está desde domingo e até quinta-feira em situação de alerta, devido ao elevado risco de incêndio, anunciou no sábado a ministra da Administração Interna.
Assim, até quinta-feira, é proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.
A situação de alerta implica também proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo de artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.
Autarca de Vila Real aponta para "danos irreparáveis"
Alexandre Favaios disse que, neste momento, o foco está em combater o incêndio e defender as aldeias e as populações e que a avaliação dos prejuízos será feita num momento posterior.
"De facto, temos uma área ardida particularmente significativa, felizmente não temos casas, não temos habitações nem qualquer estrutura física que tenha sido danificada", referiu, adiantado ainda que se verifica "também algum prejuízo" na produção agrícola.
O incêndio teve início às 23:45 de sábado, em Sirarelhos, Vila Real, serpenteou a serra e entrou, no domingo, na área do concelho de Mondim de Basto, atingindo área do Parque Natural do Alvão.
"Os danos são irreparáveis. Vai demorar muitos anos a termos restabelecido aquilo que era esta beleza, esta paisagem única, esta biodiversidade, e isso apenas nos permite também fazer um apelo adicional que é: as autoridades competentes que investiguem, que avaliem e que levem aqueles que são responsáveis à justiça e que os punam de forma exemplar", afirmou Alexandre Favaios.
Só no sábado houve três ignições com início no concelho de Vila Real - São Cibrão, Arrabães-Torgueda e Sirarelhos - e, por volta das 00:30, na aldeia de Lamas de Olo surgiu um novo foco de incêndio que, segundo Alexandre Favaios, "felizmente foi resolvido".
Alexandre Favaios tem apelado a um reforço de meios no terreno, para "que sejam de alguma forma renovados, para permitir realmente ter uma estrutura robusta que ponha fim a este "flagelo" e a "este ataque ao território".
Durante a tarde, no combate, consolidação, rescaldo e vigilância vão permanecer 575 operacionais, dos quais 363 são bombeiros, 189 veículos e seis meios aéreos.
O autarca fez questão de deixar um agradecimento às populações, conselhos diretivos e às juntas de freguesia "pelo inúmero trabalho que foi complementar à força robusta que esteve no terreno a combater este incêndio".
Programa "Aldeia segura, pessoas seguras" ainda não chegou a todas as aldeias
Artur Neves diz que é preciso apostar mais na prevenção durante todo o ano.
Mulher de 50 anos suspeita de atear incêndio florestal em Sintra foi detida
O incêndio foi provocado com recurso a chama direta e combustível, numa área constituída por mato seco e denso de grandes dimensões e uma mancha florestal igualmente densa, tendo daí resultado perigo de propagação para bens patrimoniais, de valor elevado e perigo para a integridade física dos residentes das habitações ali existentes.
População de Braga procura praias fluviais para se refrescar
Calor extremo. Idosos são os mais vulneráveis
Incêndio em Vila Real com "três pontos sensíveis"
José Guilherme deixou também uma “palavra de solidariedade a toda a população que tem sido afetada pelo incêndio, e reconhecimento pela ajuda que tem prestado aos operacionais” e garantiu que não existe “nenhuma aldeia em perigo”.
No terreno estão 575 operacionais, acompanhados por 189 veículos e seis máquinas de rastro. Há o registo de ferimentos ligeiros em alguns bombeiros.
Cinco distritos do norte de Portugal em alerta vermelho
As temperaturas são ligeiramente mais baixas no litoral, com a exceção de Braga, onde os termómetros vão chegar aos 40.
O calor vai manter-se até ao próximo dia 13 de agosto.
Detidos três suspeitos de fogo posto
Incêndio em Mondim de Basto. Reacendimento ameaçou aldeia de Pardelhas
Foto: Estela Silva - Lusa
Secretário de Estado vê prevenção dos incêndios como questão "estrutral"
De acordo com o secretário de Estado, a legislatura anterior implementou um conjunto de medidas "muito relevantes" que tiveram "uma adesão fortíssima". Contudo, frisou que "estamos a falar da ação de um ano de Governo".
Repetindo que se trata de uma questão estrutural, Rui Rocha considerou que a prevenção "não deve ser repensada no momento do combate, tem de ser continuamente pensada".
"Estamos em permanente avaliação daquilo que são as medidas de prevenção que se impõem para que possamos colmatar ao máximo aquilo que hoje acontece em termos de necessidade de combate".
Questionado sobre o facto de o programa "Aldeia Segura" continuar incompleto ou não totalmente implementado em todas as regiões, o secretário de Estado explicou que este é um "programa de iniciativa local", que "decorre da vontade e da iniciativa das juntas de freguesia e das câmaras municipais".
"O Governo central, através da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, apenas disponibiliza alguns meios de sinalética, meios para os abrigos, meios de informação, formação", continuou, apontando que a questão deve ser dirigida aos autarcas.
"Condições extremas" na Península Ibérica aumentam risco esta semana
O alerta consta do Índice Climático de Incêndios entre hoje e 12 de agosto, divulgado hoje pelo Sistema de Informação sobre Incêndios Florestais, dependente do Serviço de Gestão de Emergência Copernicus.
Segundo o documento, citado pela agência noticiosa espanhola EFE, desde o início do ano foram detetados um total de 1.478 incêndios no território da União Europeia, mais 448 do que no mesmo período de 2024.
A área ardida este ano aumentou também de 164.967 para 353.862 hectares.
Detido por incêndio florestal em Amares
Após comunicação pela GNR de Amares, a PJ encetou ações de investigação e de recolha de prova no local, as quais vieram a resultar na identificação e detenção do suspeito.
O incêndio foi detetado ainda numa fase inicial por um residente da zona, sendo combatido pelos Bombeiros Voluntários de Amares.
Caso não tivesse sido extinto, rapidamente alastraria a habitações próximas e restante edificado ali existente e arvoredo das zonas adjacentes.
O detido, com 52 anos, será hoje presente à autoridade judiciária competente para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.
Incendiário reincidente detido por suspeita de fogo posto em Águeda
Em comunicado, a PJ esclareceu que deteve, fora de flagrante delito, o presumível autor de um incêndio florestal ocorrido na tarde de domingo, na freguesia de Belazaima do Chão, concelho de Águeda, no distrito de Aveiro.
A PJ refere que o suspeito, que foi detido com a colaboração do Grupo de Trabalho para a Redução de Ignições em Espaço Rural, (ICNF, GNR e PJ), tem antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, tendo já cumprido duas penas de prisão efetiva.
De acordo com a investigação, o suspeito terá ateado o fogo através do recurso a chama direta, em zona com bastante vegetação rasteira e seca inserida em mancha florestal de elevada dimensão, existindo ainda nas imediações diversas habitações e outras edificações.
A Judiciária realça que o incêndio só não assumiu proporções de maior gravidade porque foi detetado perto do seu início e dado o alerta de imediato, o que permitiu um combate rápido e eficaz.
“Não foi possível determinar qualquer motivação racional ou explicação plausível para a prática dos factos em investigação, sendo a atuação alicerçada num possível quadro de alcoolismo e uma forte compulsividade para a prática deste tipo de crime”, refere a mesma nota.
Segundo a PJ, o detido, de 37 anos, vai ser presente às autoridades judiciárias, na comarca de Aveiro, para primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação das medidas de coação.
Chaves. Detido em flagrante delito por incêndio florestal
A detenção ocorreu na sequência de um incêndio florestal que teve origem numa queima para derreter fios de cobre.
De acordo com o comando territorial de Vila Real, o suspeito foi detido e foi apreendido um isqueiro e 50 metros de cobre.
Mais de 500 bombeiros combatem incêndio em Vila Real
No entanto, o incêndio ainda não está controlado. As autoridades mantêm a prevenção perante o aumento da temperatura previsto para os próximos dias.
"A prevenção não existe". As críticas de Joaquim Leitão, ex-presidente da Proteção Civil
Joaquim Leitão argumenta que Portugal "sempre funcionou bem" em termos de coordenação e que essa foi uma ideia "errada" que se criou em 2017, considerando que se procurou transpor a responsabilidade de Pedrógão para o combate.
Para este especialista, a falha está na prevenção. "A nossa prevenção não existe", argumenta, considerando que o país tem problemas na gestão do espaço florestal e junto das povoações.
Dá como exemplo as dificuldades de acessos para os operacionais enfrentam a tentar chegar aos locais dos incêndios.
Joaquim Leitão considera que os meios têm dado respostas adequadas. Quanto a um eventual pedido de ajuda a nível europeu, aponta para o contexto difícil em toda a Europa do Sul.
Vila Real. Incêndio continua difícil de controlar
As chamas alastraram a Mondim de Basto. A situação mais complicada durante a noite foi na localidade de Pardelhas.
Pelas 8h00, estavam no terreno 634 operacionais, apoiados por 214 meios terrestres.
Autoridades de saúde alertam para riscos de onda de calor até dia 13
Numa nota conjunta, a Direção-Geral da Saúde (DGS), a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) alertam para os impactos da manutenção de temperaturas elevadas na saúde da população e chamam a atenção para a necessidade de as pessoas se manterem hidratadas, bebendo pelo menos o equivalente a oito copos de água por dia.
Alertam igualmente para a importância de se evitarem bebidas alcoólicas e com cafeína e avisam a população que deve permanecer em ambientes frescos ou climatizados, com sombras e circulação de ar, pelo menos duas a três horas por dia, mantendo janelas, persianas e estores fechados nos períodos de maior calor, ou em zonas com risco de poeiras dos incêndios.
Aconselham igualmente a população a evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11:00 e as 17:00, usar sempre protetor solar com fator igual ou superior a 30, renovando a aplicação a cada duas horas, inclusive após banhos na praia ou em piscinas.
As autoridades de saúde lembram ainda a importância de se usar roupas claras, leves e largas, que cubram a maior parte do corpo, chapéu e óculos de sol com proteção ultravioleta, assim como de evitar atividades no exterior que exijam grandes esforços físicos.
Aconselham a que se viaje nas horas de menor calor, lembrando que estão previstas temperaturas acima dos 40ºC na região do Alentejo e no interior das regiões Norte e Centro e que as temperaturas mínimas também vão permanecer elevadas, mantendo-se acima dos 20º no interior do país.
A nota recorda a importância de dar especial atenção aos grupos mais vulneráveis ao calor, como as crianças, pessoas idosas, doentes crónicos, grávidas e trabalhadores com atividades no exterior, acompanhando as pessoas que vivam isoladas.
Em caso de emergência, e se apresentar sinais de alerta como suores intensos, febre, vómitos/náuseas ou pulsação acelerada/fraca, as autoridades aconselham a população a contactar a linha SNS 24, através do número 808 24 24 24, ou a ligar para o número europeu de emergência 112.
A DGS, DE-SNS e INSA dizem ainda estão a acompanhar em permanência a situação meteorológica e o seu impacto na saúde, reforçando as medidas do Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde, em articulação com as estruturas regionais e locais.
Portugal continental está desde domingo em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio, uma situação que se manterá, pelo menos, até quinta-feira.
Presidente da ANEPC garante meios suficientes para combate a incêndios
“Não estamos numa situação limite porque o dispositivo ao longo do dia de hoje, por exemplo, tivemos 94 incêndios e felizmente só este [incêndio de Vila Real] é que constitui notícia. Portanto, os 93 por cento que temos tido de eficácia no ataque inicial está aí demonstrado”, explicou José Manuel Moura.
O presidente da ANEPC afirmou também que todas as vertentes controláveis estão a ser controladas. Sobre o Parque Peneda-Gerês, que teve um incêndio a lavrar durante uma semana, José Manuel Moura acredita que nada falhou mas que acredita numa avaliação posterior ao que aconteceu.
“Se lhe disser que tivemos bombeiros a fazer rapel e descer determinados precipícios para conseguir fazer frente a algumas frentes de fogo e poder dominar alguns focos que subsistiam em manter-se ativos... foi um trabalho hercúleo”.
Sobre o mecanismo europeu, José Manuel Moura acredita que muita gente não percebe como funciona, mas que quando o país é assolado por catástrofes pedem ajuda a Bruxelas e existem outros países que dão ajuda.
Dados os exemplos de Espanha e Itália, que passam por momentos conturbados também por culpa dos incêndios, o presidente da Proteção Civil acredita que não há justificação para ativar o mecanismo e que o dispositivo português tem conseguido dar resposta e não está esgotado.
“Nesta situação de alerta, no dia de hoje, está a conseguir chegar aos seus objetivos. Desde logo, a redução do número de ignições. Tentamos esmagar este número porque com menos ignições há mais dispositivo que sobrará para poder fazer face a mais ocorrências”.
Sobre o incêndio que lavra em Vila Real e que chegou a Mondim de Basto, José Manuel Moura admite que se trata de uma situação limite e que só os operacionais no terreno podem avaliar a situação: “Um teatro de operações desta grandeza tem potencial para que coisas corram menos bem e isso é uma constatação”.
Questionado sobre os próximos dias, especialmente devido às altas temperaturas, José Manuel Moura garantiu um dispositivo preparado e pré-posicionado por todo o território nacional, para [os meios] estarem mais perto de possíveis problemas.
O presidente da ANEPC falou também das ignições noturnas que estão a ocorrer durante a noite e acredita que podem ter mão criminosa e explicou que há grande preocupação para os próximos dias pela “condições severas” que se vão viver.
A finalizar, José Manuel Moura foi questionado pelo número de operacionais e revelou um número superior a 18 mil pessoas, 80 por cento que fazem parte de corpos de bombeiros.