Foto: João Marques - RTP
Os maiores serviços de urgências do país continuam a debater-se com dificuldades. Só na segunda-feira, o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tinha mais de meia centena de doentes à espera de internamento. Esta terça-feira, o diretor clínico da unidade, Rui Tato Marinho, assinalou que se mantém "a pressão". "Mas estamos a fazer o nosso trabalho", acrescentou.
"Há muitas pessoas com doenças no serviço de urgência, em maca. Muitas delas são pessoas de idade, os avós e os país do nosso país, que têm situações complexas. Implicam vários exames complementares, radiografias, às vezes TAC, análises. Têm de ser observados por vários especialistas. Pode demorar muito tempo a investigação de alguém no serviço de urgência", sublinhou ainda Rui Tato Marinho.São agora uma centena os doentes "em circulação" na urgência.
O diretor clínico do Hospital de Santa Maria deixou, uma vez mais, um apelo para que os utentes recorram, em primeira instância, aos centros de saúde.
Pediatria. Pedidos de escusa e sazonalidade
Por sua vez, a diretora de pediatria de Santa Maria, Ana Isabel Lopes, abordou os condicionamentos que se fazem sentir no seu serviço.
"Nas últimas semanas, particularmente desde o encerramento das urgências pediátricas do período noturno, em alguns hospitais da Área Metropolitana, a situação agudizou-se", afirmou.
Ana Isabel Lopes associou também esta situação ao "número significativo" de pedidos de escusa de horas extraordinárias adicionais por parte de médicos do serviço.
Isto a somar à "questão da sazonalidade": "O aumento da incidência da patologia respiratória, designadamente em crianças muito pequenas, a clássica bronquiolite, pelo tão famoso vírus respiratório sincicial, que já fez a sua aparição há umas semanas e que vai crescer exponencialmente ao longo das próximas semanas".