Primeiro-ministro recebido no Crato por elementos da PSP e GNR em protesto

por Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, foi hoje recebido com um protesto no Crato, Portalegre, por cerca de 30 elementos da PSP e GNR que reivindicam melhores condições salariais.

O governante, ao sair da viatura em que seguia, cumprimentou duas a três entidades locais e escutou, em sentido, o hino nacional cantado pelos polícias e militares em protesto, não tendo comentado a ação nem cumprimentado qualquer desses elementos.

António Costa esteve esta manhã no Crato a presidir à cerimónia alusiva ao reforço de verbas para a construção do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato, projeto também conhecido por Barragem do Pisão.

Em declarações aos jornalistas, após cantarem o hino ao primeiro-ministro, António Barreira, da Associação de Profissionais da Guarda, disse que elementos da PSP e da GNR marcaram presença no Crato para mostrar ao governante que "não podem descer mais" na carreira, exigindo dessa forma "dignidade e respeito".

"Queremos mostrar o nosso desagradado, dentro do respeito", acrescentou.

António Barreira sublinhou que "não estão contra ninguém" neste protesto, mas que exigem o "reconhecimento" da profissão.

O representante da Associação de Profissionais da Guarda apelou ainda para que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entre em contacto com os polícias que estão em luta, manifestando dessa forma um "ato de carinho".

"Gostávamos que o senhor Presidente da República viesse ter connosco, seja aqui, seja na Assembleia da República, nem que seja para tirar uma ´selfie`, nós ficávamos contentes com esse ato de carinho", disse.

Os polícias voltaram hoje, pelo sexto dia consecutivo, aos protestos, numa iniciativa que começou com um agente da PSP em frente à Assembleia da Republica, em Lisboa, e está a mobilizar cada vez mais elementos da PSP e da GNR, bem como da guarda prisional.

A contestação dos elementos da PSP e dos militares da GNR teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da PSP e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.

Os protestos dos polícias estão a ser organizados através de redes sociais como Facebook e Telegram.

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