Projeto de lei de reposição de freguesias aprovado na Assembleia da República

O projeto de lei sobre a desagregação de freguesias aprovado, esta sexta-feira, na Assembleia da República. O Parlamento discutiu e votou a proposta que prevê a reposição de 302 freguesias, incluindo duas que tinham sido extintas, até aos seus limites territoriais que tinham antes da reforma administrativa de 2012.

Inês Moreira Santos - RTP /
Manuel de Almeida - Lusa

São 302 freguesias que são repostas, ao fim de 12 anos.

O Projeto de Lei teve os votos a favor dos proponentes PSD, PS, BE, PCP, Livre e PAN, e ainda do CDS-PP, o voto contra da Iniciativa Liberal e a abstenção do Chega.

Estas freguesias que agora vão ser repostas foram agregadas em 135 uniões de freguesia ou extintas e os seus territórios distribuídos por outras autarquias durante a reforma administrativa que em 2013 reduziu 1.168 freguesias do continente, de 4.260 para as atuais 3.092, por imposição da "troika".

Nas galerias do Parlamento e na Sala do Senado assistiram à votação cerca de duas centenas de autarcas de freguesias.
 
A Associação Nacional de Freguesias considera que a aprovação do projeto de lei para a desagregação de freguesias "é uma boa notícia" para os portugueses, porque "beneficiará" as populações.

"Esta é uma grande notícia para milhares de portugueses e também para as freguesias de Portugal", afirmou Jorge Veloso.

Segundo o presidente da ANAFRE, "a partir de hoje foram criadas mais 302 freguesias que agora obedecem a um processo de desagregação".

Quanto à mobilização de populações ao parlamento, o responsável classificou como "uma injustiça" o atual "processo de agregação, feito sem ouvir os autarcas, sem ouvir as populações".

"Estou convicto que este processo de desagregação beneficiará, e muito, as populações", disse ainda, lembrando que as pessoas estavam "ávidas de reaver a sua freguesia".
O projeto de lei, subscrito por PSD, PS, BE, PCP, Livre e PAN, tem em conta 135 processos de pedidos de reversão, quase todos de uniões de freguesias de Portugal continental, mas também repõe freguesias que tinham sido extintas, como a de Brenha, na Figueira da Foz, e a de Bicos, em Odemira.

O PCP entregou também na Assembleia da República uma proposta de aditamento para acrescentar a reposição de mais cerca de meia centena de pedidos de desagregação, muitos dos quais rejeitados por terem entrado no parlamento além do prazo limite. O partico defende que “todos os processos instruídos, aprovados e encaminhados pelos órgãos legítimos do poder local democrático para a Assembleia da Republica devem ser considerados neste procedimento”.

Segundo o enunciado do projeto conjunto, nos próximos meses existirá um trabalho intenso para preparar a reposição das freguesias a tempo de serem incluídas nos boletins de voto nas próximas eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro.

C/Lusa
PUB