País
Protesto dos tarefeiros. Bastonário da Ordem dos Médicos invoca "sérias dúvidas" deontológicas
O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, considera que a ação de protesto que os clínicos tarefeiros pretendem levar a cabo pode violar o código deontológico.
Um grupo de mais de um milhar de médicos que trabalham à tarefa uniu-se contra as regras que o Governo tenciona impor, admitindo paralisar, por três dias, as urgências do Serviço Nacional de Saúde.
“A Ordem dos Médicos compreende, como qualquer profissão, que possa haver determinadas reivindicações”, começou por afirmar o bastonário da Ordem dos Médicos, em declarações à Antena 1.
“A forma como se tenta sensibilizar a opinião pública e o poder político, utilizando esta intervenção, é que me coloca sérias dúvidas do ponto de vista deontológico”, completou. A Ordem, frisou ainda Carlos Cortes, “tem funções de regulação precisamente na área da deontologia médica e na área da disciplina médica”.
Em comunicado conhecido esta semana, os médicos tarefeiros em protesto manifestam-se contra a intenção, por parte do Executivo, de reduzir o valor pago por hora, além das novas regras para a desvinculação do SNS. Estes profissionais dizem-se mesmo “ostracizados” e “excluídos das decisões”.Os clínicos acrescentam estar preparados para defender “sem receios nem hesitações” a valorização dos tarefeiros.
Por seu turno, a presidente da Federação Nacional dos Médicos, Joana Bordalo e Sá, veio responsabilizar o Governo por uma eventual paralisação das urgências.
“A verdade é que o que está a acontecer é uma consequência direta da incapacidade de Luís Montenegro e da ainda ministra Ana Paula Martins em garantir condições de trabalho dignas para estes médicos estarem nos quadros do SNS”, sustentou a dirigente da FNAM. “Esses médicos não decidiram ir para a prestação de serviço por vontade própria. Eles foram empurrados para fora dos quadros e do SNS, porque há uma recusa em valorizar o trabalho médico, em integrar estes médicos nos quadros com salários justos, com vínculos estáveis”, reforçou.
“Espírito de serviço”
Na quarta-feira, o ministro da Presidência, Leitão Amaro, apelou aos médicos tarefeiros para que “mantenham o espírito de serviço”.
“Eu creio que é unânime o diagnóstico de que a situação que temos não é uma situação adequada. E não estou apenas a falar dos abusos, estou a falar da situação de iniquidade e do nível de despesa que se atingiu com prestação de trabalho que não por médicos vinculados”, declarou o governante em conferência de imprensa.
“Não é nenhuma apreciação valorativa sobre cada pessoa que está nessa situação. É sobre a iniquidade, a desigualdade de tratamento entre quem está vinculado com o Serviço Nacional de Saúde e quem não está e vai prestar serviços”, prosseguiu. Na ótica do Governo, “cada um destes profissionais não pode e não deve ser estigmatizado” e “seguramente que está e procurou fazer o melhor pelo seu país, pelo seu serviço de saúde público, pelos utentes que atendeu”.
Todavia, o ministro da Presidência observou que, até há duas semanas, quando foi decidido “apresentar uma proposta que resolve a iniquidade, a injustiça e os abusos”, havia “um consenso nacional total de que a situação como está não pode ficar nem deve ficar”.
“O Governo acredita muito no espírito de serviço, de defesa principal do interesse dos utentes que os médicos portugueses têm, todos eles”, enfatizou.
“A Ordem dos Médicos compreende, como qualquer profissão, que possa haver determinadas reivindicações”, começou por afirmar o bastonário da Ordem dos Médicos, em declarações à Antena 1.
“A forma como se tenta sensibilizar a opinião pública e o poder político, utilizando esta intervenção, é que me coloca sérias dúvidas do ponto de vista deontológico”, completou. A Ordem, frisou ainda Carlos Cortes, “tem funções de regulação precisamente na área da deontologia médica e na área da disciplina médica”.
Em comunicado conhecido esta semana, os médicos tarefeiros em protesto manifestam-se contra a intenção, por parte do Executivo, de reduzir o valor pago por hora, além das novas regras para a desvinculação do SNS. Estes profissionais dizem-se mesmo “ostracizados” e “excluídos das decisões”.Os clínicos acrescentam estar preparados para defender “sem receios nem hesitações” a valorização dos tarefeiros.
Por seu turno, a presidente da Federação Nacional dos Médicos, Joana Bordalo e Sá, veio responsabilizar o Governo por uma eventual paralisação das urgências.
“A verdade é que o que está a acontecer é uma consequência direta da incapacidade de Luís Montenegro e da ainda ministra Ana Paula Martins em garantir condições de trabalho dignas para estes médicos estarem nos quadros do SNS”, sustentou a dirigente da FNAM. “Esses médicos não decidiram ir para a prestação de serviço por vontade própria. Eles foram empurrados para fora dos quadros e do SNS, porque há uma recusa em valorizar o trabalho médico, em integrar estes médicos nos quadros com salários justos, com vínculos estáveis”, reforçou.
“Espírito de serviço”
Na quarta-feira, o ministro da Presidência, Leitão Amaro, apelou aos médicos tarefeiros para que “mantenham o espírito de serviço”.
“Eu creio que é unânime o diagnóstico de que a situação que temos não é uma situação adequada. E não estou apenas a falar dos abusos, estou a falar da situação de iniquidade e do nível de despesa que se atingiu com prestação de trabalho que não por médicos vinculados”, declarou o governante em conferência de imprensa.
“Não é nenhuma apreciação valorativa sobre cada pessoa que está nessa situação. É sobre a iniquidade, a desigualdade de tratamento entre quem está vinculado com o Serviço Nacional de Saúde e quem não está e vai prestar serviços”, prosseguiu. Na ótica do Governo, “cada um destes profissionais não pode e não deve ser estigmatizado” e “seguramente que está e procurou fazer o melhor pelo seu país, pelo seu serviço de saúde público, pelos utentes que atendeu”.
Todavia, o ministro da Presidência observou que, até há duas semanas, quando foi decidido “apresentar uma proposta que resolve a iniquidade, a injustiça e os abusos”, havia “um consenso nacional total de que a situação como está não pode ficar nem deve ficar”.
“O Governo acredita muito no espírito de serviço, de defesa principal do interesse dos utentes que os médicos portugueses têm, todos eles”, enfatizou.