Jovem admite em tribunal enganar acerca de telemóveis para comprar droga

por Agência LUSA

O principal arguido de um grupo de quatro jovens que durante um ano e meio alegadamente se dedicou ao roubo de telemóveis em Ponta Delgada assumiu hoje em tribunal que enganava outros jovens para arranjar "dinheiro para a droga".

No primeira sessão de julgamento no Tribunal de Ponta Delgada, perante o colectivo de juízes presidido por Moreira das Neves, o arguido sobre quem recai a maioria dos crimes assumiu ser toxicodependente e que, por esse facto, "cantava histórias" para negociar a venda de telemóveis, com o objectivo de arranjar "dinheiro para a droga".

A aguardar o desenrolar deste processo em prisão preventiva, sobre este arguido recai a maioria dos crimes, num total de 29, nove dos quais de burla, oito de abuso de confiança, 11 de roubo e os restantes de violência, subtracção, extorsão, coacção e furto qualificado.

Os outros três arguidos são acusados de um total de seis crimes de furto qualificado e burla.

O principal arguido assumiu hoje que acabava por ficar com o dinheiro que "os jovens adiantavam" para a suposta compra do telemóvel e não apresentava nenhum aparelho.

Perante o Tribunal, explicou ainda que recebeu telemóveis dos próprios jovens como troca para "ir comprar droga" e recusou ter furtado outros equipamentos, como computadores portáteis.

O caso remonta a 2003 e 2004, período em que o grupo de quatro, entre os 23 e os 29 anos e dois dos quais irmãos, terá supostamente praticado roubos em série de telemóveis, especialmente de topo de gama, a outros jovens.

Segundo a acusação, o grupo era liderado por um jovem, à altura dos factos com 23 anos, desempregado, residente em Ponta Delgada, e já condenado por crimes de roubo.

Ainda de acordo com a acusação, o principal arguido dizia às vítimas que tinha um telemóvel para vender, exigindo aos compradores que avançassem com parte do dinheiro, ou então pedia o aparelho para fazer um telefonema e punha-se em fuga.

Os ofendidos, julgando fazer um bom negócio, entregavam as quantias pedidas, mas depois de ter o dinheiro na sua posse, o grupo punha-se em fuga, acrescenta a acusação, ao salientar que noutras ocasiões as vítimas também eram abordadas de forma agressiva.

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