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Vacinação contra o sarampo abaixo do desejado

por Antena 1
O estudo do Conselho Nacional de Saúde, a apresentar esta quarta-feira em Lisboa, mostra também que muitos menores continuam sem médico de família Brian Snyder - Reuters

Em muitas regiões do país, a vacinação contra o sarampo das crianças que completaram seis anos ficou no ano passado abaixo dos 95 por cento. Este é um dos dados centrais do estudo “Gerações saudáveis - políticas públicas de promoção da saúde das crianças e jovens em Portugal”.

O estudo do Conselho Nacional de Saúde, a apresentar esta quarta-feira em Lisboa, mostra também que muitos menores continuam sem médico de família, apesar da lei que entrou em vigor há mais de dois anos.

Ouvido pela Antena 1, Gonçalo Augusto, perito do Conselho Nacional de Saúde, sublinha mesmo que o problema da falta de médicos de família abrange todas as idades: “O problema na região de Lisboa e Vale do Tejo, em relação à cobertura de médicos de família nos menores de 18 anos é o mesmo da população em geral”.

“Alguns agrupamentos de centros de saúde ainda carecem de médicos de família suficientes para poder ter a sua população coberta”, acrescentou o especialista.

Luís Soares - Antena 1

Outra recomendação do organismo é que seja reformulada e integrada a intervenção no âmbito da promoção e educação para a saúde em meio escolar.

O Conselho Nacional de Saúde dá como exemplo as equipas de saúde escolar que deviam trabalhar no programa nacional de saúde nos estabelecimentos de ensino, mas que acabam por ser desviadas para outras tarefas.
“Intensa atividade epidémica”

Neste relatório, o Conselho Nacional de Saúde debruça-se sobre o Programa Nacional de Vacinação e a sua aplicação em 2017, identificando “vários agrupamentos de centros de saúde com cobertura vacinal insuficiente” da inoculação aos seis anos de idade.

“Este elemento ganha relevância se for tida em conta a intensa atividade epidémica do sarampo na Europa, facto que, nos últimos dois anos, foi responsável por três surtos de sarampo em Portugal”, sublinham os autores.

Nas declarações à rádio pública, o perito Gonçalo Augusto destacou como “principal ponto” o facto de as “coberturas vacinais” necessitarem de “uma monitorização”.

“Os problemas de discrepâncias necessitam de ser atendidos pelos serviços de saúde”, concluiu.
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