O partido ecologista "Os Verdes" informou hoje que pediu no Parlamento esclarecimentos do Governo sobre a qualidade do ar na localidade de Alhandra, Vila Franca de Xira, depois de ter recebido "inúmeras queixas dos moradores.
Em causa estão, segundo explica o partido em comunicado, queixas dos moradores da localidade de Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa) sobre as "recorrentes emissões de poeiras" e os maus cheiros, situação que "se tem vindo a agravar nos últimos meses".
"Com efeito, têm sido recorrentes as emissões de poeiras, alegadamente provenientes da Cimpor (fábrica de cimento), Alhandra, que estarão a provocar danos nas viaturas devido à sua deposição sobre as mesmas e que preocupam a população pelos efeitos nefastos que podem causar na saúde dos cidadãos, nomeadamente a nível respiratório", refere a nota.
O comunicado acrescenta que os maus cheiros também incomodam os moradores, "com especial incidência e acentuada intensidade na última semana", alegadamente "provenientes da atividade fabril", que vai desde a produção de cimento à transformação de óleos alimentares.
"Para Os Verdes é inaceitável que a população continue sem saber ao certo a fonte de poluição, de modo a conhecer os perigos a que está exposta e a tomar medidas para minimizar as suas consequências", sublinham, acusando as entidades fiscalizadoras na área do ambiente de não darem "qualquer tipo de resposta à população".
Nesse sentido, o partido questiona o Governo se as entidades competentes "têm monitorizado" a atividade fabril na localidade de Alhandra.
As emissões de poeira e o mau cheiro em Alhandra já tinham sido relatados à agência Lusa por moradores e pelo presidente da junta de freguesia há cerca de duas semanas.
Na altura, os moradores referiram ser "uma espécie de cheiro a borracha queimada e a enxofre", associando os maus cheiros à laboração da fábrica de cimento Cimpor.
Confrontada com estas acusações, fonte da Cimpor negou qualquer responsabilidade da empresa e ressalvaram que os gases emitidos pelas chaminés dos fornos "são monitorizados em contínuo" e que os valores registados "são significativamente inferiores aos limites definidos na legislação".