António Filipe vai a 11 distritos com forte presença em Lisboa e Setúbal

O candidato presidencial António Filipe arranca a campanha oficial, no domingo, com um encontro simbólico com ex-presos políticos e vai percorrer 11 dos 18 distritos, centrando atenções em temas como a habitação, saúde e salários.

Lusa /

Margarida Botelho, da comissão da candidatura de António Filipe, disse hoje à agência Lusa que foi planeada uma campanha oficial "muito ligada à vida", que procura assinalar os principais problemas do país e apontar soluções, dentro daquelas que são as competências presidenciais.

Especificou que, durante este período, António Filipe vai abordar "temas centrais" como a saúde, habitação e os salários, mas também o desporto e a cultura.

Temas que, segundo Margarida Botelho, o candidato apoiado pelo PCP tem abordado durante a pré-campanha, durante a qual, por diversas vezes, recusou desistir da sua candidatura.

Ainda esta semana António Filipe afirmou que os apelos do secretário-geral do PS para a desistência dos candidatos à esquerda são desesperados e revelam a fragilidade da candidatura de António José Seguro.

A sua campanha irá passar pelos distritos mais populosos do continente, como Lisboa e Setúbal, tendo como maiores momentos os comícios agendados para o Porto (dia 10) e Lisboa (dia 11).

O primeiro dia oficial de campanha, no domingo, arranca com uma iniciativa simbólica, designadamente um encontro com ex-presos políticos no Museu Nacional Resistência e Liberdade, instalado na fortaleza de Peniche, onde será também divulgado um manifesto de apoio à candidatura do ex-deputado na Assembleia da República.

Está ainda previsto que o candidato marque presença na iniciativa de protesto contra o pacote laboral, agendada pela CGTP para 13 de janeiro, em Lisboa, para mostrar "a sua solidariedade" com os trabalhadores.

O ex-deputado comunista já se pronunciou contra o pacote laboral proposto pelo Governo de Luís Montenegro e acompanhou jornadas de luta, incluindo a greve geral de dezembro.

Depois, segundo Margarida Botelho, durante as duas semanas que antecedem as eleições estão previstos encontros com trabalhadores por turnos e com horários noturnos, com trabalhadores do setor da cultura, com mulheres, jovens e famílias com crianças menores.

Decorrerão ainda arruadas, contactos com a população e visitas aos Bombeiros de Pedrógão Grande para lembrar os incêndios de 2017 e alertar para as questões da prevenção, da floresta e dos meios da Proteção Civil, bem como a um centro de investigação científica e um encontro sobre a temática dos comboios.

Apesar de concentrar iniciativas em distritos mais populosos, a campanha oficial de António Filipe -- que tem um orçamento de 395 mil euros (dos quais 80 mil oriundos do partido), segundo informação entregue no Tribunal Constitucional - vai passar ainda por Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Évora, Beja, Portalegre e Faro.

Para além da campanha com o candidato, haverá outras iniciativas que envolverão os ativistas e apoiantes, sem a presença de António Filipe, com vista à mobilização para o voto nas eleições marcadas para 18 de janeiro.

Margarida Botelho disse que, no entanto, desde julho que o candidato presidencial está na rua com iniciativas praticamente diárias, tendo percorrido todos os distritos de Portugal Continental, ainda os Açores e a Madeira, nem como alguns círculos de emigração como a Suíça, França e Inglaterra.

Concorrem às presidenciais 11 candidatos, um número recorde e a campanha eleitoral decorre de 04 a 16 de janeiro.

Os candidatos são Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes (apoiado pelo PSD e CDS), António Filipe (apoiado pelo PCP), Catarina Martins (Bloco de Esquerda), António José Seguro (apoiado pelo PS), o pintor Humberto Correia, o sindicalista André Pestana, Jorge Pinto (apoiado pelo Livre), Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), André Ventura (apoiado pelo Chega) e o músico Manuel João Vieira.

Esta é a 11.ª eleição, em democracia, desde 1976, para o Presidente da República.

Tópicos
PUB