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Debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República

Autárquicas 2025. Porto

Na corrida para as eleições autárquicas de 12 de outubro de 2025, conheça os candidatos, os números do concelho e os resultados das últimas eleições autárquicas, que se realizaram em 2021.

Mariana Ribeiro Soares - RTP /
RTP

A RTP realiza um ciclo de debates nas capitais de distrito. O debate do Porto acontece esta terça-feira, 30 de setembro.
Candidatos à Presidência da Câmara
Pedro Duarte – Coligação "O Porto somos nós" (PSD/CDS/IL)
Quem é?

O candidato da coligação PSD/CDS/IL para a Câmara Municipal do Porto é Pedro Duarte, antigo ministro dos Assuntos Parlamentares. É natural do Porto, doutorado em Estudos de Desenvolvimento pelo ISEG, com mestrado em Economia Internacional e Estudos Europeus, Licenciatura em Direito e MBA.

Foi membro eleito do Parlamento Português entre 1999 e 2011, membro da Assembleia Parlamentar da NATO e Secretário de Estado da Juventude no XVI Governo Constitucional. Mais recentemente, foi ministro dos Assuntos Parlamentares no primeiro Governo de Luís Montenegro.

O que promete?

Na sua candidatura, Pedro Duarte elencou dez compromissos, que vão desde a saúde à habitação e colocam a cultura no centro. Como prioridades para a cidade, o candidato quer “melhorar o trânsito, reforçar a segurança e garantir habitação mais acessível”.

Na área da habitação, Pedro Duarte compromete-se a aproveitar os imóveis devolutos do Estado e da Câmara Municipal para gerar nova oferta habitacional, pública e mais acessível, com especial enfoque nos jovens e nas famílias. Pedro Duarte quer também que todos os residentes da cidade do Porto utilizem os transportes de forma gratuita e coloca também a segurança

Na área da saúde, o social-democrata quer “criar um novo serviço municipal, focado na saúde de proximidade, com base em parcerias com instituições do setor social, instituições de ensino e de investigação e hospitais”.

Outra das prioridades de Pedro Duarte é a segurança. O candidato propõe a colocação de mais 100 polícias municipais na rua e o envio de mais 100 agentes da PSP. Para além disso, Pedro Duarte promete ser “implacável com a imigração ilegal”. Para isso propõe criar equipas municipais de fiscalização e coordenar uma resposta com outras autoridades competentes, para identificar e combater redes ilegais. 
Manuel Pizarro – PS
Quem é?

O candidato socialista à Câmara do Porto é Manuel Pizarro, ex-ministro da Saúde. Nasceu em Coimbra, mas viveu no Porto desde sempre. Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, é especialista em Medicina Interna, tendo participado na criação da Unidade de Cuidados Intermédios de Medicina do Hospital de S. João, de que foi coordenador adjunto.

Foi membro da Junta de Freguesia de Ramalde entre 1998 e 2001 e entre 2002 e 2005 foi membro da Assembleia Municipal do Porto. Foi também vereador da Câmara Municipal do Porto entre 2005 e 2008.

Em 2005 foi eleito deputado à Assembleia da República. Entre 2008 e 2011 assumiu o cargo de secretário de Estado da Saúde e desempenhou a função de ministro da Saúde entre setembro de 2022 e abril de 2024. Foi ainda eurodeputado entre 2019 e 2022.

Nas eleições autárquicas de 2013 foi candidato pelo PS à presidência da Câmara Municipal do Porto, as quais perdeu, tendo sido eleito vereador. Em 2017, foi novamente candidato pelo PS à presidência da Câmara Porto nas eleições autárquicas, tendo melhorado o resultado eleitoral e o número de vereadores eleitos pelo PS.

O que promete?

Pizarro coloca a habitação, a segurança, a mobilidade e a coesão social como “prioridades absolutas”. O candidato socialista anunciou que quer disponibilizar cinco mil casas com renda moderada nos próximos quatro anos, comprometendo-se a dar início também a um verdadeiro movimento de reabilitação urbana no Porto. 

No discurso de apresentação da candidatura à liderança do executivo municipal da Invicta, o antigo ministro socialista deixou igualmente claras as suas ideias para o setor da mobilidade. Comprometeu-se a tornar gratuito o passe “Andante” para os maiores de 65 anos já em 2026 e a apostar na expansão do metro do Porto.

No que respeita à segurança, Manuel Pizarro assegurou que “haverá maior visibilidade, maior proximidade e maior presença na rua das forças de segurança”, para as quais prometeu disponibilizar “viaturas adequadas”.

O antigo ministro socialista assinalou a coesão social como “um pilar da segurança”, mostrando estar igualmente pronto e preparado para “liderar um verdadeiro programa de coesão”, oferecendo “apoio social e de saúde aos consumidores de estupefacientes”, visando “promover a sua reinserção”.
Diana Ferreira – CDU
Quem é?

Diana Ferreira é a candidata da CDU à Câmara do Porto. Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, foi deputada da Assembleia da República entre 2014 e 2023 e foi a aposta da CDU nas últimas eleições legislativas pelo círculo do Porto.

Foi deputada à Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia pela União de Freguesias de Gulpilhares e Valadares, integrou a Comissão Regional do Porto e a Direção Nacional da Juventude Comunista Portuguesa e atualmente faz parte da Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia e a Direção da Organização Regional do Porto do PCP.

O que promete?

Na área da habitação, a CDU defende a construção de casas de renda “efetivamente acessível”, considerando que os preços das rendas atualmente praticados na cidade “não são aceitáveis”.

O partido quer também construir mais seis mil habitações públicas com ajuda do Governo e propõe travar o licenciamento de mais alojamento local.

A candidata defende “uma rede de transportes públicos devidamente articulada, coerente, de qualidade, com horários que sirvam às necessidades de deslocação” e mobilidade gratuita para pessoas em situação de fragilidade social.

Diana Ferreira quer evitar a dependência do turismo no Porto e, por isso, defende uma economia “diversificada”, não dominada pelo turismo e pelas atividades conexas.
Sérgio Aires – BE
Quem é?

O candidato dos bloquistas à Câmara do Porto é Sérgio Aires. Nasceu no Porto em fevereiro de 1969 e vive em Campanhã. Licenciou-se em Sociologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e desde cedo dedicou-se ao combate à pobreza.

Integrou o gabinete de investigação da EAPN Portugal / Rede Europeia Anti-Pobreza, entidade na qual viria a assumir a função de coordenador nacional entre 1998 e 2006 e desde esse ano trabalha como consultor independente nas áreas do combate à pobreza e da economia social.

Entre 2017 e 2019 foi consultor do Governo Regional dos Açores para a definição de uma estratégia regional de combate à pobreza e em 2018 foi o terceiro candidato nas listas do Bloco de Esquerda às Eleições Europeias. Atualmente é vereador sem pelouro na Câmara Municipal do Porto.

O que promete?

A candidatura de Sérgio Aires à Câmara do Porto centra-se no combate à pobreza, estando vertida em seis eixos estruturantes entre habitação, cultura, educação, trabalho, mobilidade e ambiente e participação cívica.

Entre as centenas de propostas do BE para o Porto, destaca-se a criação de um Programa Municipal de Construção Pública de Habitação, que pretende aumentar o parque público de cerca de 10% para 15% do total de fogos no concelho até 2030, propondo ainda, nessa área e a reabilitação de fogos devolutos para arrendamento público a preços controlados.

Na mobilidade e ambiente, o BE aponta ao alargamento da gratuitidade dos transportes públicos, mais faixas BUS para a STCP, o metrobus 100% em canal dedicado, o estudo para a promoção do elétrico e a implementação de parques de estacionamento dissuasores nas entradas da cidade.

Na área da cultura, os bloquistas propõem a criação de uma Carta Municipal de Cultura até final de 2026, com metas, indicadores e financiamento plurianual, bem como a criação de um Passaporte Cultural Municipal.

Já para a área da educação, Sérgio Aires defende a "construção e requalificação de creches municipais e acordos com a Segurança Social", o apoio financeiro a cuidadores informais e reforço de recursos humanos, ou a criação de Gabinetes de Inclusão Escolar.
Hélder Sousa – Livre
Quem é?

O candidato pelo Livre à Câmara do Porto é Hélder Sousa. Tem 47 anos, nasceu em Santo Tirso, mas vive no Porto há 30 anos. É produtor e programador cultural e tem um mestrado em Artes Cénicas.

Membro do Livre desde 2022, do Grupo de Coordenação Local do Núcleo Territorial do Porto e da Assembleia do Livre, Hélder Sousa foi candidato às eleições legislativas de 2024 e 2025 pelo círculo eleitoral do Porto.

Atualmente é também adjunto do diretor artístico do Teatro Nacional São João, no Porto.

O que promete?

Na área da habitação, o partido propõe “um programa ambicioso”, pensado a dez anos, com o objetivo de atingir a meta de 30% de habitação pública ou público-cooperativa, através da mobilização de património municipal e do Estado Central, da criação de um Fundo Municipal de Habitação e programas de incentivo às cooperativas de habitação.

O partido quer também garantir habitação de emergência para pessoas em situação de sem-abrigo, vítimas de violência doméstica e de género e refugiados e implementar um programa “3C Municipal”, com o objetivo de “combater os níveis elevados de pobreza energética e de habitações indignas na cidade, melhorando o desempenho energético dos edifícios, reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa e dando maior qualidade de vida àqueles que moram no Porto”.

Na educação, o Livre quer garantir creches gratuitas desde os quatro meses de idade, expandir a rede pública municipal e aumentar as parcerias com IPSS. Uma das medidas consiste também em transformar as escolas públicas da cidade em Escolas Solares, “comunidades de energia renovável e centros para a comunidade abertos a todas as pessoas, com projetos intergeracionais, atividades de apoio e de integração às comunidades de alunos imigrantes, promovendo bairros saudáveis e circuitos de cuidado mútuo”.

O programa inclui também medidas para as diferentes comunidades no Porto, nomeadamente a criação de um conselho municipal das migrações e um gabinete municipal de apoio ao imigrante.

O partido pretende também lançar um programa-piloto da semana laboral de quatro dias e combater a precariedade laboral.
Miguel Corte-Real – Chega
Quem é?

O Chega leva Miguel Corte-Real às eleições autárquicas pelo círculo do Porto. Licenciado em Gestão, é gestor de empresas e empreendedor.

Corte-Real, de 39 anos, iniciou o seu percurso político na Juventude Social-Democrata (JSD), tendo depois passado para o PSD, onde exerceu várias funções, nomeadamente como a vice-presidência da concelhia do PSD-Porto e a liderança do Núcleo Ocidental do Porto (NOP) do PSD. Integrou também o Conselho Nacional do Partido.

Miguel Côrte-Real liderou a bancada dos sociais-democratas na Assembleia Municipal do Porto até 2024, ano em que se demitiu das funções.

O que promete?

O candidato do Chega à Câmara do Porto defende que 20% da receita da taxa turística do município seja canalizada para reforçar o programa “Porto Solidário”, de modo a ajudar famílias com dificuldades em pagar a renda. O objetivo é que esse reforço permita subir o orçamento do programa para cerca de nove milhões de euros.

Sobre a crise da habitação, Miguel Corte-Real considera que a habitação pública existente na cidade do Porto é suficiente e propõe retirar habitação municipal a quem trafica droga.

Ainda neste tópico, o candidato defende que em vez de um leilão de construção de mais habitação pública, e necessário um alargamento da renda apoiada à classe média do Porto.

Na educação, o candidato do Chega propõe pagar as propinas aos estudantes residentes no Porto que estudem nas universidades da cidade e atribuir bolsa de mérito aos estudantes residentes que estudem fora do Porto e tenham um bom aproveitamento escolar.

No capítulo da Cultura, o gestor defende a canalização dos dez milhões de euros “gastos anualmente nos 72 funcionários da empresa Ágora” para o setor.
Nuno Cardoso – Nós Cidadãos! e Partido Popular Monárquico (NC/PPM)
Quem é?

Nuno Cardoso, antigo presidente da Câmara do Porto, vai recandidatar-se ao cargo como cabeça de lista da candidatura “Porto Primeiro” (coligação do Nós Cidadãos! (NC) e Partido Popular Monárquico (PPM).

Natural de Peso da Régua, é licenciado em Engenharia Civil (Opção de Planeamento Regional e Urbano) pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Em 1990, assumiu as funções de Assessor do presidente da Câmara Municipal do Porto e ficou responsável pelo desenvolvimento de uma estratégia de transportes da cidade e de um esquema de circulação rodoviária.

Em 1998 foi designado vice-presidente da Câmara com o pelouro do urbanismo e em outubro de 1999 assumiu funções enquanto presidente da Câmara Municipal do Porto, em substituição do socialista Fernando Gomes, que na altura foi convidado a integrar o Governo de António Guterres.

Foi condenado a três anos de prisão, com pena suspensa, devido a um crime de prevaricação. Em 2013 voltou a concorrer às eleições como independente, mas perdeu para o atual autarca, Rui Moreira.

O que promete?

O antigo presidente da Câmara do Porto destaca três compromissos prioritários na sua candidatura: habitação acessível, apoio ao primeiro emprego e segurança na cidade.

Na área da habitação, Nuno Cardoso considera que a cidade do Porto “tornou-se inabitável” para quem lá nasceu e trabalha. Para tentar combater esse problema, o candidato propõe recuperar as cerca de 20 mil casas devolutas que continuam fora do mercado e colocá-las no mercado a preços justos e acessíveis.

Nuno Cardoso defende também a requalificação de edifícios em ruínas, o apoio a cooperativas habitacionais e o combate à especulação imobiliária, regulando e controlando as transações “que distorcem o mercado”.

Na área da educação, o candidato propõe medidas como a eliminação do controlo de presença biométrico, encerrando o que é considerado uma “prisão digital” e reforçando a confiança na autonomia das escolas; a valorização dos assistentes técnicos e assistentes operacionais; a valorização do desporto nas escolas; a criação de creches públicas e a renovação e modernização de edifícios escolares.

Na área da mobilidade, Nuno Cardoso quer que os autocarros da STCP tenham uma frequência de cinco minutos em todas as linhas durante todo o dia. O candidato tece duras críticas ao MetroBus e propõe um debate público e alternativas como o “MetroBike”.

No capítulo da segurança, o candidato defende que não se trata apenas de policiamento, “mas de políticas públicas que cuidem das pessoas e devolvam a tranquilidade à cidade”. Nuno Cardoso quer melhorar a segurança no meio urbano, quer em termos da presença policial quer em termos de sensação de segurança, e construir uma nova sede para a polícia municipal.
Filipe Araújo – Independente
Quem é?

O atual vice-presidente da Câmara Municipal do Porto é candidato independente à presidência da autarquia nas eleições autárquicas.

Licenciado em Engenharia Eletrotécnica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi deputado da Assembleia Municipal do Porto entre 2005 e 2009 e vereador do Pelouro da Inovação e Ambiente, na Câmara Municipal do Porto, de 2013 a 2021.

Atualmente é vice-presidente e vereador do pelouro do Ambiente e Transição Climática, e do pelouro da Inovação e Transição Digital, na Câmara Municipal do Porto.

O que promete?

A nível da habitação, o movimento “Fazer à Porto” promete aumentar o parque público de habitação para renda acessível, com meta inicial de cerca de 1.400 casas já preparadas, com possibilidade de subir para 2.000 unidades.

O candidato independente propõe ainda diversificar as tipologias, nomeadamente incentivar a habitação partilhada entre idosos e jovens, e estimular o setor cooperativo.

Filipe Araújo promete também um agravamento fiscal dos imóveis devolutos e um IMI mais baixo para as famílias com habitação própria permanente.

Na área da mobilidade, o candidato quer transformar a via de circulação rápida em avenida urbana integrada, com menos tráfego pesado, mais espaços verdes e uso mais humano do território, e reforçar o transporte público com zero emissões.

Uma das prioridades do candidato é aumentar os espaços verdes na cidade. Nesse âmbito, o candidato compromete-se a reabilitar o Silo Auto e a transformar o seu último piso numa “praça aberta à cidade” através da instalação de empresas, “espaços abertos e salas de convívio”.

Na área da saúde, o atual vice-presidente da autarquia prometeu a criação de um plano estratégico, o lançamento do Gabinete Local de Saúde Pública e ainda a implementação da Rede Municipal de Cuidadores.

No capítulo da segurança, o candidato pretende aumentar o contingente de agentes da Polícia Municipal de cerca de 200 para 400 e formar mais agentes da PSP. O atual vice-presidente exige também um combate “forte, musculado e eficaz” ao tráfico de droga e um patrulhamento mais presente nas ruas por parte da PSP.
Guilherme Chaves – VoltQuem é?

O estudante Guilherme Alexandre Jorge, de 23 anos, é o candidato do Volt à Câmara Municipal do Porto. É finalista da Licenciatura em Direito pela Universidade do Porto e trabalha como jovem jornalista para a Eurodesk e embaixador das iniciativas de Cidadania Europeia para a Comissão Europeia.

No Porto, o candidato foi vice-presidente da Sociedade de Debates da Universidade (SdDUP), coordenador do Jornal Tribuna e consultor da ShARE-UP sendo, atualmente, membro do núcleo local dos Global Shapers, uma iniciativa do Fórum Económico Mundial.

Após cinco anos na Iniciativa Liberal, Guilherme Alexandre Jorge juntou-se ao Volt em março de 2024.

O que promete?

Na habitação, o partido quer tomar como prioridade a construção de novas habitações sociais, “fazendo-o de um modo mais regular e permanente, e com recurso a financiamento através do Banco Português de Fomento, fundos europeus e empréstimos do município”.

O Volt defende arrendamento acessível “deverá ser realmente acessível a quem trabalha, e não apenas uma versão descontada dos atuais preços exorbitantes oferecidos pelo mercado” e “regular, taxar e limitar ativamente o Alojamento Local, especialmente nas freguesias onde já existe mais pressão habitacional”.

Na mobilidade, o partido quer garantir que o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável “se concretiza de forma ambiciosa e conforme os padrões dos melhores exemplos de cidades europeias”.

O Volt quer “encomendar novos veículos para a rede de transportes públicos, acompanhada da criação de mais linhas e um aumento significativo da frequência das existentes” e criar uma rede de bicicletas elétricas públicas, inspirada no exemplo de Leiria ou Hamburgo.

Entre as prioridades do partido está também a reabilitação de edifícios devolutos municipais para alojamento digno de pessoas em situação de sem-abrigo e a criação de um Plano Municipal para a Igualdade de Género e Interseccionalidade.

No combate à pobreza, o partido defende a reabilitação de edifícios devolutos municipais para alojamento digno de pessoas em situação de sem-abrigo e o “reforço da cooperação entre instituições públicas, privadas e da sociedade civil para dar respostas céleres e eficazes a situações de vulnerabilidade”.
Frederico Duarte Carvalho – ADN
Quem é?

O Alternativa Democrática Nacional (ADN) leva o jornalista Frederico Duarte Carvalho às eleições autárquicas pela Câmara do Porto.

Natural da cidade do Porto, Frederico Carvalho, 52 anos, iniciou a carreira no jornal “O Primeiro de Janeiro” e trabalhar agora em regime freelance.

Construiu um percurso ligado à investigação jornalística e à análise crítica da política nacional e é autor de várias obras, entre elas “Camarate — Sá Carneiro e as Armas para o Irão” e “O Governo Bilderberg”.

O que promete?

Na área da habitação, o candidato quer implementar um sistema de pontuação para habitação social que favoreça famílias portuguesas residentes no Porto há pelo menos cinco anos, com ênfase em jovens casais; realizar auditorias trimestrais às habitações sociais para evitar “privilégios a estrangeiros”; criar uma bolsa de imóveis privados com rendas 25% abaixo do mercado, com isenção de IRS para proprietários aderentes; reabilitar edifícios devolutos e construir habitação a custos controlados; construir cooperativas habitacionais e fazer uma fiscalização rigorosa do uso da habitação social, com auditorias, penalizações e linha de denúncia para falsos atestados.

No que diz respeito à segurança, o ADN propõe o reforço em 20% do efetivo da PSP e Polícia Municipal nas zonas com maior criminalidade e criar uma task-force municipal com PSP, e Polícia Municipal para coordenar estratégias, reduzindo redundâncias e otimizando recursos.

O candidato pede também mais videovigilância em terminais de transporte e zonas de risco, a implementação do programa “Polícia na Comunidade” para maior proximidade com cidadãos e cursos gratuitos de autodefesa e uso de armas não letais.

O ADN apresenta também como objetivo “fortalecer a família natural como pilar da comunidade, incentivando a natalidade como alternativa à imigração massiva”. Para isso, o partido propõe a implementação de creches municipais gratuitas ou a custos reduzidos.

No âmbito dos transportes, o ADN quer acabar com todas as ciclovias no centro da cidade e anulação de sistemas dissuasores de trânsito. “As ciclovias em excesso com o existem atualmente dificultam a livre circulação dos transportes públicos e não estimulam a prática desportiva, representando, na sua maioria vias de aproveitamento pedonal”, lê-se no programa do partido, enviado à RTP.
Luís Tinoco Azevedo – Partido Liberal Social (PLS)
Quem é?

O Partido Liberal Social (PLS) candidata à Câmara do Porto o empresário da área da transformação digital Luís Tinoco Azevedo.

O candidato é formado em Economia pela Universidade do Minho. Trabalhou em diversas empresas multinacionais em Portugal, Espanha e nos Países Baixos, nas áreas de trading, logística e gestão de operações.

Atualmente vive e trabalha no Porto onde ajuda diferentes organizações na sua transformação digital.

O que promete?

O programa do PLS assenta em cinco pilares estratégicos: descentralização, mobilidade, habitação, segurança e qualidade de vida.

Com a descentralização e municipalização, o partido quer dar “mais poder aos municípios, mais eficiência aos serviços e mais voz aos munícipes”. Para isso, o PLS propõe aumentar a despesa local para 30% do Orçamento do Estado, transferir competências de saúde e educação para os municípios e realizar concursos públicos internacionais para cargos técnicos.

Na área da mobilidade, o partido propõe uma visão de “cidade de 15 minutos”, que assenta no princípio de que cada cidadão deve poder aceder, em menos de um quarto de hora, aos serviços e funções essenciais do dia-a-dia.

O PLS quer também aumentar o orçamento da Câmara Municipal do Porto para a mobilidade suave pedonal dos atuais 0.1% para 1%, construir uma rede efetiva de ciclovias na cidade segregadas e seguras, implementar corredores de autocarro contínuos nas linhas de maior tráfego e fazer uma auditoria externa ao MetroBus da Boavista, para avaliar custo-benefício e repor ciclovias.

Na habitação, o partido considera que o acesso “só pode ser resolvido com uma estratégia de diversificação da oferta”. “É necessário aumentar o número de casas disponíveis através de várias vias: promoção do arrendamento, estímulo à construção privada e pública, incentivo à reabilitação de edifícios devolutos, apoio a projetos cooperativos e criação de soluções de habitação intergeracional”, lê-se no programa.

Para além disso, o partido considera que é preciso regular a procura e defende que se passe a incluir hotéis no limite municipal a Alojamento Local por freguesia de 15% e que se reveja a taxa turística e atualize o sistema de monitorização da pressão turística.

Para melhorar a segurança do Porto, o partido propõe uma maior colaboração entre a Polícia Municipal no Porto e Polícia de Segurança Pública (PSP); aumentar as rondas a pé; desenvolver um Relatório Anual de Segurança Interna Municipal; melhorar a iluminação nos locais de maior criminalidade e desenvolver uma estratégia de combate à toxicodependência.
Maria Costa – Partido Trabalhista Português (PTP)
Quem é?

Maria Amélia Costa é a candidata do Partido Trabalhista Português (PTP) à Câmara do Porto. É professora, licenciada, mestre e frequenta um doutoramento em Direito.

Fez um mestrado em Direito Administrativo/Tributário. O mesmo incidiu também sobre direito do ambiente, contratação pública, com especialização em direito do urbanismo.

O que promete?

O PTP apresenta um programa centrado em quatro eixos principais: emprego e investimento, habitação, mobilidade e ação social e qualidade de vida.

Na área do emprego, a candidata coloca a meta de criação de 40 mil postos de trabalho (indústria automóvel, siderúrgica, cimenteira, agricultura, energia, recursos humanos) e defende a criação de emprego público nas diversas áreas de intervenção da autarquia.

Para além disso, Maria Costa quer captar investimento privado para o Porto e estabelecer articulação com escolas, universidades e empresas do Porto para fomentar emprego.

Para a habitação, a candidata do PTP defende a disponibilização de casas sociais ajustadas às necessidades; criação de mais áreas de habitação para particulares; aumento da habitação e a simplificação e maior celeridade nos procedimentos urbanísticos.

A candidata quer também rever o Programa Diretor Municipal (PDM) para aumentar a habitação e criar uma zona empresarial e realizar obras públicas para resolver os problemas de trânsito na cidade.

No capítulo da mobilidade, a candidata do Partido Trabalhista defende a gratuitidade dos transportes públicos da STCP para todas as idades dentro da cidade do Porto. Maria Costa quer também rever o projeto do metro, eliminar os parquímetros dentro da cidade e eliminar os semáforos no centro da cidade, substituindo-os por polícias sinaleiros.

Para a ação social, a candidata defende o apoio a crianças, jovens e idosos carenciados; o apoio às famílias “para maior felicidade e sustentabilidade” e apoio à natalidade.
Porto em números
- População: 252.687 (+7,1% em relação a 2021)
- N.º de eleitores: 202.046
- Rendimento médio mensal: 1.761€
- Habitação por m²: 2.580€ (+24,4% em relação a 2021)
- Ramo de atividade com mais trabalhadores:
  • Consultoria, científica, técnica e similares
  • Administrativa e dos serviços de apoio
  • Restauração e similares
- N.º de empresas:
  • Pequenas: 51.941
  • Médias: 340
  • Grandes: 74
- Desemprego: 7%
- Vitórias eleitorais em Autárquicas: PSD - 6 / PS - 4 / IND - 3 
Notas metodológicas: A RTP reuniu os dados de cada concelho no que diz respeito à população, rendimento médio mensal, ramos de atividade dominantes na economia, percentagem de pessoas inscritas no centro de emprego e valores [da] habitação. Para além das 18 capitais de distrito, às quais se juntam Ponta Delgada e Funchal, damos também destaque aos dois concelhos mais populosos do país: Sintra e Vila Nova de Gaia.
Ao nível da população, [consideram-se] as estimativas provisórias de população residente – pós-censitárias – revistas em junho de 2024, com variação percentual em relação aos Censos de 2021. O número de eleitores diz respeito a 15 de junho de 2025, conforme consta no Diário da República n.º 115/2025, Série II de 2025-06-17.
Relativamente ao rendimento médio mensal, contabiliza-se o valor bruto, em euros, auferido pelos trabalhadores por conta de outrem de cada concelho em 2023. Para efeitos de comparação, a média nacional situava-se em 1.460,8 €, mas apenas seis dos concelhos analisados estão acima deste valor ou com valores aproximados.
Quanto aos ramos de atividade com maior número de trabalhadores, são apresentados os três setores com mais pessoal empregado. Os dados referem-se a 2023, mas refletem a tendência dos últimos anos.
No que respeita às empresas de cada concelho, as pequenas têm até 50 trabalhadores e um volume de negócios até 10 milhões de euros; as médias têm menos de 250 trabalhadores e até 50 milhões de euros; e as grandes contam com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios superior a 50 milhões de euros (dados de 2023).
Incluem-se ainda os dados do desemprego no continente, nomeadamente a percentagem de pessoas inscritas nos centros de emprego (à procura do primeiro emprego ou desempregadas), calculada a partir do valor médio mensal de inscritos em 2024. Nas regiões autónomas, foi apenas possível obter os dados relativos à taxa de desemprego (NUTS II – 2024) no 2.º trimestre de 2025. Para comparação, a percentagem nacional foi de 5,9 %.
Sobre a habitação, os dados apresentam o valor mediano da avaliação bancária por metro quadrado registado em 2024, com a respetiva variação percentual face a 2021, ano das anteriores eleições autárquicas. A referência nacional situa-se em 1.662 €/m² e a variação nacional foi de um aumento de 35 %.
Por fim, são também apresentados os resultados das anteriores eleições autárquicas, realizadas em 26 de setembro de 2021.

Fontes: PORDATA; INE; Secretaria-Geral da Administração Interna; Diário da República; CNE

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