Autárquicas 2025. Setúbal

Na corrida para as eleições autárquicas de 12 de outubro de 2025, conheça os candidatos, os números do concelho e os resultados das últimas eleições autárquicas, que se realizaram em 2021.

RTP /
RTP

A RTP realiza um ciclo de debates nas capitais de distrito. O debate de Setúbal acontece a 19 de setembro.
Candidatos à Presidência da Câmara
André Valente Martins (CDU)Tem 72 anos e é o atual presidente da Câmara Municipal de Setúbal. É militante do Partido Ecologista ‘Os Verdes’ e volta a concorrer ao mais alto cargo do município de Setúbal pela CDU. 

Nasceu em Castelo Branco e é licenciado em Sociologia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Foi vereador do município sadino entre 2001 e 2017, pela Coligação Democrática Unitária, e liderou pelouros do ambiente, turismo, atividades económicas e urbanismo tendo sido também vice-presidente de Maria das Dores Meira. 

Tornou-se presidente da Câmara de Setúbal em 2021, depois de a antiga presidente ter alcançado o limite de mandatos. Lidera também a Associação de Municípios da Região de Setúbal. 

O objetivo de André Martins e da CDU Setúbal é dar continuidade ao trabalho das últimas duas décadas.
André Dias (Livre)
O candidato do Livre tem 30 anos, é natural de Setúbal, e é argumentista e profissional da comunicação. André Dias apresenta-se como uma “alternativa de esquerda”. Os dois principais pilares da candidatura do Livre são a ecologia e a educação. Um dos outros temas da candidatura de André Dias é a segurança.
António Cachaço (Chega)Foi a segunda escolha de André Ventura, depois da saída da corrida por parte da antiga social-democrata Lina Lopes que anunciou não ser candidata à Câmara Municipal de Setúbal para se defender de uma campanha “difamatória”.

António Cachaço vive em Setúbal e tem uma licenciatura em marketing pela Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal.

Para o partido, a aposta é clara: “A sua candidatura nasce da vontade de mudar Setúbal para melhor – uma cidade com enorme potencial, mas que precisa de uma nova liderança capaz de colocar os cidadãos em primeiro lugar”, anunciou o Chega nas suas redes sociais.
Cláudio Fonseca (ADN)Cláudio Fonseca tem 52 anos e é o cabeça-de-lista do ADN (Alternativa Democrática Nacional) para a Câmara Municipal de Setúbal.

É empresário e guarda prisional e fez parte dos quadros do Chega como vogal do partido na Junta de Freguesia de São Sebastião.

Como medidas para o município sadino, Cláudio Fonseca aponta o reforço da segurança e maior transparência na gestão da autarquia de Setúbal. Quer também aproveitar terrenos municipais para construir mais habitações e apoia a criação de uma polícia municipal.
Daniela Rodrigues (Bloco de Esquerda)O Bloco de Esquerda apresentou a historiadora Daniela Rodrigues para a presidência da Câmara Municipal de Setúbal, cidade onde a candidata de 32 anos vive.

O lema da candidatura é “Setúbal pelas Pessoas” e quer “insuflar um novo ímpeto” ao Bloco no concelho.

O partido explicou também que a habitação, saúde, mobilidade, ambiente e direito ao espaço público são os temas centrais para as eleições autárquicas de dia 12 de outubro.
Fernando José (Partido Socialista)Repete a candidatura de 2021. Fernando José nasceu a 26 de agosto de 1972 em Setúbal, tem 53 anos e é o candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal.

É licenciado em Direito e pós-graduado em Direito do Trabalho e Segurança Social.

Tem o cargo de vereador do município desde 2009 e apresenta uma longa ligação à autarquia setubalense. Foi autarca na freguesia de São Julião no mandato de 2005/2009 e tornou-se, em 2019, deputado na Assembleia da República, eleito pelo círculo eleitoral de Setúbal.

Até esse ano era o subdiretor-geral do Emprego e das Relações de Trabalho.
Flávio Lança (Iniciativa Liberal)Tem 49 anos, é economista e empreendedor e em 2021 foi eleito deputado municipal na cidade de Setúbal.

Flávio Lança é candidato à Câmara Municipal sadina pela Iniciativa Liberal e apresentou seis pontos críticos para tirar a cidade do “marasmo”: atração de investimento, mobilidade urbana, limpeza da cidade, requalificação das escolas, dar apoio ao tecido empresarial de Setúbal e uma Câmara Municipal mais rápida e transparente.
Maria das Dores Meira (Candidatura independente, apoiada pelo PSD)Tem 68 anos, é licenciada em Direito e é a grande concorrência ao lugar de André Martins na Câmara Municipal de Setúbal.

Maria das Dores Meira já sabe o que é presidir ao executivo da cidade. Foi presidente entre 2006 (assumiu o cargo depois da demissão de Carlos de Sousa) e 2021 como autarca do Partido Comunista Português.

Saiu e depressa se viu envolta em polémica, acusada de gastos abusivos de cartões de crédito e recebimentos indevidos de ajudas de custo.

Uma investigação da SIC descobriu itinerários de Maria das Dores Meira enquanto presidente do executivo de Setúbal em que se encontrava, ao mesmo tempo, em Moçambique e na cidade de Valência, recebendo ajudas de custos pelas duas viagens.

Depois de atingir o limite de mandatos, tentou a sorte na Câmara Municipal de Almada mas perdeu a eleição para Inês de Medeiros.

Acabaria por desvincular-se do PCP e anunciou que seria novamente candidata à cidade sadina.

Uma candidatura independente mas que tem o apoio do PSD, apesar dos protestos da concelhia nacional social-democrata.

Nos últimos dias, Maria das Dores Meira voltou a ser notícia devido a uma auditoria, pedida pelo PS, que investiga supostos delitos da antiga autarca, que já se queixou de perseguição política e anunciou que vai avançar judicialmente contra os autores.

No programa eleitoral, Maria das Dores Meira apresenta vários pontos de referência que quer implementar na cidade: modernização e transparência de Setúbal, desenvolvimento económico, sustentabilidade e aposta nos apoios sociais, na cultura e em mais espaços limpos dentro da cidade.
Mariana Crespo (PAN)
Nasceu em Lisboa em 1983, é psicóloga e candidata à Câmara Municipal de Setúbal pelo PAN.

Mariana Crespo foi eleita deputada municipal em 2021 para a cidade do Sado.

Os objetivos de Mariana Crespo passam pela preservação do ambiente e a defesa dos animais, prometendo conciliar a natureza com atividade industrial de Setúbal.
Setúbal em números
- População: 124.339 (+1% em relação a 2021)
- N.º de eleitores: 106.535
- Rendimento médio mensal: 1.429€
- Habitação por m²: 1.853€ (+40% em relação a 2021)
- Ramo de atividade com mais trabalhadores:
  • Indústrias transformadoras
  • Administrativa e dos serviços de apoio
  • Restauração e similares
- N.º de empresas:
  • Pequenas: 15.817
  • Médias: 61
  • Grandes: 18
- Desemprego: 5,6%
- Vitórias eleitorais em Autárquicas: CDU - 8 / PS - 5
Notas metodológicas: A RTP reuniu os dados de cada concelho no que diz respeito à população, rendimento médio mensal, ramos de atividade dominantes na economia, percentagem de pessoas inscritas no centro de emprego e valores [da] habitação. Para além das 18 capitais de distrito, às quais se juntam Ponta Delgada e Funchal, damos também destaque aos dois concelhos mais populosos do país: Sintra e Vila Nova de Gaia.
Ao nível da população, [consideram-se] as estimativas provisórias de população residente – pós-censitárias – revistas em junho de 2024, com variação percentual em relação aos Censos de 2021. O número de eleitores diz respeito a 15 de junho de 2025, conforme consta no Diário da República n.º 115/2025, Série II de 2025-06-17.
Relativamente ao rendimento médio mensal, contabiliza-se o valor bruto, em euros, auferido pelos trabalhadores por conta de outrem de cada concelho em 2023. Para efeitos de comparação, a média nacional situava-se em 1.460,8 €, mas apenas seis dos concelhos analisados estão acima deste valor ou com valores aproximados.
Quanto aos ramos de atividade com maior número de trabalhadores, são apresentados os três setores com mais pessoal empregado. Os dados referem-se a 2023, mas refletem a tendência dos últimos anos.
No que respeita às empresas de cada concelho, as pequenas têm até 50 trabalhadores e um volume de negócios até 10 milhões de euros; as médias têm menos de 250 trabalhadores e até 50 milhões de euros; e as grandes contam com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios superior a 50 milhões de euros (dados de 2023).
Incluem-se ainda os dados do desemprego no continente, nomeadamente a percentagem de pessoas inscritas nos centros de emprego (à procura do primeiro emprego ou desempregadas), calculada a partir do valor médio mensal de inscritos em 2024. Nas regiões autónomas, foi apenas possível obter os dados relativos à taxa de desemprego (NUTS II – 2024) no 2.º trimestre de 2025. Para comparação, a percentagem nacional foi de 5,9 %.
Sobre a habitação, os dados apresentam o valor mediano da avaliação bancária por metro quadrado registado em 2024, com a respetiva variação percentual face a 2021, ano das anteriores eleições autárquicas. A referência nacional situa-se em 1.662 €/m² e a variação nacional foi de um aumento de 35 %.
Por fim, são também apresentados os resultados das anteriores eleições autárquicas, realizadas em 26 de setembro de 2021.

Fontes: PORDATA; INE; Secretaria-Geral da Administração Interna; Diário da República; CNE


PUB