Política
Política com Assinatura
Bloco central é "ideia morta", defende Hugo Soares
A ideia de bloco central entre PSD e PS é uma "ideia morta", no entendimento de Hugo Soares. O social-democrata adianta, no entanto, que "outra coisa" é "os dois partidos entenderem-se em matérias essenciais".
Mas também admite que é preciso perceber que partido será o PS com uma nova liderança e perceber o que defende o Chega, com Hugo Soares a acusar André Ventura de ser um catavento.
Se a oposição não viabilizar o Orçamento, está a fazer “haraquiri político”
Quanto à aprovação do próximo Orçamento do Estado, Hugo Soares defende que a inviabilização “seria, mais uma vez, uma espécie de haraquiri (ritual suicida japonês) da oposição”.
E acrescenta: “Não concebo sequer a hipótese de este Orçamento não ser viabilizado no Parlamento, mas quero dizer mais: eu não concebo a hipótese do Orçamento do próximo ano também não ser”. O discurso político está transformado num embuste. A crítica de Hugo Soares ao debate sobre a revisão da Constituição.
Em entrevista ao podcast da Antena 1 Política com Assinatura, o Secretário-geral do PSD denuncia que “esta conversa é um embuste político”.
O social-democrata esclarece que “dizer que é preciso rever a Constituição para decidir políticas públicas (...), não é preciso, isso é um embuste e um engano”.
“Todos, todos, todos” - é desta forma que Hugo Soares prevê a negociação dentro do Assembleia da República entre AD e restantes partidos.
O líder parlamentar do PSD defende que há matérias capazes de entendimentos entre Partido Socialista e Chega, como impostos, salário mínimo, imigração, entre outros.
No caso da imigração, diz mesmo esperar que entre os socialistas o discurso mude até porque “José Luís Carneiro é o pai da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras de forma atabalhoada”. Olhando para o futuro Governo, Hugo Soares tem certezas: contas públicas em ordem, um executivo sem casos nem casinhos a governar nos próximos quatro anos.
O líder parlamentar do PSD afirma mesmo que “Portugal não vai voltar às questões dos défices orçamentais”, até porque o PSD “nunca levou lições de ninguém em matéria de contas públicas”, acrescenta. Esta será uma legislatura mais tranquila na opinião de Hugo Soares que se baseia em dois fatores.
Desde logo a alteração na liderança do PS, “parece ser uma liderança muito mais moderada”, diz o Secretário-geral do PSD.
E depois porque André Ventura “quer vestir a pele de mais moderado e mais responsável”. “Com maior maturidade política”, acrescenta.
“Não é não” continua a ser “não é não”, garante Hugo Soares
A AD mantém que não governa em coligação pós-eleitoral com o Chega.
A AD mantém que não governa em coligação pós-eleitoral com o Chega.
“Coisa diferente”, diz o social-democrata “era o PSD escusar-se de conversar com o Chega, como o Partido Socialista, que estão no parlamento em representação de centenas de milhares de pessoas”.
Hugo Soares reconhece que o Chega é "um partido como os outros”.
Ainda assim admite que há linhas vermelhas com o Chega, como há com o PS.
Gouveia e Melo “tem lacunas colossais”
O secretário-geral do PSD respeita a posição pessoal de Rui Rio de ser o mandatário da candidatura a Belém de Gouveia e Melo. No entanto, mostra-se preocupado com aquilo que diz ser a falta de experiência política do almirante.
E destaca: “Não me parece saudável que alguém que tenha exercido funções ao mais alto nível na esfera militar, possa sair da esfera militar para, imediatamente, ser candidato a presidente da República. Não acho uma coisa saudável para a democracia”. Sobre a investigação do Ministério Público a uma denúncia anónima que acusa o secretário-geral do PSD de alegadamente ter sido favorecido no acesso a uma cirurgia, Hugo Soares diz que isso é ridículo.
E defende uma reflexão sobre “as denúncias anónimas feitas, apenas e só, para instrumentalização política”. Entrevista conduzida por Natália Carvalho, editora de Política da Antena 1.