Buscas no Conselho de Ministros. Governo garante "total cooperação com as autoridades"

por RTP

O Governo confirmou que decorreram esta quinta-feira buscas na Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros. "Essas buscas foram ao nível dos serviços, não incluíram buscas em gabinetes de membros do Governo", adiantou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, dizendo haver uma "total cooperação com as autoridades".

“Vamos acompanhar com seriedade, mas também com serenidade, o desenvolvimento desta investigação, e procurar, depois de levantado o segredo de justiça, conhecer o seu conteúdo”, explicou o responsável.

O secretário-geral irá manter-se em funções até dispor de factos que alterem a sua avaliação.

André Moz Caldas garantiu que o Governo não conhece quaisquer factos sobre a investigação, sabendo apenas que esta teve lugar.

“Ao que parece não há sequer arguidos constituídos e não há lugar à apreciação da conduta de quem quer que seja relativamente a qualquer ato praticado por qualquer entidade da Administração”, defendeu.

Para o secretário de Estado, o sucedido “significa apenas que os órgãos de polícia criminal e as autoridades judiciárias estão a fazer o seu trabalho, dando confiança a todas as portuguesas e portugueses de que o sistema de justiça funciona e que, independentemente das instituições, a sua atividade é integralmente escrutinada”.

“Neste momento, a única coisa que esperamos é celeridade para que o prestígio das instituições não saia afetado e para que o funcionamento da secretaria-geral do Conselho de Ministros e das mais de 91 entidades que ela serve possa não ser afetado”, acrescentou André Moz Caldas.

A Polícia Judiciária desencadeou esta quinta-feira buscas na sede da Presidência do Conselho de Ministros. Em comunicado, o Departamento Central de Investigação e de Ação Penal (DCIAP) confirmou a realização de buscas em cinco diferentes locais.

Neste inquérito investiga-se a eventual prática de "crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio e falsificação de documento", indica o DCIAP.

"Em causa estão factos relacionados com a adjudicação, através de ajuste direto, de contrato de prestação de serviços celebrado entre organismos da administração pública e sociedade comercial", acrescenta o comunicado.
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