Caso Spinumviva. Montenegro denuncia "manobras obscuras" e "deslealdade processual"

Na reação às notícias de terça-feira, que deram conta da intenção dos procuradores em abrir um inquérito judicial sobre o caso Spinunviva, o primeiro-ministro afirmou-se "completamente tranquilo, embora absolutamente estupefacto e mesmo revoltado" que a notícia possa ter partido "de alguém ligado ao processo".

Andreia Martins - RTP /
António Pedro Santos - Lusa

Foi a a reação do primeiro-ministro à notícia de que os responsáveis pela averiguação preventiva à atividade da empresa Spinumviva entendem que deve ser aberto um inquérito a Luís MontenegroNuma curta declaração aos jornalistas, classificou a situação como "uma pouca-vergonha" e mesmo "deslealdade processual e democrática". 

Ainda antes das palavras do primeiro-ministro, a Procuradoria-Geral da República tinha emitido um comunicado em que esclarecia que a averiguação preventiva ao caso Spinumviva continuava "em curso" e a aguardar documentação. 

"Estou completamente tranquilo embora absolutamente estupefacto e mesmo revoltado com o teor das notícias que, a virem de alguém ligado ao processo, configura uma situação que é uma pouca-vergonha", afirmou Luís Montenegro a partir de Albufeira.
O primeiro-ministro assegurou ainda que tem facultado "todos os esclarecimentos" que têm sido pedidos e considerou "revoltante" que se lancem "insinuações e suspeita sabsolutamente infundadas".

"Com tranquilidade, estupefação, com revolta, assisto a estas manobras obscuras que não consigo perceber de onde vêm. Haverá um momento em que tudo poderá ser clarificado e todos iremos concluir que a democracia tem vulnerabilidades, fragilidades e esta é uma delas: a de se lançarem atoardas, suspeitas, insinuações não identificadas", acrescentou. 

O primeiro-ministro e líder do PSD lembrou ainda a proximidade das eleições autárquicas que se realizam no próximo domingo. Pediu aos portugueses que “não se deixem levar por estas manobras a três ou a quatro dias do encerramento de uma campanha eleitoral”.

"Não me intimido, continuarei a fazer o meu trabalho", assegurou. 

No final de setembro, o Procurador-geral da República afirmou que o Ministério Público pediu mais documentação ao primeiro-ministro para poder finalizar a averiguação preventiva sobre os negócios da sua empresa familiar Spinumviva.

Recorde-se que este caso esteve na origem da demissão do primeiro Governo de Luís Montenegro na sequência da rejeição de uma moção de confiança no Parlamento, em março último. 
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