Chega vence os dois círculos eleitorais fora de Portugal
"Mudança de regime". Chega será principal partido da oposição
Foto: Manuel de Almeida - Lusa
Segundo André Ventura, o objetivo não é "vencer por vencer", como "PS e PSD para distribuir lugares pelos amigos ou pelos mais próximos".
"Queremos vencer para que os que votaram em nós no mundo inteiro possam voltar para esta enorme nação que é Portugal".
Chega com dois deputados da emigração e segundo lugar nas legislativas
Lusa
Apurados na totalidade os resultados das eleições legislativas, a AD fecha a contagem com 91 deputados eleitos, o Chega com 60 e o PS com 58.
Ventura fala em "vitória estrondosa" do Chega nos círculos da emigração
"É uma grande vitória. Um vitória que vemos com grande responsabilidade".
Segundo André Ventura, estes resultados marcam "uma mudança profunda no sistema político português, que é o facto de o Chega se tornar hoje líder da oposição".
"O Chega venceu o círculo da Europa e é isso que é preciso dizer hoje", repetiu. E acrescentou que esta vitória se deve a uma razão: "os emigrantes sabem o que é socialismo, sabem o que é a social-democracia, sabem o que é corrupção, a subsídio-dependência e sabem o que é ter de lutar contra tudo isso".
Por essa razão, considera Ventura, as comunidades portuguesas "quiseram vir a terreiro e dizer 'queremos o Chega'".
Negando ser uma desilusão o partido não ter conseguido eleger um segundo deputado da Europa, o líder partidário frisou que "o Chega tem o dobro dos resultados do PS e do PSD".
"Esta é uma vitória estrondosa e histórica", voltou a mencionar. "Isto é o sinal de um país que está a mudar".
O líder do Chega falava aos jornalistas, à chegada ao hotel em Lisboa onde o partido está reunido para acompanhar a contagem dos votos dos emigrantes, iniciativa que encarou como uma segunda noite eleitoral.
"O Chega será o líder da oposição ao bloco central de interesses", disse.
Resultados da emigração. Apenas uma mesa por contar
Chega fica a poucos votos de conseguir dois deputados no círculo da Europa
Em França e na Suíça, por exemplo, o número de votos no Chega é superior à soma de votos de AD e PS. Na Alemanha e Países Baixos, a vitória foi da AD.
Contagem final dos círculos da imigração, Chega passa o PS
Deputado eleito pelo Chega considera que portugueses não querem socialismo
Em declarações à agência Lusa, o deputado agora reeleito pelo círculo Fora da Europa, disse que esta vitória demonstra que os portugueses querem continuar a contar com um representante que seja efetivamente emigrante.
"Não é como um partido que também elegeu um deputado pela emigração e que há muitos anos elege um deputado que não é emigrante e nunca foi emigrante", disse, numa referência a José Cesário, eleito pelo PSD por Fora da Europa.
Sobre a vitória do Chega, que às 19:55 contava com 27,10% dos votos, disse que é uma mensagem clara dos portugueses, de que não querem mais o socialismo e sim "um Portugal para os portugueses".
Além de Manuel Magno Alves, o Chega elegeu o deputado José Dias Fernandes pelo círculo da Europa.
Eleito pela coligação PSD/CDS para o círculo de Fora da Europa, José Cesário disse à Lusa que este foi "um voto de confiança" às posições destes partidos, mas também "um sinal de preocupação".
"Sabemos ler os números e sabemos que há muita gente que está insatisfeita, por várias razões. Ao longo deste ano trabalhámos muito, ao nível do Governo, para resolver alguns problemas, mas sabemos que ainda há muitos por resolver", afirmou.
E prosseguiu: "A maior parte das nossas comunidades é constituída pelos lusodescendentes, mas eles todos têm problemas específicos a que é preciso dar respostas. Temos dado algumas, mas é preciso dar muito mais".
Sobre o facto de o Chega subir a principal partido da oposição, Cesário disse que se avizinha um momento "particularmente desafiante".
"O que importa é que os partidos da Aliança Democrática mantenham a sua postura dialogante, humilde, de trabalho, que implica conversar com todos e chamar todos para um esforço coletivo, que é o que importa, que é o esforço de afirmação de Portugal no mundo e que seja um país com mais desenvolvimento, uma economia mais forte que mantenha os nossos jovens cá", acrescentou.
Pela Europa, a coligação PSD/CDS elegeu José Manuel Fernandes.
José Dias, do Chega, eleito pelo círculo da Europa
José Dias acredita que o Chega quebrou um círculo vicioso de PSD e PS e afirmou que os imigrantes deixaram de acreditar na "manipulação da comunicação social e algumas associações".
AD recupera deputado pelo círculo da Europa
A AD conseguiu "aumentar o número de deputados", apesar da "luta difícil" com as contagens próximas com o Chega.
José Cesário considera que estes resultados revelam "bem o que o eleitorado diz"
Chega vence ou reforça nos principais destinos da emigração na Europa
De acordo com os dados oficiais, o Chega obteve 28,85% dos votos em França, ficando à frente do PS (14,41%) e da coligação PSD/CDS (12,81%).
Nas eleições do ano passado, o PS foi o partido mais votado neste país, com 18,59% dos votos, ficando à frente do Chega (16,75%) e da AD (12,63%).
Na Suíça, outro país europeu com forte presença de emigrantes portugueses, o Chega reforçou a liderança, obtendo 45,72% dos votos, contra 32,62% em 2024.
Na segunda posição ficou a coligação PSD/CDS, tal como a AD em 2024, e o PS em terceiro lugar, igual ao que conseguiu no ano passado.
No Reino Unido, o Chega venceu com 16% dos votos, destronando assim o PS que em 2024 ficou em primeiro lugar, com 15,22% da votação.
Em segundo lugar ficou o PS (13,21%) e a coligação PSD/CDS (13,07%).
No Luxemburgo, o Chega também lidera, reforçando a votação: 31,27%, contra 19,61% em 2024. A coligação PSD/CDS manteve a segunda posição e o PS a terceira.
Com a maioria dos consulados apurados, o Chega vencia, às 19h15, com 28,17% dos votos, seguindo-se a coligação PSD/CDS (15,02%) e o PS (13,03%).
Os resultados apontam para a eleição de dois deputados da coligação PSD/CDS (um pela Europa e outro por Fora da Europa) e dois do Chega (um por cada círculo).
SMM // MLL
Lusa/Fim
Dados provisórios apontam Chega como partido mais votado
O mesmo deverá acontecer no círculo fora da Europa. Os votos do Brasil serão importantes, com a votação a estar taco a taco entre AD e Chega, havendo uma diferença entre os dois partidos de menos de 80 votos.
Chega perde algum terreno mas continua a liderar no círculo da Europa
O partido lidera no círculo da Europa com mais 26 mil votos que a AD, o que vai permitir a eleição de um deputado para Chega e a coligação.
No círculo fora da Europa, é a AD que lidera, por uma margem mínima de 1000 votos.
A continuar assim, AD e Chega vão eleger dois deputados cada, o que significa que, pela primeira vez, o PS não vai eleger nenhum deputado fora de Portugal.
Com estes resultados, que serão conhecidos esta quarta-feira, o Chega passa a eleger 60 deputados e vai tornar-se na segunda força política no Parlamento, relegando o Partido Socialista para terceiro lugar.
Carlos César reconhece que Chega vai ficar à frente do PS
Foto: José Sena Goulão - Antena 1
Revisão da Lei Fundamental será possível? O que pensam constitucionalistas
Foto: Pedro A. Pina - RTP
Mais de um quinto dos votos dos emigrantes chegou a Portugal
O relatório da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI) de hoje dá conta de que, até ao final de terça-feira, chegaram 347.932 cartas com os boletins de voto dos portugueses no estrangeiro.
Trata-se de 22,04% dos eleitores inscritos, uma percentagem superior à de 2024 (20,68%), em período homólogo da receção das cartas.
Além de terça-feira, e desde que as cartas com os boletins de voto começaram a chegar a Portugal, apenas no dia 20 de maio se registou uma percentagem superior à das legislativas do ano passado: 15,34% em 2025 e 15,06 em 2024.
Nos restantes dias, a percentagem de cartas recebidas foi sempre inferior.
Para este ato eleitoral estavam inscritos 1.578.890 eleitores portugueses residentes no estrangeiro.
O apuramento dos votos dos emigrantes portugueses, que decorre na Feira Internacional de Lisboa (FIL), deverá eleger dois deputados para o círculo da Europa e dois deputados para o círculo Fora da Europa.
O resultado irá ainda determinar quem será o segundo partido mais votado nas eleições de 18 de maio: PS ou Chega.
A AD - Coligação PSD/CDS venceu as eleições legislativas de 18 de maio, com 89 deputados, se se juntarem os três eleitos pela coligação AD com o PPM nos Açores, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, 58.
Nos últimos 20 anos, o PS e o PSD dividiram os mandatos pela Europa e Fora da Europa, mas este bipartidarismo terminou em 2024, quando o Chega elegeu um deputado por cada um dos círculos.
Trabalhos suspensos até às 17h00
Os trabalhos estão suspensos em todas as 150 mesas na FIL até às 17h00, altura em que podem ainda chegar mais votos. Só nessa altura é que poderão abrir os envelopes e proceder à contabilização.
Já estão contados mais de 190 mil votos de emigrantes
Foto: José Sena Goulão - Lusa
Mais de 347 mil votos chegam à FIL, nulos avolumam-se
O problema dos votos nulos foi referido por uma das responsáveis pela contagem, que apontou a complexidade das regras para os eleitores emigrantes. Até ao momento, em ambos os círculos, o PS surge em terceiro lugar, muito abaixo da AD e do Chega. Os socialistas arriscam-se mesmo a não eleger qualquer deputado pela emigração, o que aconteceria pela primeira vez.
Quatro assentos parlamentares em jogo
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não exclui o cenário de um acordo escrito entre os partidos para garantir a governabilidade.
Em declarações à RTP, o chefe de Estado afirmou ainda que parte sem linhas vermelhas para a segunda ronda de audiências com os três maiores partidos, marcada para quinta-feira.
Já o líder do Chega sublinha que cabe a Luís Montenegro decidir se quer salvar o Partido Socialista. André Ventura respondeu assim ao repto lançado por José Luís Carneiro, candidato à sucessão de Pedro Nuno Santos, que pediu que o partido seja a escolha do próximo governo para negociar uma eventual revisão contitucional.
Entrevistada no podcast da Antena 1 "Política com Assinatura", outra voz do PS, a de Mariana Vieira da Silva, deixou uma questão ao PSD sobre o eventual processo de revisão da Lei Fundamental, defendido pela Iniciativa Liberal e pelo Chega: “Se decidir fazer a revisão constitucional à margem do PS, teria o direito de exigir que o PS viabilizasse orçamento após orçamento nos próximos anos?”.
Voto dos emigrantes. AD e Chega em vantagem no início da contagem
Marcelo admite acordo escrito para garantir governabilidade
Foto: Pedro Nunes - Reuters (arquivo)
André Ventura diz que cabe a Luís Montenegro salvar ou não o PS
Foto: Rodrigo Antunes - Lusa
Pede por isso que toda a Administração Pública passe a ser fiscalizada.
Mariana Vieira da Silva admite que travou candidatura para não prejudicar PS nas autárquicas
Na sua opinião seria exequível manter o partido liderado pelo Presidente Carlos César até às eleições autárquicas, até porque “concluo que ninguém queria uma disputa eleitoral a tão pouco tempo das autárquicas”.
Para a antiga ministra, o PS não atirou o PSD para os braços do Chega. Relembra que os socialistas apoiaram por diversas vezes o Governo de Luís Montenegro. E defende que António Costa foi quem adiou a ascensão do Chega em Portugal. Olhando e falando para o interior do PS, Mariana Vieira da Silva afirma que o partido perdeu eleitores porque não conseguiu resolver duas questões: habitação e imigração. Todavia, e no caso da habitação, a deputada acredita ser possível "entendimentos fortes com a AD".
Sobre a revisão da Constituição, Mariana Vieira da Silva deixa um recado, em jeito de pergunta, ao PSD: “se decidir fazer a revisão constitucional à margem do PS, teria o direito de exigir que o PS viabilizasse orçamento após orçamento nos próximos anos?”. Nenhum partido deve dizer que aprova um orçamento sem saber o que está lá escrito. Mariana Vieira da Silva reforça que “o PS não deve dizer que aprova já xis orçamentos”.
E culpa Marcelo Rebelo de Sousa pela sobrevalorização dos Orçamentos do Estado: “considerou que quando um Orçamento do Estado não era aprovado isso significava, por si só, a queda de um Governo”. A Comissão Parlamentar de Inquérito à Spinumviva vai acontecer. É a convicção de Mariana Vieira da Silva, “independentemente do posicionamento do Partido Socialista”, diz.
A deputada acredita também que o assunto “já não passará exclusivamente pela Comissão de Inquérito”. Nesta entrevista, Mariana Vieira da Silva reforça que António José Seguro não é o candidato “que melhor se posiciona” para representar o PS em Belém.
Garante que nada tem a ver com “feridas antigas”, mas sim com condições para "oferecer a resposta de credibilidade que o PS deve procurar”. Entrevista conduzida pela editora de Política da Antena 1, Natália Carvalho.
José Luis Carneiro afasta para já uma comissão de inquérito à Spinumviva
Foto: Tiago Petinga - Lusa
O antigo ministro afastou, para já, uma comissão de inquérito ao caso Spinumviva.