Conversa Capital. Mariana Vieira da Silva diz que soube do caso nas Infraestruturas após contactos

por RTP

Entrevistada no programa Conversa Capital, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, refere que só soube dos factos que envolveram o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o ex-adjunto Frederico Pinheiro após terem sido feitos todos os contactos. E afirma que nunca foi solicitada a sua intervenção.

Uma intervenção que seria pertinente, visto que a ministra substituía na altura o primeiro-ministro, em férias quando o incidente ocorreu.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, a ministra da Presidência explicou que foi informada pelo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros depois de os contactos terem sido feitos e apenas para informar sobre o que sucedera. Só nessa altura falou com o ministro das Infraestruturas.
Mariana Vieira da Silva adianta que a comunicação ao SIS é justificada em função da avaliação que foi feita sobre a informação que o computador em causa continha.

Lembra que um computador de trabalho tem necessariamente um conjunto de informação diferente da informação pessoal e que, nesse âmbito, cabe a cada membro do Governo avaliar a relevância e, em função dessa avaliação, lançar os alertas e tomar os cuidados que se justifiquem.

Refere, no entanto, que depois dessa comunicação as opções tomadas já não são da responsabilidade do Executivo.
A ministra da Presidência considera mesmo que mais vale reportar do que não o fazer.
Quanto à situação, a ministra admite ter impacto no Governo e que era desejável que não tivesse acontecido, mas deixa para a comissão parlamentar de inquérito a avaliação.
Sem desvalorizar o caso, Mariana Vieira da Silva lembra que não é a primeira vez que a confiança é posta em causa, mas sustenta que os portugueses continuam a acreditar no PS, porque o que importa às pessoas é que os seus problemas sejam resolvidos.
Apesar de todas as questões, o que importa, refere, é que o Governo faça o que tem de ser feito em vez de concentrar o trabalho na análise política permanente.
Neste sentido, garante que não chegou a hora de o Governo sair.
Nesta entrevista, a ministra revelou que o trabalho técnico prévio de negociação à reprogramação do PRR está avançado e já numa fase final. Adianta que há aumento de custos em praticamente todos os investimentos.
Ainda assim, Mariana Vieira da Silva não sabe ao certo o valor do empréstimo adicional a solicitar à Comissão Europeia, mas será sempre inferior a dois mil milhões de euros.
Quanto à execução, estão cumpridas 17 por cento das metas do PRR e dentro dos objetivos definidas.
Quanto ao Orçamento, garante que, a confirmar-se o crescimento da economia previsto no final de 2023, o Governo continuará a antecipar e a reforçar medidas já colocadas no terreno para ajudar as famílias.
Neste sentido, a ministra da Presidência admite também rever em alta os aumentos da Função Pública no próximo Orçamento, mas rejeita outro aumento intercalar.
A entrevista a Mariana Vieira da Silva ao programa Conversa Capital foi conduzida por Rosário Lira, da Antena 1, e Paulo Ribeiro Pinto, do Jornal de Negócios.
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