Costa afirma que já imagina Passos contra a NATO e pela reestruturação da dívida

por Lusa

Lisboa, 17 jan (Lusa) - O primeiro-ministro acusou hoje Passos Coelho de agir pelo "ciúme" face ao Governo e por "vingança" em relação aos parceiros sociais, dizendo que agora pode esperar-se ver o PSD contra a NATO ou pela reestruturação da dívida.

António Costa falava no encerramento do debate quinzenal na Assembleia da República, ocasião em que voltou a atacar a posição contrária dos sociais-democratas perante o acordado em concertação social em matéria de descida da Taxa Social Única (TSU) para as empresas em 1,25%, como compensação pelo aumento do salário mínimo para 557 euros este ano.

"Políticos que reagem epidermicamente, políticos que dizem hoje o contrário do que disseram ontem minam a credibilidade da política, minam a confiança dos cidadãos e prestam um péssimo serviço à democracia e à sua qualidade", declarou António Costa.

O primeiro-ministro interrogou-se depois sobre o que explica a cambalhota" do presidente do PSD em matéria de TSU "e a resposta, infelizmente, é o ciúme".

"O PSD falhou no Governo, falha agora novamente na oposição e não suporta o que está a acontecer no país", apontou, sustentando, depois, que com o atual executivo houve uma inversão da anterior tendência para a desaceleração, que foi cumprido o objetivo do défice em 2016 e que o "país vive num clima de ausência de crispação e de normalidade institucional".

Para o primeiro-ministro, a posição agora assumida pelo PSD em matéria de redução da TSU passa a imunizá-lo contra qualquer surpresa no plano pessoal.

"Quem sabe, um dia, vamos ver o PSD votar uma moção para a saída de Portugal da NATO ou para que o país inicie uma renegociação da dívida. Estou cá para ver doutor. Pedro Passos Coelho", declarou, recebendo palmas da bancada do PS.

Na sua intervenção, o primeiro-ministro considerou também que o PSD entrou numa lógica de "vale tudo" e está agora num processo de "vingança" em relação aos parceiros sociais.

"Agora, que há um acordo de concertação social, o doutor Pedro Passos Coelho lava as mãos e diz que, pelo contrário, quem o assinou vai ter de pagar os seus custos pelo facto de ter chegado a um entendimento com um Governo que, de acordo com o líder do PSD, não merece crédito. É pura vingança em relação aos parceiros sociais", acrescentou.

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