Cotrim considera desnecessária demissão após esclarecimento do ministro da Educação

O candidato presidencial Cotrim Figueiredo afirmou hoje que o ministro da Educação fez uma "declaração manifestamente infeliz" sobre residências públicas de estudantes, mas considerou-se esclarecido após justificações de Fernando Alexandre, afastando a necessidade de "outra ação" política.

Lusa /
Rodrigo Antunes - Lusa

"O ministro teve uma declaração manifestamente infeliz, mas que teve o mérito de depois vir rapidamente tentar esclarecer e, de facto, das várias intervenções públicas que já o ouvi fazer depois disso, eu considero-me esclarecido e não penso que seja necessária outra ação do tipo político", defendeu o candidato às eleições presidenciais João Cotrim Figueiredo, questionado pelos jornalistas, após uma visita a um quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.

Na terça-feira, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, defendeu que as residências públicas devem ter alunos de vários estratos sociais, caso contrário, dando prioridade aos bolseiros, irão degradar-se mais rapidamente.

Posteriormente, em declarações na RTP-Notícias, o ministro considerou que as suas palavras foram descontextualizadas: "O que eu disse é que, quando tenho um serviço público que é usado apenas por pessoas que não têm voz, que são de rendimentos mais baixos, por razões de gestão, o serviço se degrada", disse Fernando Alexandre.

O candidato às eleições presidenciais apoiado pela IL destacou a "visão particularmente moderna do que deve ser o sistema de ensino" de Fernando Alexandre, relativamente à autonomia das escolas, revisão de currículos e outras matérias, e incentivou o ministro a "continuar a senda dessa reforma, porque é preciso bastante mais".

Cotrim Figueiredo afirmou não ser adepto de pedidos de demissão de ministros e não o faria enquanto Presidente da República, ao contrário de Marcelo Rebelo de Sousa que, por exemplo, defendeu a demissão do antigo ministro das Infraestruturas João Galamba.

"A composição do Governo é da responsabilidade do primeiro-ministro e, portanto, será ao primeiro-ministro que compete não só escolher, mas também demitir os ministros e os secretários de Estado, quando assim entende fazê-lo", apontou o candidato.

Para Cotrim Figueiredo, ao Presidente da República, compete garantir condições de estabilidade e cooperação com a ação de qualquer Governo que esteja em função, "e isso não se compadece com declarações públicas de tirar tapetes a ministros ou a secretários de Estado".

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