Luís Montenegro disse não ter revelado qualquer interação com a Entidade para a Transparência, não sabendo também a fonte da notícia do Expresso de que remeteu uma nova declaração àquele organismo em que são conhecidos sete novos clientes que tinha na empresa era já primeiro-ministro de Portugal.
“O que eu sei é que respondi a uma solicitação que me foi feita, contactei a Entidade para a Transparência, que me assegurou que não publicitou a informação que eu enviei ontem e me informou que na Assembleia da República a informação foi acessível e eventualmente terá sido essa a origem da difusão de uma informação que não tem a minha responsabilidade”, garantiu.
Montenegro quis também garantir que não acumulou a função de primeiro-ministro com nenhuma outra atividade: “Eu não recebi um único euro de nenhuma atividade privada desde que sou presidente do PSD”.
“Tudo o que foi dito por Pedro Nuno santos corresponde a uma exploração de insinuações gratuitas que é lamentável e deplorável que um líder político se preste a fazer apenas com o intuito de tirar daí algum dividendo”.
Sobre a possibilidade de haver novas informações sobre o caso, disse que estava disponível para todos os esclarecimentos.
“Eu dei todas as informações que me foram perguntadas até agora”.
“E Pedro Nuno Santos não tem autoridade moral, nem vida cívica, profissional ou empresarial para falar assim de mim”.
“É deplorável o que Pedro Nuno Santos fez, porque não aplica a ele próprio o que ele quis instrumentalizar. (…) Sabemos os clientes de uma empresa em que Pedro Nuno Santos tinha uma participação social quando era deputado, secretário de Estado e ministro? Eu nunca lhe perguntei. Sabemos a que entidades públicas vendeu materiais e equipamentos?”, questionou Montenegro, ao que o líder dos socialistas respondeu: “Sabemos”.
Acrescentaria, voltando-se para o primeiro-ministro: “Eu quero dizer a Luís Montenegro que não se vitimize porque a vida não o tratou mal. Não é toda a gente que sai da política e consegue rapidamente dois ajustes diretos com duas autarquias presididas por dois companheiros de partido e amigos. Não foi o PS que abriu um inquérito crime no DIAP do Porto, não fui eu que não declarei todas as minhas contas ao Tribunal Constitucional”.
O socialista recuperou uma questão de Montenegro a Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, se havia algum momento em que o Governo da AD tinha beneficiado os clientes da Spinumviva e Pedro Nuno Santos apontou o contrato do Estado com o Grupo Solverde.
Apontando os atrasos na concessão de três casinos e que, não tendo ainda sido lançado o concurso internacional, com prorrogação da concessão à Solverde, “há, potencialmente, sim”.
Luís Montenegro respondeu com um processo que vinha do anterior governo socialista e que valeu à Solverde uma indemnização de 15 milhões mais três de juros e da qual diz que o seu Executivo recorreu “e inibimos o Estado de pagar essa indemnização”.
“Era só o que faltava que o Estado não recorresse”, declarou Pedro Nuno Santos, apontando um exemplo semelhante com o Casino da Póvoa mas em que foi um governo socialista a recorrer.