Decisão do PS Açores é de "voto contra" governo da AD

por RTP
André Kosters - Lusa

O líder do PS Açores, Vasco Cordeiro, revelou esta sexta-feira a posição do partido em relação ao Governo de coligação da AD na região, que venceu as eleições, mas sem maioria absoluta.

"Há política nacional a mais e Açores a menos na gestão que a coligação PSD/CDS-PP/PPM e Chega estão a fazer da situação resultante das eleições de 4 de fevereiro", declarou o líder do PS Açores numa conferência de imprensa.

"Também por isso há a necessidade de tornar clara a posição política que o PS/Açores assume face ao Programa do XIV Governo Regional, porque fazê-lo já é um sinal claro de respeito pela autonomia dos Açores, mas, não menos importante, a reafirmação evidente da autonomia de decisão do PS/Açores", adiantou.

A coligação de direita obteve 26 deputados e ficou a três eleitos da maioria absoluta. O PS conquistou 23 assentos no hemiciclo, o Chega obteve cinco, e o BE, a IL e o PAN alcançaram um mandato cada um.
Vasco Cordeiro considera que "com os seus silêncios, e mais uma vez as expressões dúbias ou dúplices", o PSD e o Chega estão a tratar o futuro dos Açores "não em função do interesse dos açorianos, mas em função do que interessa aos diretórios nacionais desses partidos", nomeadamente as eleições legislativas antecipadas de 10 de março.
"Fere de morte" a "ideia de democracia"
“Os açorianos que votaram no PS Açores escolheram o nosso projeto político. Os que votaram na coligação do PSD, do CDS e do PPM escolheram outro projeto político”, afirmou o socialista.

“O que não é aceitável, desde logo porque fere de morte a própria possibilidade de escolher e, assim, a própria ideia de democracia, é a ideia que, escolhido um projeto político, todos os outros se lhe devem submeter expressa e tacitamente até às próximas eleições”, referiu.

Para o PS Açores, “isso é um absurdo, quer porque elimina qualquer diversidade ou proporcionalidade da representação de diferentes perspetivas quanto ao futuro dos Açores, quer porque leva à própria negação da essência de uma democracia”.

“Assim, o dever e a obrigação democráticos que recaem sobre o PS Açores são os de afirmar (…) as diferenças do nosso projeto político”, continuou.

José Manuel Bolieiro, líder da coligação de direita, no poder no arquipélago desde 2020, já avançou que irá governar com uma maioria relativa nos próximos quatro anos.

O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido pelo Chega, com cinco mandatos. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.

c/ Lusa
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