Montenegro considera que OE não saiu desvirtuado mas critica PS e Chega por terem "invadido esfera de decisão"
Luís Montenegro considera que o orçamento não sai desvirtuado desta votação na especialidade, mas lamenta que PS e Chega não tenham resistido “à tentação de invadir a esfera de decisão que cabe ao poder executivo”.
“Não é pelo impacto financeiro que saímos daqui mais preocupados. É pelo princípio, que é violado, de respeito do papel de cada um e por esta forma arbitrária com que alguns partidos entendem gerir o processo orçamental, de forma a leiloar proposta à la carte”, concluiu.
Orçamento do Estado para 2026 aprovado
Ministro adjunto e da Reforma do Estado encerra debate
"Este é efetivamente um bom Orçamento para todos", diz PSD
Acusou ainda o Chega de mentir quando afirmou que esta proposta orçamental aumenta os impostos e deixou duras críticas ao partido de André Ventura.
“É a primeira vez em muitos anos que o Governo da AD apresenta um orçamento que não aumenta um único imposto”, disse.
“Pagam todos os portugueses pelo populismo do Chega e do PS”, disse, argumentando que este é “um bom orçamento para todos”.
"Continuar a tirar a quem trabalha, a quem investe, a quem produz"
"É um Orçamento viciado, viciado em cobrar impostos às pessoas de forma direta ou indireta para depois distribuir sempre da mesma forma e pelos mesmo", prosseguiu.
"Olhemos para os números. Segundo a estimativa do próprio Governo, no próximo ano, 34,7 por cento do PIB será carga fiscal. O mesmo Governo que diz que vai aliviar a classe média, as empresas e os contribuintes coloca quase metade do PIB do país em carga fiscal", insistiu.
André Ventura virou, em seguida, a mira para a bancada do PS e José Luís Carneiro, para estimar que os socialistas se apresentam como "uma muleta desnecessária e inútil da governação e da democracia em Portugal".
O presidente do Chega voltaria, adiante, a assumir a defesa das forças de segurança, reivindicando ter "desvirtuado o Orçamento" para responder às necessidades deste sector, assim como aos antigos combatentes.
PS diz que este é um orçamento "sem credibilidade"
Com a aprovação garantida com a abstenção do PS, Carneiro diz que o Governo “não tem desculpas para não cumprir tudo aquilo com que se comprometeu”.
Apesar disso, o líder do PS diz que “este orçamento não tem credibilidade” e “desbaratou os recursos que herdou do PS”.
“É um orçamento vazio de ambição e de conteúdo”, continuou.
IL conclui que Executivo "expulsou visão, ambição e espírito reformista"
Livre acusa Governo de ter gasto "com aqueles que já eram mais beneficiados" e deixado OE "na reserva"
"Passou a maioria absoluta mas a sobranceria de António Costa continua com Luís Montenegro", disse, acrescentando que “o PSD e o CDS podem queixar-se de muita coisa em relação aos governos anteriores, algumas delas com razão. Mas de uma coisa se podem queixar: quando forem entregues as chaves do carro, o tanque estava cheio”.
Rui Tavares acusa o Governo de ter gasto “com aqueles que já eram mais beneficiados (…) e depois apresentam-se aqui de manhã e dizem ‘cuidado, está na reserva e não dá para levar os miúdos à creche’”.
O porta-voz do Livre diz que este é um orçamento “suportado por duas muletas”, do PS e do Chega.
Paulo Raimundo aponta baterias ao pacote laboral
"Para os grupos económicos há tudo", insistiu Paulo Raimundo.
CDS considera que "foi possível melhorar este orçamento" mas deixa críticas à esquerda e ao Chega
“Para o Chega, como se viu, tanto vale tirar o cravo como aprovar a ferradura”, rematou.
Bloco reprova "conteúdo mau" da proposta agora submetida a votação final global
A coordenadora cessante dos bloquistas apontou também o dedo à abstenção dos socialistas, que acabará por viabilizar a proposta de Orçamento do Estado.
PAN vota contra Orçamento que dá "poucochinho"
Apesar de assumir que o partido conquistou “avanços reais”, Inês Sousa Real sublinha que “um OE não se mede apenas pelo acrescenta mas também pelo que falha e destrói" e fala em “retrocessos profundos que não foram revertidos na especialidade”.
JPP reprova Orçamento porque "regiões autónomas continuam a ser tratadas como nota de rodapé"
"O Governo prefere manter tudo na mesma", acentuou.
Frente Comum em protesto diante da Assembleia da República
"Hoje faz-se a votação final global de um documento que nós entendemos que vai ser danoso para a vida do país, não apenas para os trabalhadores da Administração Pública, mas para o país em si", afirmou o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, em declarações aos jornalistas.
"É um Orçamento de desinvestimento nos serviços públicos, em muitos casos até abaixo da inflação, como é o caso da saúde e, portanto, as consequências deste Orçamento vão ser gravíssimas", acentuou.
Entre os manifestantes são visíveis bandeiras e cartazes com mensagens como "fatias douradas só para o capital", "deix'ó Luís trabalhar p'ra "tratar" do SNS, da educação e dos teus direitos...", ou apelos à greve geral de 11 de dezembro contra o novo pacote laboral. Para além do coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, marca também presença na ação de protesto o secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira.c/ Lusa
Dia da votação final global do Orçamento do Estado
Na quarta-feira, foram aprovadas 23 propostas de alteração em sede de especialidade, destacando-se as portagens e o financiamento do Tribunal Constitucional. O total de iniciativas parlamentares aprovadas ascendeu assim a 163.Embora as votações alínea a alínea tenham culminado, esta quinta-feira ainda há propostas avocadas para votar em plenário, pelo que os número final pode mudar.
Tiveram luz verde propostas dos socialistas para a isenção de portagens em toda a A25, na Costa da Prata e beiras Litoral e Alta, e em dois troços da A6 e A2, no Alentejo, assim como os veículos pesados de na Circular Regional Exterior do Porto (A41) e parcialmente na A19 e ,a A8, na região de Leiria. PSD e CDS-PP votaram contra.A Unidade Técnica de Apoio Orçamental antevê que a aprovação de isenções na A6 e A2 acarrete uma "perda anual de receita em portagens" de 23,8 milhões de euros, dos quais 4,5 milhões no IVA.
Também o Chega avançou com cinco iniciativas relativas a portagens. Nenhuma vingou.
Foi, por outro lado, aprovada a proposta do partido de André Ventura com vista ao reforço da dotação orçamental do Tribunal Constitucional em 1,6 milhões de euros - algo que havia sido solicitado pelos juízes do Palácio Ratton em audição parlamentar. Já uma iniciativa análoga de PAN, PS, Livre, PCP, BE e JPP acabou reprovada.
De resto, o Chega foi a força política que viu mais propostas aprovadas nos trabalhos de quarta-feira: dez, incluindo a revisão das normas de emissão de atestados de residência para estrangeiros, limitando o número de certidões por casa, o que mereceu os votos favoráveis de PSD e CDS-PP.
Foi também viabilizada a proposta do Chega para alargar aos e-books o cheque-livro concedido a jovens que, no próximo ano, completem 18 anos de idade.
O PS fez aprovar seis propostas, entre as quais a instalação do Tribunal Central Administrativo do Centro em Castelo Branco.
Nesta reta final, foi discutida a proposta de PAN, PS, Livre, PCP, BE e JPP sobre o Tribunal Constitucional. O presidente da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública chegou a escusar-se a admiti-la devido ao facto de a substituição ter acrescentado deputados à iniciativa do PAN. Mas a proposta acabou por ser votada e reprovada.
PSD e CDS-PP viram aprovadas somente três propostas. Entre os demais partidos, foram aprovadas duas propostas do Livre, uma do PAN e uma do PCP.
c/ Lusa