Festa do Avante! Paulo Raimundo acusa Governo de ser uma central de negócios

Esta tarde, na Festa do Avante!, o secretário-geral do PCP acusou o Governo de ser uma "central de negócios" que beneficia os grupos económicos.

RTP /

Foto: Tiago Petinga - Lusa

O secretário-geral do PCP apelou hoje à unidade dos trabalhadores para derrotar "nas empresas, nos locais de trabalho e na rua" as alterações à legislação laboral propostas pelo Governo, qualificando-as como uma "declaração de guerra".

No discurso na Festa do Avante!, na Quinta da Atalaia, Seixal, Paulo Raimundo defendeu que é "tanta a submissão" do Governo PSD/CDS aos "interesses do grande patronato, que só se poderia esperar o pior para quem trabalha".

"E o pior aí está, num pacote laboral contra os trabalhadores", afirmou, considerando que, das alterações à legislação laboral defendidas pelo Governo, "só sai mais exploração, ainda mais compressão dos salários, ainda mais precariedade, ainda mais horas e mais tempo de trabalho, ainda mais facilidade em despedir".

"Não podemos, não vamos, e os trabalhadores não vão aceitar mais um recuo nas suas vidas. Estamos perante uma declaração de guerra aos trabalhadores, desde logo aos jovens e às mulheres, e, perante uma declaração de guerra, só há uma resposta possível: lutar, lutar, lutar contra o pacote laboral", apelou, recebendo um aplauso da plateia e cânticos de "a luta continua".

O secretário-geral do PCP frisou que, "perante apelos e ações sistemáticos que visam não só a divisão, mas também o conflito entre trabalhadores" - acusação que o partido habitualmente faz ao Chega -, quem trabalha "só pode responder de uma forma: unidade".

"O Governo pode acordar o que quiser, com quem quiser e onde quiser, mas o seu pacote terá dos trabalhadores a resposta que se exige e pode ser derrotado nas empresas, nos locais de trabalho e na rua", sustentou.

PS "parece disponível"

Paulo Raimundo acusou o PS de "parecer disponível para dar as duas mãos ao Governo", advertindo que a "política de direita não se combate dando-lhe a mão, mas sim travando-lhe o passo".

O secretário-geral dos comunistas acusou o PS de "estar às cotoveladas com o Chega para ver quem é o mais cúmplice do Governo, para ver quem é o par favorito de um Orçamento do Estado" que, disse, servirá para "acelerar o desmantelamento do SNS, o ataque aos serviços públicos, para as privatizações" e para "manter um país assente nos baixos salários e pensões baixas".

"Perante isto, ninguém pode dizer que vai ao engano. A política de direita não se combate dando-lhe a mão, mas sim travando-lhe o passo. E o PS, como sempre, parece disponível para dar, não uma, mas as duas mãos ao Governo e à sua política", acusou, recebendo um aplauso da plateia.

"Da parte do PCP, cá estaremos para lhe dar firme combate e, sim, para lhe travar o passo, que é isso que é importante para as nossas vidas e para o nosso país", assegurou.

Paulo Raimundo defendeu que o Governo PSD/CDS "mais parece uma agência de negócios dos grupos económicos" e salientou que, no atual quadro político, "cada instrumento desempenha o papel que lhe está atribuído": PSD e CDS governam, a Iniciativa Liberal serve de "lebre ideológica" para o executivo e o Chega de "fábrica de mentiras".

O Chega é "a demagogia, a gritaria que se conhece e é o instrumento que o sistema criou para tentar acelerar os objetivos do próprio sistema. É o abre-latas do pior da política de direita", acusou.

c/ Lusa

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