"Se tivesse estado mais tempo como primeiro-ministro o país tinha ganho muito", diz Rui Rio
À saída da missa nos Jerónimos, Rui Rio lamentou que o PSD tenha achado que o sucessor de Francisco Sá Carneiro tinha de ser igual a este e isso resultou em que o PSD tenha "aproveitado muito menos" o potencial da liderança de Balsemão.
Balsemão foi "um dos pais do PSD". Montenegro recorda "militante número um" do partido
Funeral reservado à família. Já saiu cortejo fúnebre
"Herói" da família. Pinto Balsemão deixa legado de humanismo, luta e exigência
"Não uso a palavra herói de ânimo leve", continuou, recordando que o pai não gostava "de lugares comuns".
"Fez por nós muito mais do que aquilo que ficou por fazer", referindo-se à família, "que tudo fará para manter o seu legado".
Afirmando que, tal como o pai, por todos os filhos terem "nascido em berço de ouro", Pinto Balsemão sempre primou pela "exigência".
"Nunca foi uma ilha". Marcelo lembra Balsemão como visionário, otimista e lutador
“Antes se realiza pelos outros e com os outros”, continuou. “Assim foi Francisco Pinto Balsemão, que hoje evocamos e sufragamos com sentida homenagem”.
O presidente da República lembrou Balsemão como “visionário a fazer pelos outros e com os outros” e “lutador a promover causas”, de “nunca desistir” e de “preferir a solidão da resistência ao ditame da submissão” e otimista, que acreditava “sempre no amanhã”, com “inabalável esperança e fé”.
“Conhecer, pensar, escolher livremente, comunicar, partilhar solidariamente, antecipar tempos e modos, romper barreiras, desbravar horizontes, construir futuros com inventiva e rasgo”.
Francisco Pinto Balsemão foi, durante mais de seis décadas, “nunca foi uma ilha”; “sempre quis realizar-se pelos outros e com os outros”.
“Portugal nunca esquecerá”, terminou.
Balsemão lembrado como homem de consensos
Balsemão distinguido pelas cidades de Lisboa e do Porto
Centenas para se despedir de balsemão nos Jerónimos
Leitão Amaro lamenta morte de "um dos maiores vultos da democracia do país"
O ministro da presidência, António Leitão Amaro, lamenta a morte de "um dos maiores vultos da democracia do país" e lembrou a sua obra "na construção de uma imprensa livre, privada e independente".
Manuela Ferreira Leite diz que Balsemão "conseguiu trazer até hoje o PSD"
A antiga líder do PSD diz que Balsemão "conseguiu com a sua luta trazer até hoje o PSD" e fala da morte do fundador do partido como um "sentimento da morte de um pai".
Sebastião Bugalho diz que Balsemão foi "inspirador para as novas gerações"
O eurodeputado Sebastião Bugalho lembra Balsemão como um homem "que nunca desistia de se atualizar" e salienta que foi "inspirador para as novas gerações".
Carneiro diz que presença em peso do PS mostra "respeito e consideração" por Balsemão
"A minha presença, do presidente do grupo parlamentar e de um dos vice-presidentes mostra o nosso respeito constitucional e a nossa consideração para uma figura que foi marcante na vida da nossa transição e consolidação democrática", disse o secretário-geral do PS aos jornalistas à chegada ao Mosteiro dos Jerónimos para as cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão.
Missa terá a presença de altas figuras do Estado
Funeral de Pinto Balsemão realiza-se no segundo dia de luto nacional
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, o general Ramalho Eanes, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, foram algumas das personalidades que marcaram presença.
Estiveram igualmente presentes no velório os antigos primeiros-ministros Pedro Santana Lopes e Pedro Passos Coelho. Do atual Governo passaram pelos Jerónimos os ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, da Justiça, Rita Alarcão Júdice, do Ambiente e Energia, Graça Carvalho, da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes, da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, e das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.O antigo primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC morreu na terça-feira, aos 88 anos.
Compareceram ainda antiga candidata presidencial Ana Gomes, os candidatos a Belém António José Seguro, Luís Marques Mendes e Jorge Pinto.
Estiveram também nos Jerónimos os antigos ministros João de Deus Pinheiro, Fernando Faria de Oliveira, Basílio Horta, Luís Pedro Mota Soares, Pedro Siza Vieira, António Vitorino e Guilherme d'Oliveira Martins, assim como o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
O líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, e vários membros da bancada do PSD, incluindo a vice-presidente da Assembleia da República Teresa Morais, passaram pelo velório, além de Sérgio Sousa Pinto, João Soares, Isabel Soares, Pedro Roseta, Filipa Roseta e Francisco Louçã.
Visão “cosmopolita” e “universalista”
A Assembleia da República cancelou todas as sessões plenárias prevista para esta semana. O pedido foi apresentado pelo PSD e aprovado por todos os partidos com assento parlamentar.
Foi assim adiada, uma vez mais, a discussão da Lei da Nacionalidade em sede de especialidade, que deveria ocorrer esta quinta-feira. Na véspera foi cancelado o debate preparatório do Conselho Europeu.
Entrevistado no Telejornal, o primeiro-ministro quis salientar as marcas que Pinto Balsemão deixou no país, tendo sido um dos inspiradores da matriz identitária e ideológica do PPD-PSD. Luís Montenegro evocou a visão “cosmopolita” e “universalista” do “pensamento político” do antigo governante e, em particular, o papel que este desempenhou na revisão constitucional de 1982 e no posterior processo de adesão de Portugal à CEE.
Na leitura do primeiro-ministro e líder do PSD, a liderança de Francisco Pinto Balsemão antecipou uma das décadas mais prósperas de Portugal – já com a governação de Aníbal Cavaco Silva.
c/ Lusa
Pinto Balsemão dizia há um ano que o mundo "estava feio"
Na última entrevista que deu à RTP, Pinto Balsemão disse que preferia ser jornalista, mas a política percorreu a sua vida.
A importância do Governo que chefiou valeu-lhe uma homenagem,
feita pelo então primeiro-ministro, António Costa. Na altura, já tinha um olhar preocupado com os extremismos.
As últimas aparições públicas que fez foram no ano passado. Esteve ao lado do presidente da República nos 50 anos do Expresso e ao lado de Luís Montenegro no lançamento de um livro sobre os 40 anos do Instituto Sá Carneiro.
Escolheu o jornalismo, mas nunca deixou a política. Morreu conselheiro de Estado, lugar que ocupava há 20 anos e onde participou pela última vez em julho do ano passado.
A última mensagem política foi escrita há um mês. Alertava o PSD para a necessidade de "cerrar fileiras" à volta de Marques Mendes e para a urgência de combater o que chamou de "interesses políticos obscenos".
Ramalho Eanes destaca papel de Pinto Balsemão na "conquista da democracia"
"Todos os homens terão tido os seus defeitos e os seus erros, mas a sua ação foi extremamente importante na luta pela democracia", salientou.
Ramalho Eanes destacou ainda a ação de Pinto Balsemão enquanto primeiro-ministro, cargo que "desempenhou com patriotismo" numa altura "de grande crispação, de grandes dificuldades".
"Tem direito a permanecer na memória dos portugueses", considerou.