"Função do presidente é ajudar Governo a não se pôr a jeito". Marcelo não quer maioria a dissolver-se

por RTP

Foto: Tiago Petinga - Lusa

O presidente da República diz não querer comentar diretamente a entrevista do primeiro-ministro António Costa à RTP, mas reitera que o que se quer é que a legislatura seja cumprida e seja "de obra", "forte e não a dissolver-se".

Retomando uma expressão utilizada por António Costa nessa entrevista, considerou que "a função do presidente da República é ajudar o Governo a não se pôr a jeito de a maioria absoluta que é de nome deixe de ser uma maioria absoluta de obra também".

Isto porque, diz Marcelo Rebelo de Sousa, os fundos do Plano de Recuperação são uma "grande oportunidade" e este é um "ano decisivo".

Em declarações aos jornalistas a meio de uma sessão do programa "Músicos no Palácio de Belém", no antigo picadeiro real, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa apontou o fim da segunda maioria absoluta do PSD liderado por Cavaco Silva, na década de 1990, como exemplo a não seguir: "Essa maioria foi-se esvaziando, enfrentou eleições europeias".

Na altura, o partido no Governo "perdeu as eleições europeias, não houve dissolução do parlamento, a maioria formalmente continuou de pé, mas estava morta", referiu o chefe de Estado, acrescentando: "Ora, nós o que queremos é uma maioria absoluta que não seja dessas".

Da atual maioria absoluta do PS espera-se "que neste ano decisivo utilize os fundos e que possa, portanto, ser motora de uma recuperação económica que tire proveito dos números de 2022 e projete para o futuro, e com isso ganhe um dinamismo que lhe permita ultrapassar o resultado das eleições europeias, qualquer que ele seja", afirmou.

c/ Lusa
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