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Política com Assinatura
Gouveia e Melo: "Agora sou político como todos os outros"
Privatizar a Segurança Social seria caso para dissolver o Parlamento, avisa Gouveia e Melo, para quem a privatização da Segurança Social está fora de questão.
Imagem e edição vídeo de Pedro Chitas
Na eventualidade da privatização da Segurança Social, Gouveia e Melo teme que, em caso de colapso das empresas, milhares de pessoas fiquem sem rendimentos.
“Isso é demasiado arriscado, e eu vetaria”, avisa.
“Suspender um primeiro-ministro arguido? Depende"
Gouveia e Melo não deixa uma resposta concreta à possibilidade de Luís Montenegro ser constituído arguido no caso Spinumviva.
“Depende do que está em causa, do que for apurado”. Até porque, relembra, que a constituição de arguido é um mecanismo de defesa.
“Imagine que sempre que alguém era constituído arguido era demitido das suas funções... não estava ninguém em funções no Estado Português”, ironiza.
“A Justiça não pode servir como arma de arremesso política”
Os problemas da Justiça “têm a ver com os agentes da Justiça que acham que libertar determinados assuntos em determinados momentos, pode ser útil para uma agenda qualquer”.
Gouveia e Melo diz que “não é útil para a agenda da Justiça, descredibiliza a Justiça”, acrescenta.
“Há uma lei que se chama segredo de justiça, e que nunca é aplicada”, defende, enquanto vai dizendo que a “Justiça não pode servir como arma de arremesso política”.
“Há uma promiscuidade má entre política executiva e Justiça”, remata.
A corrupção acontece, na opinião de Gouveia a Melo, culpa do excesso de burocracia, de regulação e de intervenção na economia, “porque o Estado está a asfixiar a economia”.
Nesta entrevista afirma que “o Estado criou uma burocracia que incentiva a corrupção”. E conclui: “quando nós não fazemos as políticas corretas, promovemos a corrupção”.
Boys no Estado? Cria compadrio e nepotismo, avisa Gouveia e Melo
Gouveia e Melo critica a integração, em instituições do Estado, de jovens que não têm qualquer experiência, mas que apenas fazem parte do sistema partidário. “Os partidos não podem infiltrar todo o aparelho do Estado para distribuir lugares para os boys e as girls do partido”. “Não é legítimo”, acrescenta.
Na opinião do Almirante, “isso faz duas coisas: compadrio e nepotismo e é isso que torna o nosso Estado frágil”. E conclui: “por isso é que os portugueses começam a achar que a democracia não é, se calhar, o melhor sistema”. “Porque será?”, ironiza.
“Agora sou político, como todos os outros”
Garante que não é daquilo a que caracteriza como “centrão dos interesses”. Em vez disso, define-se como um “social-democrata antigo ou um socialista democrático”. E até já se vê como um político: “no momento em que saí das Forças Armadas e me candidatei, passei a ser político como todos os outros”. Gouveia e Melo em entrevista ao podcast Política com Assinatura, da editora de Política da Antena 1, Natália Carvalho.