Grande Entrevista. Rio disponível para viabilizar governo do PS

por RTP
Rui Rio considerou que "mal seria" se ele próprio não estivesse preparado para ser primeiro-ministro ao fim de quatro anos de liderança. Paulo Novais - Lusa

O presidente do PSD e recandidato ao cargo, Rui Rio, avançou esta quarta-feira em entrevista à RTP3 que está disponível para viabilizar um governo do PS, caso a direita não seja maioritária nas próximas eleições legislativas, marcadas para 30 de janeiro.

Na Grande Entrevista da RTP3, Rio excluiu o Chega das soluções de governo e alertou ainda que a postura de não entendimento entre PS e PSD pode levar à ingovernabilidade.

O líder partidário considerou mesmo que "o pior cenário" que pode sair das legislativas de 30 de janeiro é que PS e PSD tenham uma posição "igual à de António Costa" na atual legislatura, que acusou de se ter colocado nas mãos de PCP e BE ao recusar falar com o PSD.

“Se o doutor António Costa insistir em fazer isso, e se o Partido Social-Democrata insistir em fazer isso também – e o meu adversário [Paulo Rangel] diz que é isso que faz, põe uma linha vermelha e nem fala com o Partido Socialista – o país pode ficar na ingovernabilidade”, considerou.

“Eu estou disponível para negociar à minha esquerda – leia-se PS – e à minha direita – leia-se CDS e Iniciativa Liberal”, assegurou Rui Rio, explicando que à direita admitiria a integração de membros desses partidos no governo, mas que tal não se aplicaria ao PS.

“Isso seria o Bloco Central, e eu não vejo necessidade disso. Chega a ser perigoso, porque depois as extremas podem subir”, defendeu.
O social-democrata insistiu que o seu partido está “disponível para conversar com o PS”, até porque, se não o estivesse, o que aconteceria seria “atirar com o PS para cima do PCP e do Bloco de Esquerda”.

“Eu não compreendo quem, inclusive no meu partido, critica tanto o doutor António Costa de ter-se encostado completamente ao PC e ao Bloco de Esquerda”, mas ao mesmo tempo diz “mas comigo, nem converso”, declarou.

Sobre o Chega, Rui Rio lembra que sempre disse que se o partido de André Ventura se moderasse poderiam “conversar”, mas rejeitou qualquer coligação pré ou pós-eleitoral.

“Eu ganhar as eleições e depois haver uma coligação com o Chega da mesma forma que pode haver com a IL ou com o CDS, não”, sublinhou. “Como o Chega diz que não há Chega se não houver ministros do Chega no governo, o problema desapareceu”.
Rangel "não está preparado", diz Rio
Na Grande Entrevista da RTP, Rui Rio sublinhou ainda a missão que é liderar os destinos do país para dizer sem rodeios que Paulo Rangel, o seu adversário nas internas do PSD, "não está" preparado para ocupar o cargo de primeiro-ministro.
Para o líder social-democrata, "mal seria" se ele próprio não estivesse preparado para ser primeiro-ministro ao fim de quatro anos de liderança.

Questionado sobre se Paulo Rangel, com quem disputará eleições diretas para a presidência do PSD a 27 de novembro, estará preparado para essa função, Rio respondeu: "acho que não, ninguém consegue estar preparado [para ser primeiro-ministro] dois meses depois" de eleições internas.

"Não está, isto para mim é claro. Se me dissessem, quando entrei para o PSD em fevereiro [de 2018], que em maio ia disputar legislativas... eu não estava. Ainda por cima dois meses e com disputa interna", afirmou.

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