Política
IGAS. Ministra da Saúde diz que relatório não faz uma ligação direta entre morte e a greve
Em conferência de imprensa, a ministra da Saúde falou esta terça-feira sobre os relatórios divulgados hoje pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) a respeito das mortes que ocorreram durante a greve do INEM. Ana Paula Martins afirmou que se recusa a "atirar a toalha ao chão" e afiança que o documento sobre um dos óbitos não faz a ligação direta entre a ocorrência e a paralisação.
Na declaração aos jornalistas sem direito a questões "por respeito às famílias" dos utentes, Ana Paula Martins destacou que os relatórios conhecidos esta terça-feira mostram, em dois casos analisados, a IGAS concluiu que “não houve nexo de causalidade entre o atraso no atendimento e a morte dos utentes”.
Já no terceiro caso, o de um utente de 86 anos que morreu de enfarte em 31 de outubro, em Bragança, a ministra da Saúde assinala que, apesar de uma "reduzida probabilidade de sobrevivência, devíamos ter conseguido chegar mais depressa”.
A governante destacou que, neste caso, a situação estava “agravada pela condição do doente, que padecia de diversas comorbilidades e antecedentes de patologia cardiovascular significativa", mas ainda assim foi pedido ao inspetor-geral o relatório completo.
"Falta de nexo de causalidade não me descansa"
A responsável pela pasta da Saúde frisou que "o relatório não faz uma ligação direta entre esta morte e a greve" e que que o quadro clínico da vítima “inviabiliza, nestas circunstâncias, o estabelecimento de um nexo de causalidade entre o atraso no atendimento por parte do CODU e a morte ocorrida".
Reconhece ainda assim que "houve atrasos claros no atendimento, e por isso na prestação de socorro".
Reconhece ainda assim que "houve atrasos claros no atendimento, e por isso na prestação de socorro".
"A dita falta de nexo de causalidade não me descansa nem descansa o Governo, nem poderia descansar. E tenho a certeza que não descansa os profissionais de emergência médica", vincou.
A ministra elencou várias medidas adotadas pelos Governos de Luís Montenegro no setor da Saúde e afirmou que espera os relatórios que a Inspeção Geral das Finanças e a Comissão Técnica Independente do INEM estão a realizar.
"Sobre o que se passou naqueles dias das greves, mesmo sem nexo de causalidade, sabemos que o circuito de informação dos anúncios da greve não funcionou bem. Por isso, já o mudámos e posso garantir que esse mau funcionamento não se voltará a repetir. Na greve que foi entretanto realizada, tudo correu com normalidade", acrescentou a ministra Ana Paula Martins.
"Sobre o que se passou naqueles dias das greves, mesmo sem nexo de causalidade, sabemos que o circuito de informação dos anúncios da greve não funcionou bem. Por isso, já o mudámos e posso garantir que esse mau funcionamento não se voltará a repetir. Na greve que foi entretanto realizada, tudo correu com normalidade", acrescentou a ministra Ana Paula Martins.
A governante destacou que o INEM atende todos os dias, em média, "4.432 chamadas e presta socorro a 4.100 pessoas", dos quais "perto de 800 são doentes graves e de prioridade máxima".
"Tirar consequências políticas de situações semelhantes às passadas significa, como tenho sempre dito, resolver os problemas e não atirar a toalha ao chão", vincou.
"A emergência médica, tal como o SNS, salva todos os dias milhares de pessoas. Quando tal não é possível, quando ocorre uma morte mesmo que inevitável, não só a lamentamos, como aprendemos com isso. É isso que estamos a fazer", concluiu.