Legislativas. Líder do CDS nota "pirueta" do PSD e diz que o seu partido se está a "renovar"

por RTP

Em entrevista à RTP, Francisco Rodrigues dos Santos considera que o PSD deu "uma pirueta à estratégia que os dois partidos iniciaram há dois anos". O líder do CDS-PP recusa que tenha havido uma "vassourada" da direção do partido ou que seja "uma casa a vir abaixo".

Com a missão de reposicionar o CDS no espaço político à direita, Francisco Rodrigues dos Santos situa o partido que lidera na matriz democrata cristã, que procura ser alternativa ao Partido Socialista.

Rodrigues dos Santos considera que os eleitores têm de escolher entre "um partido conservador nos valores e tendencialmente liberal na economia" ou "um Partido Social Democrata cada mais próximo do Partido Socialista". Os eleitores podem ainda optar entre o Bloco de Esquerda "que conhece bem o Príncipe Real mas desconhece o país real" e um partido populista, "com posições extremadas e que acha que os problemas do país se resolvem com castrações químicas", refere. No entanto, diz-se "empenhado em captar os votos da direita".

Questionado sobre se se sentia desiludido com a recusa do PSD em formar uma coligação pré-eleitoral com o CDS, Francisco Rodrigues dos Santos prefere apontar as opções de Rui Rio, presidente do PSD.

"O Partido Social Democrata tinha duas opções: ou estar mais próximo de António Costa ou de Sá Carneiro. Escolheu estar mais próximo de António Costa, recusando uma solução de Aliança Democrática que vinha sendo discutida entre as direções dos dois partidos", afirmou.

Sublinhando que a coligação deu bons resultados para os dois partidos nas eleições autárquicas no Funchal, em Coimbra e em Lisboa, o líder do CDS-PP nota que "uma lógica de coerência recomendaria que os dois partidos" se entendessem. "Se não fosse a coligação, Lisboa seria governada por Fernando Medina", acrescentou.

Sobre o facto de nenhum dos atuais deputados do CDS voltar a ser candidato nas próximas eleições legislativas, o líder centrista recusa que tenha havido "uma vassourada por parte da direção do partido, isto porque os deputados antes sequer de se abrir o processo de composição das listas decidiram dizer que não estavam disponíveis para se manter nas funções".

Admitindo que "a marca" do CDS estava "um pouco delapidada e gasta face aos mais resultados dos últimos anos", Rodrigues dos Santos defende que o partido vive um momento de renovação. Pedro Melo, Teresa Nogueira Pinto, Teresa Anacoreta Correia e Paulo Duarte são alguns dos nomes enumerados por Francisco Rodrigues dos Santos.

Interpelado sobre a possibilidade de Manuel Monteiro integrar as listas de deputados como número um pelo círculo eleitoral do Porto, o atual líder centrista respondeu que o antigo presidente do CDS é "um expoente máximo da representação" do partido e "é natural que haja vontade da direção do partido de contar com Manuel Monteiro, que seria um ás, um trunfo para o CDS ter um bom resultado". No entanto, não concretizou se o partido vai incluir o antigo dirigente nas listas.
pub