Manuel Monteiro alerta para a necessidade de uma "voz própria" do CDS

por RTP

Em entrevista à RTP, o ex-presidente do CDS-PP considera que o Governo não se pode esquecer que tem dois partidos. Um receio perante os anos em que os centristas tiveram uma força política mais "débil".

Manuel Monteiro alerta para a necessidade do CDS ter "uma voz própria" e lembra o papel decisivo do partido na vitória da Aliança Democrática nas últimas eleições.

Sobre as palavras de Paulo Núncio sobre o aborto durante a campanha, Manuel Monteiro considera que o CDS deve poder ter as suas próprias iniciativas sem colocar em causa a colaboração com o PSD.

Para o ex-presidente do CDS, é "desejável" que os valores da direita sejam defendidos "por quem acredita na democracia". Questionado sobre a nova declaração de princípios que prevê "respeitar as orientações pessoais de cada um", Manuel Monteiro diz ter "o maior respeito pelas orientações sexuais de cada um".

"Um homem que entende ser, na sua liberdade, homossexual, continua a ser um homem. Uma mulher que, na sua liberdade, entende ser homossexual, continua a ser uma mulher", afirmou.

E acrescentou: "Todas as pessoas, homossexuais, heterossexuais, têm que ter a mesma dignidade perante a lei, mas não podemos considerar que é tudo igual. A diferença das pessoas também tem de ser respeitada".

Ainda dentro do mesmo tema, admite não concordar com o uso da expressão "casamento" nas uniões entre casais do mesmo sexo e refere que "a legislação portuguesa não permite a poligamia".

"Há limites à liberdade individual e ainda bem", acrescenta.

Questionado sobre as palavras de Pedro Passos Coelho e uma aproximação ao Chega, Manuel Monteiro afirma que André Ventura não é de direita. Apesar de ser um "excelente comunicador", o líder do Chega "dirá em cada momento aquilo que é agradável às pessoas".

No entanto, defende Manuel Monteiro, os eleitores do partido que André Ventura representa "não podem ser ignorados".

Em concreto sobre o CDS, o ex-presidente do CDS reconhece que o partido já estava em declínio eleitoral antes da liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.
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