Marcelo adverte que "fogos não têm fronteiras administrativas"

por RTP

Foto: Rodrigo Antunes - Lusa

No quartel dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, Marcelo Rebelo de Sousa referiu esta segunda-feira que a grande lição do maior incêndio de 2022 é que os fogos não têm fronteiras administrativas, pelo que o combate em zonas como a Serra da Estrela não pode depender individualmente de cada município.

"A certa altura, houve que fazer um desvio à regra geral de não haver nenhuma autoridade política ou administrativa central a deslocar-se. Era preciso deslocar-se, nem que mais não fosse para presencialmente debater com responsáveis autárquicos e responsáveis operacionais o que se estava a passar", recordou o chefe de Estado.O presidente da República está a visitar as zonas afetadas pelos incêndios do verão. No domingo, esteve no concelho de Pombal. Esta segunda-feira está na Serra da Estrela. Começou a visita pela Covilhã.


"Esta é a lição deste ano, esta é a lição que está na base da prevenção para os próximos anos, que é congregar a vontade de várias autarquias para atuar em conjunto, porque, mesmo quando vierem a ser criadas - se e quando vierem a ser criadas -, as regiões administrativas também não resolvem esse problema", prosseguiu Marcelo.

"Tem de haver para a Serra da Estrela e porventura para outros parques e para outras situações desta natureza uma estrutura pensada, ao menos, para as situações críticas. Isto é uma revolução na organização administrativa", completou.
"Fórmula" para "casos limite"

No domingo, em Abiul, concelho de Pombal, o presidente da República saíra já em defesa de uma fórmula que permitisse compatibilizar os apoios estabelecidos pelo Governo para os municípios atingidos pelos incêndios do verão com "casos limite".

"Tem de se encontrar uma fórmula de compatibilizar aquilo que foi definido logo na altura com a situação concreta de alguns casos limite, que são estes", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O presidente fez notar que Abiul "foi muito intensamente afetada", integrando o conjunto das freguesias "mais afetadas, que mais sofreram em termos de floresta, em termos de agricultura e depois também de algumas casas". Contudo, assinalou Marcelo, o critério adotado pelo Governo "atendia aos concelhos e, portanto, era preciso que a área atingida fosse superior a dez por cento do concelho".

"Vamos ver como é que é possível encontrar ou não uma solução. Na parte da reflorestação está a avançar, na parte da agricultura não, na parte da habitação ainda não", afirmou.
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