Política
"Não seria abrangente". Augusto Santos Silva exclui candidatura à Presidência da República
Depois de Luís Marques Mendes, António José Seguro, Henrique Gouveia e Melo e António Filipe, faltava conhecer a posição de Augusto Santos Silva. O antigo presidente da Assembleia da República revelou esta quarta-feira, em entrevista à RTP, que não será candidato às próximas eleições presidenciais, apesar de ter recebido "muitos apoios e incentivos".
“Não, não serei candidato”, declarou logo no início da entrevista ao Jornal da Tarde. "A minha candidatura não era abrangente", explicou.
Augusto Santos Silva adiantou que, “nestes cinco dias de reflexão”, chegou a “três ideias muito claras”. A primeira é que as candidaturas já apresentadas para as presidenciais “não cumprem as condições para que um vasto campo social e político possa sentir-se representado” e para que “os temas que interessa discutir sejam discutidos”.
Apesar dos “muitos apoios e incentivos” que recebeu, o antigo presidente da Assembleia da República admitiu ter chegado “à conclusão” de que a sua candidatura “não seria abrangente para ser suficientemente forte” e, por isso, considera que “a melhor candidatura possível é a candidatura de uma personalidade independente, oriunda da sociedade civil, que possa colocar em cima da mesa os temas que nós temos que discutir na campanha presidencial”. Questionado sobre o porquê de considerar que a sua candidatura não seria abrangente, Santos Silva respondeu que seria “divisiva”. E explicou que para que haja uma candidatura independente “é necessária uma condição: que eu abandone a equação de possibilidades”.
“E é isso que eu estou a fazer agora", justificou. “Eu abro espaço para a apresentação de uma candidatura forte, agregadora e independente, retirando a minha (…) disponibilidade”.Augusto Santos Silva admitiu ainda que espera , “nos próximos dias, possa surgir uma candidatura que seja mais abrangente, mais forte, mais agregadora” do que seria a sua.
Das reflexões que fez nos últimos dias, o político socialista sublinhou que acredita mesmo ser necessária “uma nova candidatura”.
“Porque, na minha modesta opinião, as candidaturas no terreno não bastam. Nenhuma delas”, frisou. “É, por isso, necessária uma candidatura forte, agregadora e independente. (…) E em política, o que é necessário é sempre possível”.
“Porque, na minha modesta opinião, as candidaturas no terreno não bastam. Nenhuma delas”, frisou. “É, por isso, necessária uma candidatura forte, agregadora e independente. (…) E em política, o que é necessário é sempre possível”.
Já sobre o eventual apoio a José Seguro, Santos Silva não confirmou mas que “não está fora de hipótese nada”. Considerando a situação que Portugal enfrenta, o político assume que há “um vírus terrível a alastrar pelo tecido social e político, (…) um vírus de ódio que põe em causa algumas das caraterísticas fundamentais do regime português”.
“As presidenciais têm de ser um momento para que um amplo movimento cívico de sobressalto das portuguesas e dos portugueses, em favor da democracia liberal e de respeito recíproco, surja, se desenvolva e ganhe”.
A divisão política, segundo Santos Silva, “combate-se com debate” e não “impedindo o debate”, nem com “decisões administrativas”.
“As presidenciais têm de ser um momento para que um amplo movimento cívico de sobressalto das portuguesas e dos portugueses, em favor da democracia liberal e de respeito recíproco, surja, se desenvolva e ganhe”.
A divisão política, segundo Santos Silva, “combate-se com debate” e não “impedindo o debate”, nem com “decisões administrativas”.