Pactos de regime, um desejo de Marcelo que persiste

por RTP
Marcelo Rebelo de Sousa cumprimenta bombeiros à chegada a Arganil, no âmbito das visitas a concelhos atingidos pelos incêndios Paulo Novais - Lusa

O Presidente da República voltou na última noite a desafiar os políticos a procurarem entendimentos, apesar das "posições de cada um". Marcelo Rebelo de Sousa insistiu na ideia de pactos de regime.

“É um desafio que exige a convergência de todos os portugueses, de todos os portugueses. Se não percebermos isso, perdemos o desafio”, advertiu o Presidente da República, no culminar de mais um dia de deslocações a concelhos atingidos pela vaga de incêndios de há uma semana.

“Se colocarmos acima da convergência indispensável as querelas, legítimas que sejam, próprias das posições de cada um, de pessoas, de grupos, de orientações, está perdido o desafio”, acentuou Marcelo, que chegou já de noite a Arganil.

Ainda segundo o Chefe de Estado, “é legítimo que tenhamos divergências, mas há momentos em que é preciso haver pactos de regime”.

“Se não há um pacto de regime na superação deste desafio, então de facto nós não estamos à altura do desafio, mas eu acho que estamos à altura do desafio. Estamos no país, estamos em Arganil”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa, que intervinha no edifício da Câmara Municipal.

Sábado foi dia de um Conselho de Ministros extraordinário de mais de 11 horas, durante o qual o Governo aprovou um pacote alargado de medidas para indemnizar as famílias de vítimas dos incêndios, apoiar a reconstrução de habitações e do tecido empresarial nas regiões atingidas, reabilitar explorações agrícolas e reformar os sistemas de prevenção e combate de fogos florestais.
“Admito ter errado na forma como contive emoções”, reconheceu ontem António Costa.
Na derradeira conferência de imprensa após a reunião do Executivo, o primeiro-ministro assinalou continuar empenhado numa “gestão responsável das contas públicas”, sublinhando que “Portugal não passou a ter meios ilimitados”.

“Mas quero dizer o seguinte: O que é urgente ser feito vai ser feito”, frisou António Costa.

Filipe Canhoto Ribeiro, António Nabo, Hugo Antunes, Paulo Nunes - RTP

Interrogado sobre a possibilidade de a consolidação orçamental ser afetada com o reforço de meios para a prevenção e combate a incêndios, o governante sustentou que há hoje margem orçamental.

“Até agora temos cumprido tudo aquilo que prometemos, porque nunca assumimos um compromisso sem termos condições para o cumprir, mas também porque nunca desistimos de cumprir mesmo quando é difícil cumprir. É isso que vamos fazer”, disse.

Portugal, afirmou ainda o chefe do Governo, vai conservar “a trajetória de redução do défice, mas sem sacrificar aquilo que não pode ser sacrificado, a segurança das pessoas, as suas vidas, os seus bens e a segurança das povoações”.
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