PCP com "sérias dúvidas" sobre contratação de Maria Luís Albuquerque

por Antena 1

Foto: Reuters/Rafael Marchante

O PCP vai pedir à subcomissão parlamentar de ética que avalie a situação da deputada do PSD Maria Luís Albuquerque, contratada por um grupo britânico de gestão de crédito, facto que suscita "sérias dúvidas" aos comunistas.

"Tem havido demasiado tempo de promiscuidade entre o poder político e o poder económico e essa é uma mensagem errada que não se deve transmitir ao povo português. Os titulares de cargos públicos devem tê-los devidamente separados do poder económico", afirmou o deputado comunista Jorge Machado.

A ex-ministra das Finanças foi nomeada para diretora não executiva do Arrow Global, o qual tem em Portugal clientes como o Banif, o Millennium BCP ou o Montepio, com efeitos a 7 de março e que a agora deputada vai integrar o comité de risco e auditoria.

"Esta promiscuidade de uma deputada, que foi ministra das Finanças, que esteve diretamente relacionada com o processo do Banif e agora é contratada por uma empresa que ganhou a carteira de créditos mal parados desse mesmo Banif, é uma matéria que, do ponto de vista da ética republicana, deveria suscitar sérias questões. Mas, lá está, em matéria de ética, cada um tem a que tem", salientou Jorge Machado.

Segundo o deputado comunista, "há matérias de legalidade e devem ser avaliadas pela subcomissão de ética".

"Há sérias dúvidas relativamente ao estatuto dos deputados, seu regime de incompatibilidade e impedimentos a que estão obrigados, e também a violação do chamado período de nojo, segundo o qual titulares de cargos públicos, quando cessam funções, não podem exercer atividade nos ramos que tutelaram", afirmou.
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