O Programa de Governo começou esta terça-feira a ser debatido na Assembleia da República. São dois dias dedicados à discussão do documento com mais de 250 páginas. Acompanhamos aqui os trabalhos parlamentares.
O Programa de Governo começou esta terça-feira a ser debatido na Assembleia da República. São dois dias dedicados à discussão do documento com mais de 250 páginas. Acompanhamos aqui os trabalhos parlamentares.
Miguel A. Lopes - Lusa
O ministro adjunto e da Reforma do Estado afirmou hoje que os "recursos libertados" através desta reforma serão para "investir nas pessoas que fazem funcionar o Estado" e que o Governo não quer reduzir funcionários.
"Nenhum plano de modernização do Estado estará completo sem valorizar os seus trabalhadores", defendeu o ministro adjunto e da Reforma do Estado, no parlamento, durante o debate do programa de Governo.
Gonçalo Matias indicou que o Governo quer "uma Função Pública exigente, mas justa", que "reconheça o mérito" e atraia jovens qualificados, mas, tal como já havia sido referido pelo ministro da Presidência, afastou eventuais despedimentos.
"Os recursos libertados com esta reforma servirão precisamente para investir nas pessoas que fazem funcionar o Estado e que, muitas vezes, são também vítimas da burocracia que combatemos. Não queremos reduzir funcionários, queremos reduzir a burocracia", afiançou.
O governante referiu ainda que "esta não pode ser apenas uma reforma técnica", mas "um desígnio nacional" e admitiu que "não se trata de tarefa fácil".
Gonçalo Matias indicou ainda que a reforma do Estado vai passar por "quatro princípios fundamentais: simplificação, digitalização, articulação e responsabilização", recordando ainda algumas medidas previstas no programa de Governo, como a revisão dos regimes de contratação pública e da fiscalização do Tribunal de Contas ou medidas para acelerar os procedimentos de licenciamento.
"Esta reforma exige banir imposições que o senso comum qualifica como absurdas, fundir entidades sobrepostas e eliminar redundâncias, extinguindo organismos cuja existência não se encontre devidamente fundamentada e libertando a máquina do Estado para responder de forma célere, prática e produtiva aos problemas reais das pessoas", acrescentou, defendendo ainda que digitalização vai ser "a principal ferramenta desta mudança".
O governante indicou que se "exige" uma administração pública que "deixe de empurrar os problemas entre serviços", sublinhando que se impõe uma "mudança de cultura".
O Governo vai apresentar a proposta de redução transversal do IRC à Assembleia da República à margem do Orçamento do Estado para 2026, adiantou hoje o ministro das Finanças.
Durante o debate do programa do Governo, no parlamento, o ministro de Estado e das Finanças afirmou, em resposta ao Chega, que o Governo terá "oportunidade de trazer a este parlamento" a proposta de redução da taxa de IRC, "fora do Orçamento de Estado", tal como foi feito no Orçamento de 2025.
No programa de Governo, o executivo confirma a intenção de diminuir as taxas de IRC, de forma gradual até aos 17% até ao final da legislatura.
Já em resposta ao líder parlamentar do CDS-PP, Joaquim Miranda Sarmento reiterou que o Governo só irá decidir se vai voltar a dar um suplemento extraordinário aos pensionistas "quando a execução orçamental tiver números mais concretos" e o executivo consiga, deste modo, "perspetivar melhor o ano".
O Governo continua confiante de que se irá atingir um excedente orçamental de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, afirmou hoje o ministro das Finanças.
Numa intervenção na discussão do Programa do Governo, no parlamento, Joaquim Miranda Sarmento recordou que o Governo da AD "superou as expetativas" no ano passado, ao alcançar um excedente de 0,7%, "mais do triplo que o governo anterior tinha previsto".
Já para 2025, o Governo mantém o "compromisso de equilíbrio orçamental" e projeta um `superavit` de 0,3% do PIB, mesmo numa altura em que já há instituições que acompanham as contas públicas portuguesas que projetam um regresso aos défices orçamentais este ano ou no próximo.
O Banco de Portugal prevê um défice de 0,1% do PIB este ano e de 1,3% no próximo, enquanto o Conselho das Finanças Públicas aponta para um saldo orçamental equilibrado em 2025 e um défice de 1% em 2026.
A Comissão Europeia antecipa que Portugal irá conseguir um excedente orçamental de 0,1% do PIB este ano, que se transformará num défice de 0,6% em 2026.
Apesar de manter as estimativas, o ministro assumiu que 2026 será "um ano mais exigente do ponto de vista orçamental, dado que a execução plena do Plano de Recuperação e Resiliência na componente de empréstimos representa uma despesa".
Miranda Sarmento salientou ainda que o executivo estima que o rácio da dívida pública desça para 91,5% do PIB, apontando que "este ano de 2025 ou o mais tardar no ano de 2026 Portugal atingirá uma divida pública abaixo da média da zona euro".
O governante admitiu que a incerteza internacional "torna o pressuposto base de equilíbrio orçamental ainda mais crítico, por forma a proteger Portugal de eventuais choques externos negativos", reiterando o comprometimento do Governo com esse equilíbrio.
O Governo só não vai durar quatro anos se o Partido Socialista e o Chega assumirem uma coligação "deliberada e cúmplice", declarou Luís Montenegro esta manhã na Assembleia da República. No debate do programa de governo, o primeiro-ministro sublinhou que quer dialogar com todos e garantiu que não vai diminuir o PS.
Foto: José Sena Goulão - Lusa
O momento tenso no Parlamento levou a que a vice-presidente da Assembleia defendesse os deputados do Chega.
Foto: José Sena Goulão - Lusa
Meritocracia, habitação, apoios para a ciência e cultura e maiores salários e qualidade de vida para os portugueses foram algumas das preocupações apontadas pela oposição.
Foto: José Sena Goulão - Lusa
André Ventura lamenta um "conluio" de 50 anos entre PS e PSD e apela ao Governo para que faça reformas com o apoio da direita. Luís Montenegro espera que Ventura não confunda frustrações com as conquistas dos últimos 50 anos.
Foto: José Sena Goulão - Lusa
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, avisa o Chega e o PS de que a legislatura só não dura quatro anos se houver uma "coligação deliberada e cúmplice", nas oposições.
Foto: Pedro A. Pina - RTP
O Governo quer dar aos trabalhadores o direito de comprarem dias de férias. O Programa do Governo prevê várias alterações à lei laboral, que incluem também uma revisão do direito à greve, ideia que causou já polémica durante a campanha eleitoral.
Ouvidos esta segunda-feira no programa Antena Aberta, da Antena1, os líderes das duas centrais sindicais criticam as intenções do Governo em matéria laboral e declaram total oposição a uma eventual revisão da Lei da Greve.
Foto: José Pinto Dias - RTP
Na véspera da apresentação e discussão do programa do Governo, na Assembleia da República, o PCP diz que vai apresentar uma moção de rejeição ao documento para clarificar que partidos viabilizam opções políticas que refletem mais desigualdades no país.
Foto: José Sena Goulão - Lusa
O Chega não viabiliza proposta dos comunistas para derrubar o Executivo de Luís Montenegro logo no arranque da legislatura.
O candidato à liderança do PS acusa Governo de incluir no seu programa medidas que não estavam no programa eleitoral da AD. Todos os partidos da oposição criticaram o programa de Governo, mas a moção de rejeição apresentada pelo PCP deverá ser chumbada.
Foto: Tiago Petinga - Lusa
O Livre considerou esta segunda-feira que o programa do Governo faz lembrar "um passado de má memória" associado aos tempos da 'troika' e acusou o executivo de Montenegro de arrogância e de um "monólogo mascarado de diálogo".