Rui Rio diz que PSD não é um partido de direita mas de centro

por RTP
Rui Rio anunciou que era candidato à liderança do PSD a 11 de outubro de 2017 Paulo Novais - Lusa

O candidato à liderança dos sociais-democratas considera que o PSD não é um partido de direita, mas de centro. Rui Rio não afasta a possibilidade de um bloco central com o PS em condições extraordinárias.

“O PSD não é a direita, mas o PSD também não é a esquerda. O PSD é um partido de centro. Uns de nós somos mais centro esquerda, outros mais no centro direita. Mas é neste espaço”, afirmou Rui Rio em entrevista ao 360 na RTP3.

“O espaço eleitoral do PSD vai do centro direita ao centro esquerda”, frisou.

Em relação a um eventual acordo entre os socialistas e os sociais-democratas, Rui Rio é perentório: “Um Bloco Central com o PSD e o PS no Governo só acontecerá em circunstâncias muito extraordinárias”.

“Os partidos não têm de estar no mesmo governo para fazer grandes reformas”, sublinhou.

Para Rui Rio a democracia “está profundamente desgastada (…) os 41 anos desgastaram o regime, porque a sociedade portuguesa mudou muito”.

“E se o regime não sofreu alterações, como pode estar capaz de servir a sociedade de 2017. (…) Temos de frontalmente assumir que há um afastamento das pessoas relativamente ao regime”.

Rio defende um “modelo de reformas, nos diversos patamares do regime, coisa que não pode ser feita por um só partido como é lógico, tem de ser feito através de acordos com outros partidos. Todos ou parte deles, consoante a vontade de cada um”.

Diretas ou Congresso?

Rui Rio é “claramente favorável” a eleições diretas para eleger o líder do partido. “Devemos alargar ao máximo a participação das pessoas, dos militantes dentro do partido. Ao máximo”.

No entanto, reconhece que a eleição do líder dom partido em eleições diretas “dá mais trabalho. Eu já dei uma volta ao país”.

O candidato à liderança do PSD apelou aos militantes “que paguem as quotas”, porque o “não pagamento de quotas e facto de nós termos um universo de cento e poucos mil, e neste momento vinte e tal ou trinta mil com as quotas pagas, significa que as pessoas se desligaram do partido”.

Rui Rio quer os “militantes a debater a razão dos temas que mais gostam e que mais os preocupam”.

As diferenças com Santana

Na entrevista ao 360, Rui Rio considerou que não tem grandes diferenças ideológicas do seu adversário na corrida à liderança do PSD.

“Se procuram grandes diferenças ideológicas entre mim e Santana Lopes não vão encontrar”, frisou.

“Somos os dois do mesmo partido”

Rui Rio defende que os militantes “escolhem a partir das ideias mas também da personalidade de cada um”.

“Se olharmos para o meu trajeto político ele reflete algo muito diferente de Santana Lopes”.

Rio recordou que “Santana Lopes se candidatou cinco vezes à liderança do PSD, e só ganhou uma”.

“Agora não precisava porque eu sou um excelente candidato”.

Caminho não é fácil

Rui Rio entende que “o PSD tem de voltar a chamar à participação as pessoas que se afastaram do partido”. “Há um caminho para trilhar que não é fácil”, sublinha.

O candidato defende que o PSD tem de se modernizar no plano administrativo. “As seções locais do PSD têm de acompanhar a atividade das freguesias e dos municípios”.

Segundo Rui Rio, “a implantação de um partido vê-se, em primeiro lugar, pelo número de autarquias que tem”.
Tópicos
pub