Spinumviva. Empresa familiar de Montenegro desvenda clientes, atividades e trabalhadores

A Spinumviva, empresa detida pela mulher e pelos filhos do primeiro-ministro, Luís Montenegro, divulgou esta sexta-feira os nomes dos respetivos clientes e ramos de atividade, além dos nomes dos trabalhadores.

RTP /
José Coelho - Lusa

"As empresas que mantêm um vínculo permanente com a consultora Spinumviva, Lda, na área da implementação e desenvolvimento de planos de ação no âmbito da aplicação do Regulamento Geral de Proteção de Dados são: Lopes Barata, Consultoria e Gestão, Lda; CLIP - Colégio Luso Internacional do Porto, SA; FERPINTA, SA; Solverde, SA; Radio Popular, SA.", lê-se em comunicado da empresa.

"Para que não subsistam dúvidas, os preços cobrados e pagos pelos serviços prestados atendem à dimensão e complexidade dos trabalhos com cada cliente e oscilam entre os 1000Euro e os 4500Euro mensais", acrescenta o texto.

A Spinumviva justifica a divulgação das relações comerciais e ramos de atividade com a "defesa do seu bom nome e, sobretudo, de todos os seus clientes".

O Expresso noticiou esta sexta-feira que o grupo Solverde paga uma avença de 4.500 euros por mês à empresa da família de Luís Montenegro.O jornal revelou que a avença mensal é paga à Spinumviva pelo grupo de casinos e hotéis desde julho de 2021.


Os pagamentos dizem respeito a serviços especia­lizados de elaboração de procedimentos e cumprimento das leis específicas sobre proteção de dados pessoais.

O comunicado da Spinumviva revela que a relação contratual entre a empresa e os clientes teve inicio numa altura em que Luís Montenegro era sócio e gerente da sociedade mas não tinha qualquer atividade politica.

Montenegro garante que nunca decidiu nada em conflito de interesses.

Segundo o Expresso, a ligação com a Solverde é relevante porque Luís Montenegro trabalhou para o grupo, sediado em Espinho, entre 2018 e maio de 2022. 

Na altura, terá sido mesmo o representante do grupo nas negociações com o Estado que resultaram numa prorrogação do contrato de concessão dos casinos de Espinho e do Algarve. Este contrato termina no final deste ano e o Governo terá de decidir se o renova.

O primeiro-ministro irá prestar amanha às oito da noite mais esclarecimentos. Até lá vai analisar a situação pessoal política. Já prometeu entretanto que não irá participar "em qualquer processo de decisão que envolva essa empresa".

O chefe do Governo convocou ainda um Conselho de Ministros Extraordinário.

Pedro Nuno Santos exige entretanto explicações ao primeiro-ministro. E sublinha que a confiança em Luis Montenegro neste momento não existe.

O lider do PS não diz o que pretende fazer para a frente. Mas não exclui nada.

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